Menga Lüdke e a pesquisa na formação de professores
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.24.080.DS02Resumo
A questão que orienta o estudo apresentado considera as contribuições de pesquisadoras brasileiras no campo da formação de professores para uma possível composição da teoria nesse campo. O artigo focaliza as pesquisas e proposições de Menga Lüdke, precursora na defesa da prática de pesquisa no processo de formação docente para o desenvolvimento e profissionalização dos professores da educação básica. A metodologia do estudo, de abordagem qualitativa, recorre à perspectiva da história de vida, considerando dados biográficos e produção acadêmica de Lüdke, em que o currículo Lattes constituiu o ponto de partida e foi complementado por entrevista. As reflexões realizadas indicam o intenso envolvimento de Lüdke com a produção de referenciais relativos à socialização docente, valorizando a pesquisa realizada por professores da educação básica sobre suas práticas. A abrangência dos estudos de Lüdke sobre o professor e a pesquisa, no campo da formação de professores, ressaltam as investigações a respeito do cotidiano das escolas e o entendimento de que os professores contribuem para a compreensão da realidade concreta da prática pedagógica. A pesquisa, incorporada ao processo de formação e do trabalho do professor, eleva o estatuto de sua profissionalidade, ao assumir papel ativo frente aos problemas da educação.
Downloads
Referências
ANDERSON, G.; HERR, K. The new paradigma wars: is there roo mor rigorous prctitioner knowledge in schools and universities? Educational Researcher, [s. l.], v. 28, n. 5, p. 12-21, 1999.
ANDRÉ, M. E. D. A. Avanços no conhecimento etnográfico da escola. In: FAZENDA, I. C. A. (org.). Pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. Campinas: Papirus, 1995.
ANDRÉ, M. E. D. A. O papel da pesquisa na formação do professor. In: REALI, Aline Maria M. R.; MIZUKAMI, M. G. N. (orgs.). Formação de professores: tendências atuais. São Carlos: EDUSFcar, 1996.
ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa, Formação e Prática docente. In: ANDRÉ, M. E. D. A. (org.). O Papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. São Paulo: Papirus, 2001.
ANDRÉ, M. E. D. A. Tendências Atuais da Pesquisa na Escola. Cadernos do CEDES (UNICAMP), Campinas, v. 23, n. 43, p. 46-57, 1997.
BEILLEROT, J. La "recherche", essai d'analyse. Recherche et Formation, Paris, n. 9, p. 17-31, 1991.
CABRERA, B., JAÉN, M. J. Quem são e que fazem os docentes: sobre o "conhecimento" sociológico do professorado. Teoria & Educação, n. 4, p. 190-214.
CANDAU, V. M. (coord.). Novos rumos da licenciatura: relatório de pesquisa. Rio de Janeiro: Departamento de Educação PUC-Rio, 1988.
CARR, W.; KEMMIS, S. Becoming Critical — Education, knowledge and action research. London: Almer Press, 1986.
CHAPOULIE, J.-M. Sur l’analyse sociologique des groupes professionnelles. Revue Française de Sociologie, [s. l.], v. 24, p. 86-114, 1973.
COCHRAN-SMITH, M.; LUTLE, S. The teacher research movement: a decade later. Educational Researcher, [s. l.], v. 28, n. 7, p. 15-25, 1999.
CONTRERAS, J. D. La autonomía del professorado. Madri: Morata, 1997.
CUNHA, M. da. O tema da formação de professores: trajetórias e tendências do campo na pesquisa e na ação. Educ. Pesqui., São Paulo, n. 3, p. 609-625, jul./set. 2013.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. São Paulo: Autores Associados, 1996.
DINIZ-PEREIRA, J. E. A construção do campo da pesquisa sobre formação de professores. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 22, n. 40, p. 145-154, jul./dez. 2013.
DUBAR, C. La Socialisation: construction des identités sociales et professionnelles. Paris: A. Colin, 1991.
ELLIOTT, J. Educational theory and the professional learning of teachers: an overview, Cambridge Journal of Education, Cambridge, v. 19, n. 1, 1989.
ELLIOTT, J. El cambio educativo desde la inestigación-acción. Madrid: Morata, 1993.
ENGUITA, M. A ambiguidade da docência: entre o profissionalismo e a proletarização. Teoria & Educação, Porto Alegre, n. 4, p. 41-60, 1991.
(omitido por anonimato)
(omitido por anonimato)
GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M. A. (orgs.). Cartografias do trabalho docente: professor(a) pesquisador(a). Campinas: Mercado de Letras/ALB, 1998.
GIROUX, H. A. Los professores como intelectuales. Barcelona: Paidós, 1990.
HUBERMAN, M. O Ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (org.). Vidas de professores. Portugal: Porto Editora, 1992.
LÜDKE, M. Discussão do trabalho de Robert E. Stake: estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Educação e Seleção, São Paulo, n. 7, p. 19-27, 1983.
LÜDKE, M. A pesquisa qualitativa e o estudo da escola. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n. 49, p. 43-44, 1984.
LÜDKE, M. O que vale em avaliação. Educação e Seleção, São Paulo, n. 9, p. 27-36, 1984a.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
LÜDKE, M. Como anda o debate sobre metodologias quantitativas e qualitativas na pesquisa em educação. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), São Paulo, n. 64, p. 61-63, 1988.
LÜDKE, M. Combinando pesquisa e prática no trabalho e na formação de professores. Revista da Ande, São Paulo, v. 12, n. 19, p. 31-37, 1993.
LÜDKE, M.; AFONSO, A. J. Contribuição da sociologia da avaliação para a formação de professores. Suas experiências de investigação e formação no Brasil e em Portugal. In: MOREIRA, A. F. (org.). Conhecimento educacional e formação do professor: questões atuais. Campinas: Papirus, 1994.
LÜDKE, M. Sobre a socialização profissional de professores. Cad. Pesq., São Paulo, n. 99, p. 5-15, nov. 1996.
LÜDKE, M. A socialização profissional de professores em meio a interdependências e indeterminações. In: BICUDO, M. A. V.; DA SILVA JÚNIOR, C. A. (orgs.). Formação do educador. 1. ed. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996a. p. 81-90. v. 1.
LÜDKE, M. Os professores e sua socialização profissional. In: REALI, A. M. M. R.; MIZUKAMI, M. da G. N. (orgs.). Formação de professores: tendências atuais. São Carlos: EDUFSCar, 1996b. p. 25-46. v. 1.
LÜDKE, M. Pesquisa em educação: conceitos, políticas e práticas. In: GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M. de A. (orgs.). Cartografias do trabalho docente: professor(a)-pesquisador(a). 1. ed. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 23-32. v. 1.
LÜDKE, M. et al. O professor e a pesquisa. Campinas: Papirus, 2001.
LÜDKE, M. O professor, seu saber e sua pesquisa. Educação e Sociedade, Campinas, n. 74, p. 77-96, 2001a.
LÜDKE, M. A complexa relação entre o professor e a pesquisa. In: ANDRÉ, M. E. D. A. (org). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. São Paulo: Papirus, 2001b.
LÜDKE, M.; FREITAS, M. N. de C. O professor iniciante e suas estratégias de socialização profissional. In: CHAVES, E. M. (org.). Trajetórias multidisciplinares na construção do conhecimento: professores e escola em questão. 1. ed. São João Del-Rei: FUNREI, 2001c. p. 137-170. v. 1.
LÜDKE, M. Aprendendo o caminho da pesquisa. In: FAZENDA, Ivani (org.). Novos enfoques da pesquisa educacional. 6. ed. Campinas: Cortez, 2001d. p. 35-50. v. 1.
LÜDKE, M.; MEDIANO, Z. Avaliação na escola de 1º grau: uma análise sociológica. Campinas: Papirus, 2002.
LÜDKE, M. A pesquisa e o professor da educação básica na visão de professores da universidade. Relatório de Pesquisa. Rio de Janeiro: Departamento de Educação, PUC-Rio, 2002a.
LÜDKE, M. Novos Enfoques da Pesquisa em Didática. In: CANDAU, V. M. (org.). A Didática em Questão. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 68-80.
LÜDKE, M.; BOING, L. A. Caminhos da profissão e da profissionalidade docentes. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 89, p. 1159-1181, 2004a.
LÜDKE, M. A pesquisa em educação ao encontro de sua complexidade. In: SILVA, A. M. M. et al. (orgs.). Educação formal e não formal, processos formativos, saberes pedagógicos: desafios para a inclusão social. 1. ed. Recife: Edições Bagaço, 2006. p. 413-424. v. 1.
LÜDKE, M.; BOING, L. A. O trabalho docente nas páginas de Educação & Sociedade em seus (quase) 100 números. Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, p. 1179-1201, 2007.
LÜDKE, M. A pesquisa do professor e a construção do conhecimento em didática. In: TRAVERSINI, E. E.; PERES, E.; BONIN, I. (orgs.). Trajetórias e processos de ensinar a aprender: didática e formação de professores. 1. ed. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008. p. 17-765. v. 1.
LÜDKE, M. Ce qui compte comme recherche. Recherche et Formation, Paris, n. 59, p. 11-25, 2008a.
LÜDKE, M.; CRUZ, G. B. da ; BOING, L. A. A pesquisa do professor da educação básica em questão. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, p. 456-468, 2009.
LÜDKE, M. O que conta como pesquisa? São Paulo: Cortez, 2009a.
LÜDKE, M.; RODRIGUES, P. A. M.; PORTELLA, V. C. O mestrado como via de formação de professores da educação básica para a pesquisa. RBPG — Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, DF, v. 9, p. 59-83, 2012.
LÜDKE, M. Educação e pesquisa qualitativa no Brasil. In: SOUZA, D. N. de; COSTA, A. P.; SOUZA, F. N. de. (orgs.). Investigação Qualitativa: Inovação, Dilemas e Desafios. 1. ed. Oliveira de Azeméis: Ludomedia, 2016. p. 77-104. v. 3.
MARCELO, C. G. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 1999.
NÓVOA, A. (org.). Profissão professor. Portugal: Porto Editora, 1991.
NÓVOA, A. Formação de professor e profissão docente. In: NÓVOA, A. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
(omitido por anonimato)
SCHÖN, D. The reflective practitioner. Londres: Temple Smith, 1983.
STENHOUSE, L. An introduction to curriculum research and development. Londres: Heinemann, 1975.
YOUNG, M. Knowledge and control. Londres: Collier-Mac-Millan, 1971.
YOUNG, M. Bridging the theory practice divide: an old problem in a new context. Educational and Child Psychology, Londres, v. 7, n. 3, 1990.
ZEICHNER, K. Para além da divisão entre professor-pesquisador e pesquisador acadêmico. In: GERALDI, C. M. G.; FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M. A. (orgs.) Cartografias do trabalho docente. Campinas: Mercado das Letras, 1998
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Editora Universitária Champagnat

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O(s) autor(es) transfere(m), por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.