A monitoria nos institutos federais

concepções de estudantes e docentes do ensino médio integrado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.077.AO01

Resumo

Este artigo aborda as concepções de estudantes monitores e docentes orientadores de um instituto federal, visando conhecer a monitoria pelos olhos daqueles que a vivenciam, ou, melhor, desvelar o que eles entendem sobre a monitoria, como são desenvolvidas as atividades, as motivações para participar, as contribuições oferecidas e as formas de divulgação do programa. Por meio de uma pesquisa qualitativa de natureza descritivo-explicativa, os dados foram coletados por meio de entrevista e analisados a partir da perspectiva da análise de conteúdo. Os dados evidenciam que a maioria dos participantes entende a monitoria como um instrumento de ajuda que beneficia alguns atores. Para muitos, essa ajuda significa “tirar dúvidas” dos demais estudantes. Compreendem ainda que o único objetivo do programa é prestar apoio ao aprendizado do estudante, não percebendo a monitoria como possibilidade de atividade extracurricular que colabore com a formação plena dos estudantes monitores. Conclui-se que, não basta aos atores saber da existência da monitoria, é preciso também conhecer os benefícios, as possibilidades oferecidas, e entendê-la como um importante instrumento de apoio ao ensino, à aprendizagem, à permanência e ao êxito. Logo, além de implementar um programa, é preciso acompanhá-lo, divulgá-lo, avaliá-lo e discutir sobre ele reflexivamente, dada a sua importância para a Educação Profissional e Tecnológica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosiane Borges de Carvalho Lemos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

É licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Toledo (Unitoledo) - Araçatuba/SP, especialista em Psicopedagogia pelo Centro Universitário de Campo Grande (Unaes) e mestra em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT/IFMS). É Técnica em Assuntos Educacionais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Campus Campo Grande, exercendo suas atividades na Faculdade de Computação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Claudio Zarate Sanavria, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul

É bacharel em Análise de Sistemas e especialista em Engenharia de Websites pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), pedagogo pelo Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN), especialista em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). É professor, pesquisador e, atualmente, Diretor-Geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) - Campus Nova Andradina, onde também coordena o NIPETI (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Estudo e Desenvolvimento em Tecnologia da Informação). Atua como secretário regional adjunto da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), Regional MS. É docente do IFMS no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) e tem experiência na área de Educação e Ciência da Computação, abordando principalmente os temas: Educação Profissional e Tecnológica, Formação de Professores, Tecnologias Educacionais e Engenharia de Software.

Referências

ALVES-MAZZOTTI, A. J. O Método nas Ciências Sociais. In: ALVES-MAZZOTI, A. J.; GEWANDSZNADJER, F. O Método nas Ciências Naturais e Sociais: Pesquisa Quantitativa e Qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira: 2001. p. 108-189.

BANDURA, A. A evolução da teoria social cognitiva. In: BANDURA, A.; AZZI, R. G. (Orgs.). Teoria social cognitiva: diversos enfoques. Porto Alegre: Artmed, 2017.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BATISTA, F. E. F. Monitoria on-line: uma experiência no ensino médio.2018. 95 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Computação Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2018.

BRASIL. Lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial

da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 dez. 2009. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm. Acesso em: 16 maio 2023.

COMÉNIO, J. A. Didáctica Magna. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1957.

CONCEIÇÃO, E. J. et al. A importância da monitoria acadêmica no processo de ensino-aprendizagem na formação dos alunos de fisioterapia e medicina: Relato de Experiência. In: CONBRACIS - CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, 2, 2017, Campina Grande – PB. Anais[...], Campina Grande: Realize Editora, p. 1-9, 2017.

CUNHA JÚNIOR., F. R. Monitoria uma possibilidade de transformação no Ensino Médio. São Paulo: Novas Edições Acadêmicas, 2015.

DORE, R.; SALES, P. E. N.; CASTRO, T. L. Evasão nos cursos técnicos de nível médio da Rede Federal de Educação Profissional de Minas Gerais. In: DORE, R. (Org.). Evasão na educação: estudos, políticas e propostas de enfrentamento. Brasília: IFB, 2014.

FARIA, J. P. A Monitoria na Escola Pública: Sentidos e Significados de Professores e Monitores. 2010. 144 p.

Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – Pontifícia Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRISON. L. M. B. Monitoria: uma modalidade de ensino que potencializa a aprendizagem colaborativa e autorregulada. Pro-Posições, Campinas-SP, v. 27, n. 1 (79), p. 133-153, jan./abr. 2016.

FRISON. L. M. B.; MORAES. M. A. C. M. As práticas de monitoria como possibilitadoras dos processos de autorregulação das aprendizagens discentes. Revista Poíesis Pedagógica, Catalão, GO, v. 8, n. 2, p. 144-158, ago./dez. 2010.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL. Planejamento Estratégico Institucional de Permanência e Êxito dos Estudantes do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul - PEIPEE. Campo Grande: IFMS, 2016. Disponível em: https://www.ifms.edu.br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/planejamento-de-permanencia-e-exito. Acesso em: 18 out. 2019.

KUENZER, A. Z. (Org.). Ensino Médio: construindo uma Proposta para os que vivem do trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

MORAN, J. Educação Híbrida: um conceito-chave para educação, hoje. In: BACICH, L.; NETO, A. T.; TREVISANI, F. M. (Org.). Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso 2015.

NATÁRIO, E. G.; SANTOS, A. A. A. Programa de monitores para o ensino superior. Estudos de Psicologia, Campinas,

v. 27, n. 3, p. 355-364, jul./set. 2010.

NUNES, J. B. C. Monitoria Acadêmica: Espaço de Formação. In: SANTOS, M. M.; LINS, N. M. (Org.). A monitoria como espaço de iniciação à docência: possibilidades e trajetórias. Natal: Edufrn, 2007. p. 45-57.

PEREIRA, J. D. Monitoria: uma estratégia de aprendizagem e iniciação à docência. In: SANTOS, M. M.; LINS, N. M.

A monitoria como espaço de iniciação à docência: possibilidade e trajetórias. Natal: Edufrn, 2007. p. 69-80.

RAMOS, M. História e política da educação profissional. Curitiba, PR: Instituto Federal do Paraná, 2014.

VIEIRA, L.R. Monitoria é tirar dúvida, não é dar aula": significações construídas em um Programa de Monitoria de uma universidade federal brasileira sob a perspectiva do construcionismo social. 132f. Dissertação (mestrado acadêmico) - Universidade Federal de Lavras, 2019.

VIGOTSKI, L. S. Psicologia pedagógica. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018a.

VIGOTSKI, L. S. Imaginação e criação na infância. São Paulo: Impressão Popular, 2018b.

VIGOTSKI, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

VIGOTSKI, L. S; Luria, A. R. Leontiev; A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 11. ed. São Paulo: Ícone, 2010.

Downloads

Publicado

2023-06-07

Como Citar

Lemos, R. B. de C., & Sanavria, C. Z. (2023). A monitoria nos institutos federais: concepções de estudantes e docentes do ensino médio integrado. Revista Diálogo Educacional, 23(77), 828–843. https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.077.AO01