O amazonês através dos memes

trabalhando o glocal nas aulas de língua portuguesa

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.7213/1981-416X.24.081.AO05

Résumé

Este trabalho tem como objetivo geral salientar a importância do ensino da língua portuguesa numa perspectiva glocal, a partir de memes que evidenciam a variedade linguística amazonense, no contexto escolar contemporâneo do Ensino Médio. Desta forma, este escrito promove reflexões acerca das transformações sociais – tecnológica, comunicativa, linguística e cultural – que impactam diretamente na atividade de ensino e aprendizagem escolar. Para tanto, tomou-se por base os estudos e reflexões sobre o ensino da língua portuguesa na contemporaneidade (BAGNO, 2002; FREIRE, 2003; ROJO, 2012; BARBOSA, 2022); e sobre os conceitos operacionais utilizados ao longo da pesquisa: glocal, meme e amazonês (SILVA, SARTORI, MARTINI, 2017; SHIFMAN, 2014; FREIRE, 2011; FREIRE, 2020). Ademais, quanto aos procedimentos metodológicos, este escrito ancora-se na abordagem qualitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013), utiliza a pesquisa bibliográfica para definir os seus principais conceitos operacionais (LAKATOS, 2018) e apresenta uma “sequência didática” com base nos escritos de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), construída a partir de memes que retratam a subjetividade amazonense e que se encontram disponíveis na rede social digital instagram, destacando um modelo de ensino da língua portuguesa inserido em uma perspectiva glocal. Obtendo resultados que apontam para a importância de formar alunos cidadãos globais, porém conscientes de suas raízes locais.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Hudson Silva de Azevedo, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Graduado em Licenciatura Plena em Letras - Língua Portuguesa e suas Literaturas (2017); Especialista em Didática do Ensino Superior (2017) pela Universidade Nilton Lins; Especialista em Mídias na Educação pela Universidade Federal do Amazonas (2019); cursando o Mestrado em Letras, na área de Teoria e Análise Linguística, ofertado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atualmente é professor da rede estadual de ensino (SEDUC - AM), atuando no Ensino Médio, na Escola Estadual Manuel Rodrigues de Souza. Áreas de interesse: literatura (nacional e amazonense), identidade cultural amazonense, competência leitora-interpretativa, estética da recepção, mídias na educação, linguagem multimodal e análise de discurso.

Sérgio Augusto Freire de Souza, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Graduado em Letras - Língua Inglesa (1990) e em Psicologia (2019) na Universidade Federal do Amazonas, concluiu o Mestrado em Letras pela Universidade Federal do Amazonas em 1998 e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas em 2005. É Professor Associado da Universidade Federal do Amazonas, onde exerceu os cargos de Chefe de Departamento, vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras e vice-coordenador do PPGL-Mestrado em letras - UFAM. Foi Subsecretário de Educação na Secretaria Municipal de Educação de Manaus de 2005 a 2007, quando coordenou a implantação do Centro Municipal de Educação Especial e o Processo Seletivo para Escolhas de Diretores - PROSED. Publicou artigos em periódicos especializados e sete livros: "Conhecendo análise de discurso", "New Citizen", "Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas", "Redação: fundamentos e práxis", "Microcontos", "Análise de Discurso: procedimentos metodológicos" e "Flores no asfalto quente: escritos". Participou de vários eventos no Brasil, entre os quais se destacam o I Festival Internacional da Floresta - FLIFLORESTA - Manaus e a 8a e 9a edição da Feira Nacional de Livros de Ribeirão Preto, em Ribeirão Preto, SP. Atua na área de linguística, com ênfase em ensino de línguas e análise de discurso. É líder do Grupo de Pesquisas Discurso e Práticas Sociais e membro do LAPCRI, Laboratório de Psicanálise, Clínica e Criação vinculado à Universidade Federal do Amazonas. Suas áreas de atuação científica são o ensino de línguas, linguística, educação, novas tecnologias, redes sociais digitais, análise de discurso e psicanálise. Atualmente é Diretor da Editora da Universidade Federal do Amazonas - EDUA.

Références

ABREU, M. T. T. V. Desafios para a área da linguagem. Revista do programa de pós-graduação do Instituto de Letras da UFF. Gragoatá. Niterói, v. 19, n. 36, p. 63-79. 2014.

BAGNO, M. Língua materna: letramento, variação e ensino / Marcos Bagno, Gilles Gagné, Michael Stubbs. – São Paulo: Parábola Editorial, 2002.

BARBOSA, P. R. Base Nacional Comum Curricular: um estudo sobre os gêneros textuais. 2022. Tese (Doutorado em Língua Portuguesa) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2022.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 25 mai. 2023.

COSTA, C. S. A educação para a cidadania global: uma experiência no 6º ano do ensino fundamental a partir do educar pela pesquisa. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

DA ROSA, D. P.; CORBANI, C. T. O gênero textual meme no ensino de Língua Portuguesa. Caderno Intersaberes, v. 10, n. 25, p. 33-46, 2021.

DAWKINS, R. O Gene egoísta. Tradução de Rejane Rubino. São Paulo. Companhia das Letras. 2007.

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências Didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, p. 81-108, 2004.

FARIAS, M. L. de et al. Variedades linguísticas & o ensino da língua portuguesa: contribuições para o combate ao preconceito linguístico. Anais: VIII CONEDU. Campina Grande: Realize Editora, 2022.

FREIRE, J. R. B. Rio Babel: a história das línguas na Amazônia. – Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

FREIRE, S. Amazonês: termos e expressões usados no Amazonas. – 3. Ed. – Manaus: Valer, 2020.

FREIRE, S. Janus, o caboclo high-tech: discursos fundadores e a cultura em Manaus. Trabalho apresentado na SBPC Manaus. Manaus, 27 de maio, 2009

LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho Científico. – 8 ed. – [3. reimp.] São Paulo: Atlas, 2018.

MACHADO, S. C.; DE SOUZA, A.S. R. Desafios das escolas contemporâneas: impactos do letramento digital na formação de estudantes da Geração Z. Linguagens, Educação e Sociedade. v. 27, n. 53, p. 96-117, 2023.

MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. São Paulo: Cortez, 2010.

MORIN, E. Os setes saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgar de Assis Carvalho. – 12. Ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2007.

NUNES, R. C. Mídias aplicadas na educação e AVEA. – 2 ed. rev. Florianópolis: IFSC, 2013.

OLIVEIRA, G. S. Memes e semiose na web: uma perspectiva ecossistêmica dos processos de comunicação na cultura contemporânea. 2019. 159 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

ROJO, R. H. R. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos / Roxane Rojo, Jacqueline Barbosa. – 1. Ed. – São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

ROJO, R. Pedagogia dos Multiletramentos. In: ROJO, R.; MOURA, E. (Org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, p. 11–31, 2012.

SANTOS, W. Q. dos. A gramática das construções mêmicas da Internet no português do Brasil: uma interface da Gramática Sistêmico-Funcional e da Gramática do Design Visual. 2020. 186 f. Tese (Doutorado em Linguística do Programa de Pós-Graduação em Linguística) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020.

SENA, O. Palavra poder e ensino da língua – 2.ª ed. / Odenildo Sena. – Manaus: Editora Valer, 2001.

SILVA, B. D.; SARTORI, A. S.; MARTINI, R. G. As tecnologias de informação e comunicação como agentes de integração do currículo com a glocalidade. Revista Observatório, Universidade Federal de Tocantins, Palmas, v. 3, n. 4, pp. 387-406, 2017.

SILVA, B. A Glocalização da Educação: da escrita às comunidades de aprendizagem. In: O particular e o global no virar do milénio: cruzar saberes em educação. Actas do 5º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, p. 779-788, 2002.

SILVA, S. A. S. Língua portuguesa e multiletramentos: diálogo possível na Base Nacional Comum Curricular do novo Ensino Médio?. 2022. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2022.

SHIFMAN, L. Memes in digital culture. Massachusetts, EUA: MIT Press, 2014.

VALE, L. F. Memes: do espaço virtual à sala de aula. 2019. 91 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.

Téléchargements

Publiée

2024-06-06

Comment citer

de Azevedo, H. S., & de Souza, S. A. F. (2024). O amazonês através dos memes: trabalhando o glocal nas aulas de língua portuguesa. Revista Diálogo Educacional, 24(81). https://doi.org/10.7213/1981-416X.24.081.AO05