CLIMAS DE FORMAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE UM QUADRO CONCEITUAL ADEQUADO AO ESTUDO DA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Autores

  • Leanete Thomas Dotta Universidade do Porto (UP), Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Porto
  • Amélia Lopes Universidade do Porto (UP), Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Porto

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.15.044.AO01

Resumo

As fortes mudanças que têm ocorrido em relação à educação superior — nomeadamente a insistência na relevância social da formação para a atividade profissional e o emprego — têm resultado numa maior importância dada aos ambientes de formação. A ideia orientadora é a de que a aprendizagem efetiva depende também de um conjunto de oportunidades de aprendizagem que vão para além do que o professor possa fornecer aos estudantes numa aula. As denominações adotadas e os conceitos utilizados para o estudo desses ambientes são diversos — “clima organizacional”, “cultura organizacional”, “clima de escola”, “cultura espistêmica”, “paisagem do conhecimento profissional”, entre outros — e captam, cada um à sua maneira, aspectos parciais do campo em estudo. Tomando como ponto de partida uma revisão de literatura sobre os referidos conceitos e o estabelecimento de relações entre eles, pretende-se apresentar um quadro teórico-conceitual que denominamos “Climas de formação profissional”, que tem o potencial de fornecer elementos para uma análise sistêmico-ecológica das complexidades inerentes aos processos formativos de profissionais na educação superior, independente da área de formação.

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Publicado

2015-07-13

Como Citar

Thomas Dotta, L., & Lopes, A. (2015). CLIMAS DE FORMAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE UM QUADRO CONCEITUAL ADEQUADO AO ESTUDO DA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. Revista Diálogo Educacional, 15(44), 197–221. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.15.044.AO01