CLIMAS DE FORMAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE UM QUADRO CONCEITUAL ADEQUADO AO ESTUDO DA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Auteurs

  • Leanete Thomas Dotta Universidade do Porto (UP), Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Porto
  • Amélia Lopes Universidade do Porto (UP), Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Porto

DOI :

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.15.044.AO01

Résumé

As fortes mudanças que têm ocorrido em relação à educação superior — nomeadamente a insistência na relevância social da formação para a atividade profissional e o emprego — têm resultado numa maior importância dada aos ambientes de formação. A ideia orientadora é a de que a aprendizagem efetiva depende também de um conjunto de oportunidades de aprendizagem que vão para além do que o professor possa fornecer aos estudantes numa aula. As denominações adotadas e os conceitos utilizados para o estudo desses ambientes são diversos — “clima organizacional”, “cultura organizacional”, “clima de escola”, “cultura espistêmica”, “paisagem do conhecimento profissional”, entre outros — e captam, cada um à sua maneira, aspectos parciais do campo em estudo. Tomando como ponto de partida uma revisão de literatura sobre os referidos conceitos e o estabelecimento de relações entre eles, pretende-se apresentar um quadro teórico-conceitual que denominamos “Climas de formação profissional”, que tem o potencial de fornecer elementos para uma análise sistêmico-ecológica das complexidades inerentes aos processos formativos de profissionais na educação superior, independente da área de formação.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ADEOGUN, A. A.; OLISAEMEKA, B. U. Influence of school climate on students’ achievement and teachers’ productivity for sustainable development. US-China Education Review , v. 8, n. 4, p. 552-557, 2011.

ALARCÓN, R. H.; CEA, B. G. A. Diseño y validacion de un modelo de medicino del clima organizacional basado en percepciones y expectativas. Revista Ingeniería Industrial , v. 6, n. 1, p. 39-54, 2007.

ANDERSON, C. S. The search for school climate: a review of the research. Review of Educational Research , v. 52, n. 3, p. 368-420, 1982.

BADONI, S. C. A study of the organizational climate in relation to job satisfaction of senior secondary school teachers of Haridwar District in Uttarakhand. International Journal of Education & Allied Sciences , v. 2, n. 2, p. 1-18, 2010.

BENAVENTE, A. Escola, professoras e processos de mudança . Lisboa: Livros Horizonte, 1990.

BOYD, P. Professional education: resolving tensions around the value of diferente types of knowledge in teacher and nurse education. In.: LOPES, A. (Org.). Formação inicial de professores e enfermeiros : identidades e ambientes. Porto: Mais Editora, 2013. p. 135-152.

BRUNNER, J. J. Nuevas demandas y sus consecuencias para la educación superior en América Latina. In.: CENTRO INTERUNIVERSITARIO DE DESARROLLO – CINDA. Políticas públicas, demandas sociales y gestión del conocimiento . Santiago de Chile, 2003. p. 13-78.

CAMPOS, K. C. de L. Análise do clima organizacional do curso de psicologia de uma universidade comunitária. Psicologia Escolar e Educacional , v. 6, p. 123-131, 2002.

CETINA, K. K. Culture in global knowledge societies: Knowledge cultures and epistemic cultures. Interdisciplinary Science Reviews , v. 32, n. 4, p. 361-375, 2007.

CLANDININ, D. J. Storied lives on storied landscapes: ten years later. Curriculum and Teaching Dialogue , v. 4, n. 1, p. 1-4, 2002.

CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Teachers’ professional knowledge landscapes. In: SOLTIS, J. F. (Ed.). Advances in contemporary educational thought series . New York: Teachers College Press, 1995.

CLANDININ, D. J.; CONNELLY, M. Knowledge, narrative and self-study: international handbook of self-study of teaching and teacher education practices. Springer International Handbooks of Education , v. 12, n. 2, p. 575-600, 2004.

CLANDININ, D. J.; HUBER, M. Shifting stories to live by interweaving the personal and professional in teachers’ lives. In: BEIJAARD, D. et al. (Ed.). Teacher professional development in changing conditions . Dortrecht: Springer, 2005. p. 43-59.

DOTTA, L. T. A autonomia dos estudantes na paisagem do conhecimento profissional – o caso da escola superior de educação do Instituto Politécnico do Porto. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 11., 2013, Curitiba. Anais … Curitiba: PUCPR, 2013. p. 7454-7467.

GARCÍA ÁLVAREZ, C. M. Una aproximación al concepto de cultura organizacional. Universitas Psychologica , v. 5, n. 1, p. 163-174, 2006.

GUILE, D. O que distingue a economia do conhecimento? Implicações para a educação. Caderno de Pesquisas , v. 38, n. 135, p. 611-636, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v38n135/v38n135a04.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2012.

HAYES, A. A reappraisal of the Halpin-Croft model of the organizational climate of schools. In: AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION ANNUAL MEETING, 1973. Anais … New Orleans, 1973.

HELLRIEGER, D.; SLOCUM, J. Organizational climate: measures, research and contingencies. The Academy of Management Journal , v. 17, n. 2, p. 255-280, 1974.

HOY, W.; SMITH, P. A.; SWEETLAND, S. R. The development of the organizational climate index for high schools: its measure and relationship to faculty trust. High School Journal , v. 86, n. 2, p. 38-49, 2002.

KOZLOWSKI, S. W.; HULTS, B. M. An exploration of climates for technical updating and performance. Personnel Psychology , v. 40, p. 539-563, 1987.

LATHER, A. S. Role and importance of training climate for effective training programs. Enterprise Risk Management , v. 1, n. 1, p. 72-82, 2009.

LAVIAN, R. H. The impact of organizational climate on burnout among homeroom teachers and special education teachers (full classes/individual pupils) in mainstream schools. Teachers and Teaching: Theory and Practice , v. 18, n. 2, p. 233-247, 2012.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola : teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004.

LOPES, A. Motivação e mal-estar docente. In: COLÓQUIO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, 4., 2003, Lisboa. Anais … Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, 2003. p. 93-108.

LOPES, A. Marcos e marcas das políticas de educação na (re)construção da identidade profissional dos professores portugueses: rumo a uma política pedagógica. In: ÁVILA DE LIMA, J.; PEREIRA, H. (Org.). Políticas públicas e conhecimento profissional : a educação e a enfermagem em reestruturação. Lisboa: Legis, 2008a. p. 69-112.

LOPES, A. Vale la pena formar profesores: currículos de formación inicial y identidades profesionales de base. In: PARDO, M. B.; GALZERANI, M. C.; LOPES, A. (Dir.). Una ‘nueva’ cultura para la formación de maestros : ¿es posible?. Lisboa: Legis; UNESCO; AMSE-AMCE-WAER, 2008b. p. 85-110.

LOPES, A. Dimensões formal e informal na formação inicial de professores: reflexões com base em resultados de investigação. In: SOUSA, J. M. (Org.). Educação para o sucesso : políticas e actores. Lisboa: Legis, 2008c. p. 115-123.

LOPES, A.; PEREIRA, F. Everyday life and everyday learning: the ways in which pre-service teacher education curriculum can encourage personal dimensions of teacher identity. European Journal of Teacher Education , v. 35, n. 1, p. 17-38, 2012.

LOPES, A. et al. Estudo exploratório sobre currículo de formação inicial e identidade profissional de docentes do 1º CEB: indícios sobre o papel do envolvimento dos estudantes na gestão do seu currículo de formação. Revista Portuguesa de Educação , v. 17, n. 1, p. 63-95, 2004.

LOPES, A. et al. Currículos de formación inicial, identidades profesionales de base y trayectoria profesional. Revista Española de Pedagogía , v. 236, p. 139-156, 2007.

LOPES, A. et al. Formação inicial e identidades profissionais de base no 1º CEB: o currículo faz a diferença. In: CONGRESSO GALAICO-PORTUGUÊS DE PSICOPEDAGOGIA, 8., 2005, Braga. Anais … Braga: Universidade de Braga, 2005. p. 2057-2070.

MAGALHÃES, A. A identidade do ensino superior: a educação superior e a universidade. Revista Lusófona de Educação , 7, Sep. 2009. Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2014.

MOHAN, N.; ASHOK, J. Organizational climate and attitude of teachers a co- -relational study. European Journal of Social Science , v. 22, n. 4, p. 599-610, 2011.

MORAES, M. C. A formação do educador a partir da complexidade e da transdisciplinaridade.

NÓVOA, A. Para uma análise das instituições escolares. In: NÓVOA, A. (Org.). As organizações escolares em análise . Lisboa: Dom Quixote, 1995.

THE ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT – OECD. Transition from initial education to working life. Paris, 2000. Disponível em: <http://www.oecd.org/edu/innovation-education/transitionfrominitialeducationtoworkinglifehomepage.htm#2>. Acesso em: 24 set. 2012.

OWENS, R. G.; STEINHOFF, C. R. A study of relationships between the organizational climate index and the organizational climate description questionnaire. In: ANNUAL RESEARCH CONVOCATION OF EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION OF NEW YORK STATE, 1969, Lake Kiamesha. Proceedings … Lake Kiamesha, 1969.

PATTERSON, M. G. et al. Validating the organizational climate measure: links to managerial practices, productivity and innovation. Journal of Organizational Behavior , v. 26, p. 379-408, 2005.

SALAZAR ESTRADA, J. G. et al. Clima y cultura organizacional: dos componentes esenciales en la productividad laboral. Acimed , v. 20, n. 4, p. 67-75, 2009.

SCHEIN E. La cultura empresarial y el liderazgo . Barcelona: Plaza & Janes, 1988.

SCHEIN, E. Organizational culture and leadership . San Francisco: Jossey-Bass, 1992.

SOUSA, C.; LOPES, A. Sobre a possibilidade de identidades emancipatórias no 1º CEB: análise da formação inicial nos períodos revolucionário e da normalização. In: LOPES, A. (Coord.). De uma escola a outra : temas para pensar a formação inicial de professores. Porto: Afrontamento; CIIE, 2007. p. 79-89.

TAGIURI, R. The concept of organizational climate. In: TAGIURI, R.; LITWIN, G. H. (Ed.). Organizational climate : exploration of a concept. Boston: Harvard University, 1968.

TANNENBAUM, S. I. Enhancing continuous learning: Diagnostic findings from multiple companies. Human Resource Management , v. 30, p. 437-452, 1997.

TRACEY, J. B.; TEWS, M. J. Construct validity of a general training climate scale. Organizational Research Methods , v. 8, p. 353-374, 2005.

VIÑAO FRAGO, A. Sistemas educativos, culturas escolares y reformas : continuidades y cambios. Madrid: Morata, 2002.

WONG HO, N. W. H. Student perceptions of the school climate : a case study. 1992. Dissertação (Mestrado em Educação) — Universidade de Hong Kong, Hong Kong, 1992.

ZHANG, J.; LIU, Y. Organizational climate and its effects on organizational variables: an empirical study. International Journal of Psychological Studies , v. 2, n. 2, p. 189-201, 2010.

Téléchargements

Publiée

2015-07-13

Comment citer

Thomas Dotta, L., & Lopes, A. (2015). CLIMAS DE FORMAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE UM QUADRO CONCEITUAL ADEQUADO AO ESTUDO DA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. Revista Diálogo Educacional, 15(44), 197–221. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.15.044.AO01