REFORMA E RECONTEXTUALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS:O PAPEL DOS COORDENADORES PEDAGÓGICOS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Maria Inês Marcondes Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ- Brasil.
  • Vania Finholdt Angelo Leite Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ- Brasil.
  • Ana Cristina Prado de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ- Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.5907

Resumo

No Brasil, desde a década de 1990 propostas educacionais têm privilegiado a definição de conteúdos mínimos nacionais, a extensão do tempo de aprendizagem e a aplicação de avaliações externas visando à melhoria da qualidade medida basicamente pelo desempenho dos alunos. No quadro da gestão das escolas de ensino fundamental e médio o coordenador pedagógico tem sido visto como figura central na mediação entre Secretaria de Educação e os professores da escola exercendo funções pedagógicas relacionadas ao desenvolvimento profissional do corpo docente e um trabalho político de implementação dos princípios da reforma. Nesse texto apresentamos dados de uma pesquisa focalizando a atuação de dois coordenadores buscando responder aos seguintes questionamentos: 1) Qual o sentido e o propósito pedagógico e político da atuação do coordenador junto aos professores de duas (2) escolas na busca da qualidade de ensino? 2) Como os coordenadores atuam no trabalho de desenvolvimento profissional dos professores em escolas pautadas por avaliações externas? Quanto ao aspecto metodológico, o estudo baseou-se em observação de reuniões e entrevista com os coordenadores em escolas na cidade do Rio de Janeiro. Como conclusões, nas duas escolas, os coordenadores revelam que há uma recontextualização das políticas havendo uma aceitação parcial delas por parte dos professores. Os professores são críticos em relação a efetiva melhoria da qualidade do ensino. Na escola A as mudanças são atendidas e vistas como políticas temporárias enquanto que na escola B as mudanças são atendidas a medida que não comprometam o projeto pedagógico da escola que envolve leitura e escrita. 

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Publicado

2012-07-07

Como Citar

Marcondes, M. I., Finholdt Angelo Leite, V., & Prado de Oliveira, A. C. (2012). REFORMA E RECONTEXTUALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS:O PAPEL DOS COORDENADORES PEDAGÓGICOS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO. Revista Diálogo Educacional, 12(35), 185–207. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.5907