A fabricação da disciplina escolar Português
DOI:
https://doi.org/10.7213/rde.v11i34.4513Resumen
O objetivo do presente trabalho é realizar uma breve reflexão sobre o surgimento e a ascensão da disciplina escolar Português, responsável pelo ensino formal da língua materna nas escolas. Nesse sentido, destacaremos discussões sobre a fabricação de um espaço/tempo para que os alunos aprendam a se apropriar dos saberes escolares e metadiscursos sobre a língua escrita. Ao nos basear nos estudos sobre as disciplinas escolares, apresentamosuma interpretação sobre o surgimento da disciplina escolar Português (na escola secundária) no âmbito de uma política linguística iluminista dos séculos XVIII e XIX, queenvolve aspectos dos processos de gramaticalização e escolarização da língua materna como um projeto imprescindível de identidade nacional. Em seguida, destacaremos alguns aspectos que reconfiguram a disciplina Português no século XX, com destaque para a construção dos programas oficiais e para a relação entre os estudos acadêmicos sobre o ensino de língua materna e as políticas públicas (PCN, PNLD, PNBE, etc.).Descargas
Citas
ANGELO, G. Revisitando o ensino tradicional de língua portuguesa. 2005.
f. Tese (doutorado em Linguística Aplicada) – Universidade de Campinas, Campinas, 2005.
AUROUX, S. A revolução tecnológica da gramaticalização. Campinas: Ed. da Unicamp, 1992.
BAGNO, M. Língua, história e sociedade. In: BAGNO, M. (Org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002.
BATISTA, A. A. G. Aula de português: discurso e saberes escolares. São Paulo: M. Fontes, 1997.
BOTO, C. Aprender a ler entre cartilhas: civilidade, civilização e civismo pelas lentes do livro didático. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30 n. 3, p. 493- 511, set./dez. 2004.
BUNZEN, C. Dinâmicas discursivas na aula de português: os usos do livro didático e projeto didáticos autorais. 2009. 227 f. Tese (Doutorado em Linguistica Aplicada) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
CASAGRANDE, N. dos S.; BASTOS, N. M. O. B. Ensino de língua portuguesa e políticas lingüísticas: século XVI e XVII. In: BASTOS, N. M. O. B. (Org.). Língua portuguesa: uma visão em mosaico. São Paulo: EDUC/PUC-SP, 2002.
CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Teoria e Educação, Porto Alegre, n. 2, p. 177-229, 1990.
DIONISIO, M. de L. A construção escolar de comunidades de leitores.
Coimbra: Livraria Almedina, 2000.
FACCINA, R. Políticas linguísticas e ensino de língua portuguesa: da
República Velha à Constituição de 1934. 2000. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Doutorado/Letras/Publicacoes/Artigo_RoseFaccina_PoliticasLinguisticaseEnsinoLP.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2007.
FARACO, C. A. As sete pragas do ensino de português. In: GERALDI, J. W. (Org.). O texto na sala de aula: leitura & produção. 3. ed. Cascavel: ASOESTE, 1984.
FARACO, C. A. Por uma pedagogia da variação lingüística. In: CORREA, D. A. (Org.). A relevância social da linguística: linguagem, teoria e ensino. São Paulo: Parábola Editorial; Ponta Grossa: Editora da UEPG, 2007.
FREGONEZI, E. Conteúdo programático de Língua Portuguesa. In: FREGONEZI, E. Elementos de ensino de língua portuguesa. São Paulo: Arte e Ciência, 1999.
GERALDI, J. W.; SILVA, L.; FIAD, R. Lingüística, ensino de língua materna e formação de professores. In: DELTA, v. 12, n. 2, p. 307-326, 1996.
GUIMARÃES, E. Multilinguismo: divisões da língua e ensino no Brasil.
Campinas: CEFIEL/IEL, 2005.
HAIDAR, M. de L. M. O ensino secundário no Império Brasileiro. São Paulo: Edusp, 1972.
HILSDORF, M. L. S. História da educação brasileira: leituras. 2. ed. São Paulo:Pioneira Thomson Learning, 2005.
ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.
LAURIA, M. P. Livro didático de português: entre as concepções de ensino, trilhos da lei e as sendas do texto. 2004. 425 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
MARINHO, M. Discursos sobre a língua nos currículos de final do século. In: BARRETO, E. S. S. et al. Os currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998.
PFROMM NETO, S.; et al. O livro na Educação. Rio de Janeiro: Primor/Instituto Nacional do Livro, 1974.
PIETRI, E. de. A constituição do discurso da mudança no ensino de língua portuguesa. 2003. Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
RANGEL, E. Livro didático de língua portuguesa: o retorno do recalcado. In: DIONÍSIO, A.; BEZERRA, M. A. (Org.). O livro didático de Português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
RAZZINI, M. de P. G. O espelho da nação: a Antologia Nacional e o ensino de português e de literatura. 2000. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
ROJO, R. Modos de transposição didática dos PCNs às práticas de sala de aula: progressão curricular e projetos. In: Rojo, R. (Org.). A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: EDUC; Campinas: Mercado de Letras, 2000.
ROJO, R; CORDEIRO, G. S. Apresentação: gêneros orais e escritos como objetos de ensino: modo de pensar, modo de fazer. In: SCHNEUWLY, B; DOLZ, J. (Org.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
ROJO, R. Gêneros de discurso/texto como objeto de ensino de línguas: retorno ao trivium? In: SIGNORINI, I. (Org.). [Re]discutir texto, gênero e discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
SIGNORINI, I. A questão da língua legítima na sociedade democrática: um desafio para a linguística aplicada contemporânea. In: LOPES, L. P. da M. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
SOARES, M. Português na escola: história de uma disciplina curricular. In: BAGNO, M. (Org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002.
ZILBERMAN, R. No começo, a leitura. Em Aberto, Brasília, n. 69, ano 16, 1996.
ZOTTI, S. Sociedade, educação e currículo no Brasil: dos jesuítas aos anos de 1980. Campinas: Autores Associados, 2004.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
O(s) autor(es) transfere(m), por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.