Representações sociais de ingressantes de Pedagogia sobre creche e pré-escola: um estudo em quatro Estados brasileiros

Autores/as

  • Lenira Haddad Doutora em Educação, professora adjunta da Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL, Brasil.
  • Maria Helena Cordeiro Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, SC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v11i32.4069

Resumen

A educação infantil engloba dois tipos de atendimento que se desenvolveram paralelamente, firmados em distintas tradições, identidades e inserções administrativas. No Brasil, a LDB/96 redefine creche e pré-escola de forma a diferenciá-las apenas quanto à faixa etária atendida (0 a 3 anos e 4 a 5 anos, respectivamente), atribuindo a ambas as ações de cuidar e educar, em período parcial ou integral. No entanto, essa compreensão de suas funções não é partilhada no senso comum, o que perpetua a cisão da educação infantil, aproximando educação e escolarização, de um lado, e cuidado e custódia, do outro. Assim, buscamos na Teoria das Representações Sociais de Moscovici as ferramentas teórico-metodológicas para a compreensão do senso comum sobre a creche e a pré-escola. Participaram desta pesquisa 368 estudantes ingressantes nos cursos de Pedagogia de quatro universidades de quatro Estados brasileiros: 194 da UFAL (Alagoas); 67 da UFMT (Mato Grosso); 68 da Unesp (Presidente Prudente, SP) e 39 da UFMS (Mato Grosso do Sul). Este artigo aborda os resultados encontrados com a técnica de associação livre das palavras creche e pré-escola e das questões fechadas de um questionário que comparavam essas etapas da educação infantil. Para a grande maioria dos sujeitos investigados, creche e pré-escola são diferentes, mas não no sentido dado oficialmente e sim pelas funções tradicionalmente atribuídas a essas instituições, confirmando que elas exercem uma função organizadora das RS sobre o trabalho da professora de EI, afetando as imagens que as acadêmicas constroem sobre o trabalho desse profissional.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABRIC, J. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, A. S. P.; OLIVEIRA, D. C. (Org.). Estudos interdisciplinares de representação social. 2. ed. Goiânia: Ed. AB, 2000. p. 27-38.

ANDRADE, D. B. da S. F.; SANTOS, M. F. dos. O outro do adulto e do professor: representações sociais sobre criança, segundo licenciados de Pedagogia da UFMT. Nuances: Estudos sobre Educação, v. 16, n. 17, p. 105-117, jan./dez. 2009.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Ofi cial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. p. 27833. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75723>. Acesso em: 23 jul. 2009.

CORDEIRO, M. H.; HADDAD, L. A especifi cidade do trabalho da professora de educação infantil: implicações teóricas e metodológicas para a pesquisa em representações sociais. 2011. No prelo.

DEMATHÉ, T. M. Representação social das professoras de educação infantil de Corupá sobre infância. 2007. 97 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2007.

DEMATHÉ, T. M.; CORDEIRO, M. H. Representações sociais sobre infância: um estudo com pais e educadoras da Educação Infantil. Nuances: Estudos sobre Educação, v. 16, n. 17, p. 119-133, jan./dez. 2009.

FERNANDES, M. Z. Representação social do bom professor da educação

infantil. 2004. 138 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2004.

HADDAD, L. A ecologia do atendimento infantil: construindo um modelo

de sistema integrado de cuidado e educação. 1997. 327 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.

HADDAD, L. An Integrated Approach to Early Childhood Education and

Care. São Paulo: EDUCERE, 2002. Disponível em: <http://www.childcarecanada.org/pubs/op16/op16.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2009.

HADDAD, L. Políticas integradas de educação e cuidado infantil: desafi os, possibilidades e armadilhas. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 129, p. 519-546, set./dez., 2006.

MENIN, M. S. de S. O aspecto normativo das representações sociais: comparando concepções. Revista de Educação Pública, v. 16, n. 30, p. 121-135, jan./abr. 2007.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

ONGARI, B.; MOLINA, P. A educadora de creche: construindo suas identidades. São Paulo: Cortez, 2003.

PACHECO, A. A representação social de brincar e aprender para acadêmicas do curso de Pedagogia: habilitação em educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. 2005. 122 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005.

SALES, S. A. da C. “Falou, ta falado!” As representações sociais docentes

sobre infância, criança, educação infantil e papel do professor. 2007.

f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.

VERGÈS, P. Ensemble de programmes permettant lanalyse des evocations: Manuel version 2.00. Aix-en-Provence: Laboratoire Méditerranée en Sociologie, 2000.

Publicado

2011-07-07

Cómo citar

Haddad, L., & Cordeiro, M. H. (2011). Representações sociais de ingressantes de Pedagogia sobre creche e pré-escola: um estudo em quatro Estados brasileiros. Revista Diálogo Educacional, 11(32), 15–35. https://doi.org/10.7213/rde.v11i32.4069