Representações sociais: a historicidade do psicossocial

Autores

  • Lúcia Pintor Santiso Villas Bôas Universidade Metodista, Programa de Pós-Graduação em Educação, São Bernardo do Campo, SP - Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.042.AO04

Resumo

Este texto pretende discutir a historicidade das representações sociais como aspecto fundamental para a compreensão da reapropriação, na contemporaneidade, de significados historicamente consolidados. Para tanto, considera que as representações sociais são resultado, de um lado, da reapropriação de conteúdos advindos de períodos cronológicos distintos e, de outro, daqueles gerados por novos contextos. Assim, são discutidas, sinteticamente, questões ligadas ao conteúdo e à estrutura representacional, à história do grupo e à memória social de modo a apontar a complexidade da dimensão histórica na tessitura das representações sociais. O artigo se encerra com uma pesquisa que ilustra as possibilidades de análise dessa historicidade.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ÁLVAREZ, J. El contexto social y teórico del surgimiento de la teoría de las representaciones sociales. In: ROMERO, E. (Ed.). Representaciones sociales: atisbos, cavilaciones del devenir de cuatro décadas. México: Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, 2004. p. 29-53.

BERTRAND, V. Dimension historique des représentations sociales: l’exemple du champ sémantique de la notion d’exclusion. Bulletin de Psychologie, v. 55, n.5, p. 497-502, sept./oct. 2002.

CARRETERO, M. et al. Ensinar história em tempos de memória. In: CARRETERO, M. et al. (Org.). Ensino da história e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 13-30.

CARVALHO, J. M. O motivo edênico no imaginário social brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 13, n. 38, out. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-9091998000300004&script=sci_arttext&tlng=>. Acesso em: 18 set. 2012.

CASTORINA, J. A. Um encontro de disciplinas: a história das mentalidades e a psicologia das representações sociais. In: CARRETERO, M. et al. (Org.). Ensino da história e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 75-88.

CELSO, A. Porque me ufano do meu paiz. Rio de Janeiro: Laemmert & C. – Editores, 1901.

GADAMER, H-G. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 2 v. (Pensamento humano).

GUIMELLI, C.; REYNIER, J. Structuration progressive d’une représentation sociale: la représentation de l’infirmière. In: ROUQUETTE, M-L.; GARNIER, C. (Dir.). La genèse des représentations sociales. Montréal: Nouvelles, 1999. p. 171-181.

GURZA, A.. Vida pública e identidade nacional: leituras brasileiras. São Paulo:Globo, 2004.

HAAS, V.; JODELET, D. Pensée et mémoire sociales. In: PÉTARD, J-P. (Dir.). Psychologie sociale. 2. ed. Rosny: Bréal, 2007. p. 117-162.

JODELET, D. Pensée sociale et historicité. Technonogies, Idéologies, pratiques, numéro spécial Psychisme et histoire, v. 8, n. 1-4, p. 395-405, 1989.

KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006.

MACEDO, J. M. de. Lições de historia do Brasil: para uso nas escolas de instrucção primaria. Paris: Garnier, 1905. Publicado originalmente em 1864.

MARTIUS, C. F. P. von. Como se deve escrever a história do Brasil. In: MARTIUS, C. F. P. von. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1982. Transcrito da Revista Trimestral de História e Geografia ou Jornal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 24, jan. 1845.

MOLINER, P. Formation et stabilisation des représentations sociales. In: MOLINER, P. (Dir.). La dynamique des répresentations sociales: pourquoi et comment les représentations se transforment-elles?. Grenoble: Presses Universitaires de Grenoble, 2001. p. 15-41.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003.

NORA, P. (Dir.). Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1984. v. 1

ORTIZ, R. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2006.

RICOEUR, P. La mémoire, l´histoire et l´oubli. Paris: Le Seuil, 2000.

ROUSSIAU, N.; BONARDI, C. Quelle place occupe la mémoire sociale dans le champ des représentations sociales? In: LAURENS, S.; ROUSSIAU, N. (Dir.). La mémoire sociale: identités et représentations sociales. Rennes: PUR, 2002. p. 33-49.

SHUMWAY, N. La invención de la Argentina: historia de una idea. Trad. César Aira. 6. ed. Buenos Aires: Emecé Editores, 2005.

SOUSA, C. P.; ARRUDA, A. (Coord.). Imaginário e representação social de jovens universitários sobre o Brasil e a escola brasileira. Relatório de pesquisa apresentado à Fapesp. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 2006. Mimeografado.

VARNHAGEN, F. A. de. História geral do Brasil: antes de sua separação e independência de Portugal. 8. ed. integral. São Paulo: Melhoramentos/MEC, 1975. 5 v. Originalmente publicado em 1854.

VILLAS BÔAS, L. P. S. Brasil: ideia de diversidade e representações sociais. São Paulo: Annablume, 2010.

Downloads

Publicado

2014-07-12

Como Citar

Pintor Santiso Villas Bôas, L. (2014). Representações sociais: a historicidade do psicossocial. Revista Diálogo Educacional, 14(42), 585–603. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.042.AO04