O Ensino Médio e suas incertezas: Representações Sociais e a construção de Projetos de Vida
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.25.084.DS07Resumo
Este artigo relata uma investigação com 113 estudantes do Ensino Médio de cinco escolas públicas paulistas, buscando analisar as Representações Sociais (RS) relacionadas ao componente obrigatório “Projeto” de Vida. A pesquisa investigou como esses jovens se veem no presente e projetam suas expectativas para um futuro demarcado em 5 e 10 anos. A fundamentação teórica integrou a Teoria das Representações Sociais (TRS) com estudos sobre Imagem. A metodologia de triangulação de Apostolidis (2006) foi adotada, utilizando-se o desenho (método Panofsky), as palavras (Técnica de Associação Livre de Palavras) e os textos (software IRAMUTEQ) como técnicas de análise e coleta de dados. Os resultados revelaram referências simbólicas nas quais o “Dinheiro” representa estabilidade e conforto; o “Trabalho” é associado à autonomia e à independência; o “Sucesso” simboliza o equilíbrio entre várias áreas da vida; e a “Faculdade” é percebida como um investimento para um futuro promissor. Entretanto, os dados também revelam que essas aspirações carecem de reflexões contínuas e propostas de ações intencionais para sua concretização, criando uma falsa ilusão de um salto direto entre o presente e o futuro, como se os próximos 5 ou 10 anos pudessem ser projetados sem uma formação que possibilite a conscientização dos processos necessários para alcançar o que se deseja.
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