Complexidade
paradigma ou epistemologia? Thomas Kuhn e Edgar Morin para além da terminologia, refletindo sobre contribuições educacionais
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.078.DS01Resumo
Paradigma e epistemologia são conceitos recorrentemente citados por estudiosos e pesquisadores que debatem a via da complexidade, dividindo-lhes a opinião sobre que concepção melhor se relaciona e mais adequadamente reflete a noção complexa em sua caraterização mais essencial. Neste artigo, então, temos como objetivo refletir sobre essa questão terminológica, buscando distinguir o termo que, em nossa opinião, melhor defina os princípios fundantes da complexidade, revelando seus propósitos e características. A partir de uma discussão sobre o conceito de paradigma e suas implicações, exploramos os matizes do que se denomina evolução paradigmática, para chegar à concepção de epistemologia e delinear suas contribuições à visão de complexidade sob o enfoque moriniano. Também refletimos sobre uma reforma do pensamento e da educação que, indicadoras de metamorfoses, podem levar à esperança da transparadigmatologia. Ao longo de nossa discussão, encaminhamos nossas considerações para as contribuições dessa argumentação para o processo ensino-aprendizagem e para a formação docente. De forma sucinta, aqui promovemos um exercício de compreensão do próprio processo de conhecimento à luz do pensamento complexo, com base em Edgar Morin, em direção ao metaponto de vista, como contribuição às ciências da Educação e da Linguística Aplicada, entre outras.
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