Justiça escolar em um contexto de contradições: as representações de estudantes de licenciatura
DOI:
https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.16.047.DS05Resumo
Este artigo analisa as representações sociais de estudantes de licenciaturas sobre a efetividade da justiça social na escola de educação básica. O tema é complexo e estudado num contexto caracterizado pelas tensões entre a inclusão da diversidade por um lado e a exclusão, por outro lado, produzida na extrema valorização dos índices avaliativos, previstos nas políticas educacionais. A formação e o trabalho de professores necessariamente requerem análises sobre a temática, motivo pelo qual se buscou obter as representações de estudantes de cursos de licenciatura sobre justiça e justiça na escola. Aspectos esses que foram sendo delineados por meio de pesquisa de abordagem qualitativa, com o uso da técnica Delphi. Dos dados sistematizados, emergiram as categorias que são analisadas com o aporte teórico das representações sociais, Dessa forma a justiça e a injustiça se tornam forças antagônicas e em contradição no corpo das políticas educacionais que podem inviabilizar a efetivação da justiça social na educação básica. Tais contradições são perceptíveis nas representações de professores em formação, indicando a necessidade de efetivação de estratégias de redistribuição e de reconhecimento nas políticas e práticas educativas.Downloads
Referências
AGUILAR, M. J.; ANDER-EGG, E.; CLASEN, J. A avaliação de serviços e programas sociais. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
AFONSO, A. J. Para uma concetualização alternativa de accountability em educação. Educ. Soc., Campinas, SP, v. 33, n. 119, p. 471-484, abr.-jun. 2012. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/es/v33n119/a08v33n119.pdf >. Acesso em: 15 dez. 2015.
BRANDÃO, C. R. Pesquisa-participar. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa participante.7. ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. p. 9-16.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2000.
BARREIRA, M. C. R. N. Avaliação participativa de programas sociais. São Paulo:Veras Editora, 2000.
DUBET, F. Os limites da igualdade de oportunidade. Tradução de Antonio Augusto Gomes Batista. Notas técnicas de Vanda Mendes Ribeiro. Cadernos Cenpec, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 171-179, dez. 2012.
DUBET, F. Injustiças: a experiência das desigualdades no trabalho. Florianópolis: Editora UFSC, 2014
DUBET, F. Entrevista con François Dubet “Casi todas las escuelas son injustas”:
EDUCACIÓN. 2 jul 2015. Disponível em: <http://www.elespectador.com/
noticias/educacion/casi-todas-escuelas-son-injustas-francois-dubet-articulo-569824>. Acesso em: dez. 2015.
ENS, R. T.; GISI, M. L. Políticas educacionais no Brasil e a formação de professores. In: ENS, R. T.; BEHRENS, M. A. (Orgs.). Políticas de formação do professor: caminhos e perspectivas. Curitiba: Champagnat, 2011. p. 25-50.
ENS, R. T.; OLIVEIRA, J. L. Educação em Direitos Humanos: intenções e desafios. In: ENS, R. T.; VILLAS BÔAS, L.; BEHRENS, M. A. (Orgs.). Espaços educacionais: das políticas docentes à profissionalização. Curitiba: Champagnat; São Paulo: FCC, 2015. p. 281-308.
EYNG, A. M. A formação do homem no processo pedagógico e sua fundamentação antropo-filosófica: um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Educação), Curitiba, 1995. (Mimeo).
ESTÊVÃO, C. V. Direitos humanos, justiça social e educação pública: repensar a escola pública como um direito na era dos mercados. In: EYNG. Ana Maria (Org.). Direitos humanos e violências nas escolas: desafios e questões em diálogo. Curitiba: Editora CRV, 2013. p. 13-28.
FRASER, N. La justicia social en la era de la política de identidad: redistribución, reconocimiento y participación. Revista de Trabajo, Año 4, n. 6, p. 83-99, ago.- dic. 2008. Disponível em:<http://www.trabajo.gob.ar/downloads/cegiot/08ago-
-dic_fraser.pdf>. Acesso em: 03 jan.2016.
FRASER, N. A justiça social na globalização: redistribuição, reconhecimento e participação
», Revista Crítica de Ciências Sociais, n.63, p. 07-20, out. 2002. Disponível
em: http://rccs.revues.org/1250; DOI: 10.4000/rccs.1250. Acesso em: 03 jan.2016.
GAMARNIKOW, E. Educação, (in)justiça social e direitos humanos: combatendo desigualdades na globalização turbocapitalista. Revista Brasileira de Educação, v. 18, n. 52, p. 189-197, jan/mar. 2013.
JODELET, D. As representações sociais: um domínio em expansão. In: JODELET, D. (Org.). As representações sociais. Tradução de Lilian Ulup. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001. p.17-44.
JOVCHELOVITCH, S. Os contextos do saber: representações, comunidade e cultura. Petrópolis. Vozes, 2008.
MAINARDES, J.; MARCONDES, M. I. Entrevista com Stephen J. Ball: um diálogo sobre justiça social, pesquisa e política educacional. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 106, p. 303-318, jan./abr. 2009. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp. br>. Acesso em: 10 abr. 2013.
MOSCOVICI, S. A representação Social da Psicanálise. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
MOSCOVICI, S. Representações Sociais: investigação em psicologia social. Tradução Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes. 2003.
SAVIANI, D. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função à profissão pela mediação da ideia. In: FERREIRA, N. S. C. (Org.). Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da formação a ação. São Paulo: Cortez, 1999. cap. 1, p.13-38.
SHIROMA, E. O. Redes sociais e hegemonia: apontamentos para estudos de políticas educacionais. In: AZEVEDO, M. L. N. de; LARA, A. M. de B. (Orgs.). Políticas para a educação: análises e apontamentos. Maringá: Eduem, 2011. p.15-38.
SHIROMA, E. O.; CAMPOS, R. F.; GARCIA, R. M. C. Decifrar textos para compreender a política: subsídios teóricos-metodológicos para análise de documentos. Revista Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 427-446, jul./dez. 2005. Disponível em:
< http://www.ced.ufsc.br/nucleos/nup/perspectiva.html>. Acesso em: 14 set. 2015.
XIMENES, S. B. Responsabilidade educacional: concepções diferentes e riscos iminentes ao direito a educação. Educação & Sociedade, Campinas, SP, v. 33, n. 119, p. 353-377, abr./jun. 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O(s) autor(es) transfere(m), por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.