"Só falta falar!" A irrelevância moral da linguagem e o argumento da sobreposição das espécies | "If they could only speak..." The moral irrelevance of language and the argument from species overlap
DOI:
https://doi.org/10.1590/2965-1557.35.e202328833Palavras-chave:
Linguagem. Status Moral. Argumento da Sobreposição das Espécies. Animais não Humanos.Resumo
O presente trabalho procurará investigar a importância moral da linguagem como condição necessária para atribuição de status moral. O problema levantado diz respeito à análise da justificação e da consistência dessa demarcação. Para tanto, o principal ponto de apoio teórico consistirá na utilização do argumento da sobreposição das espécies, comumente designado por argumento dos "casos marginais". Mesmo que se pressuponha que animais não humanos não sejam competentes do ponto de vista linguístico, haveria uma inconsistência lógica em se admitir seres humanos incapazes de linguagem na comunidade moral ao mesmo tempo em que os animais não humanos são dela excluídos.Downloads
Referências
BENTHAM, J. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, v. XXIV, 1974.
COCHRANE, A. Animal Rights Without Liberation. New York: Columbia University Press, 2012.
COHEN, Carl. The Case for the Use of Animals in Biomedical Research. The New England Journal of Medicine, n. 2, outubro de 1986, pp. 865-870.
DAVIDSON, D. Thought and Talk. In Inquiries into Truth and Interpretation. Oxford: Clarendon Press, 1984, pp. 155-179.
DESCOLA, Philippe. A antropologia da natureza de Philippe Descola. Entrevista. Topoi: Revista de História, Rio de Janeiro, v. 14, n. 27, 2013.
DeMELLO, Margo. Animals and Society: An Introduction to Human-Animal Studies. New York: Columbia University Press, 2012.
DEACON, Terrence W. Incomplete Nature: How Mind Emerged from Matter. New York, Norton, 2013.
FOX, Michael A. The Case for Animal Experimentation. Los Angeles: California University Press, 1986.
FREY, R.G. Animal Rights, Analysis, n. 37, 1977, pp. 186-189.
FREY, R.G. Interests and Rights: The Case Against Animals. Oxford: Clarendon Press, 1980.
GALVÃO, Pedro. Ética com razões. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2015.
TRINDADE, Gabriel Garmendia da. Animais como pessoas: a abordagem abolicionista de Gary L. Francione. Jundiaí: Paço Editorial, 2014.
GODLOVITCH, Stanley; HARRIS, John. Animals, Men and Morals: An Inquiry into the Maltreatment of Non-Humans. London: Grove Press, 1971.
HOLLAND, Alan. On Behalf of Moderate Speciesism. Journal of Applied Philosophy, n. 20, 1984, p. 281-91.
HORTA, Oscar. El fracaso de las respuestas al argumento de la superposición de especies. Astrolabio. Núm. 10, 2010, p. 55-84.
HORTA, Oscar. What is Speciecism? Journal of Agricultural and Environmental Ethics, v. 23, n. 3, 2010, pp. 243-266.
HORTA, Oscar. The Scope of the Argument from Species Overlap, Journal of Applied Philosophy, v. 31, n. 2, 2014, pp. 142-154.
HULL D.L. Are species really individuals? Syst. Zool. n. 25, 1976, pp. 174–191.
INGOLD, T. Humanity and animality. In: _____. (Ed.). Companion Encyclopedia of Anthropology. London: Routledge, 1994.
KANT, I. Lectures on Ethics. (Cambridge Edition of the Works of Immanuel Kant) P. Heath and J.B. Schneewind (ed. and trans.). Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
LESTEL, D. A animalidade, o humano e as “comunidades híbridas”. In: Maciel, M. E. (Org.). Pensar/escrever o animal: ensaios de zoopoética e biopolítica. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011. p. 23-54.
MACIEL, M. E. (Org.). Pensar/escrever o animal: ensaios de zoopoética e biopolítica. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.
MASON, Jim, Misothery, in BEKOFF, Mark; MEANEY, Carron (eds.). Encyclopedia of Animal Rights and Animal Welfare. Chicago: Fitzroy Dearborn, 1998.
McCLOSKEY, Henry J. Moral Rights and Animals. Inquiry, n. 22, 1979, p. 23-54.
McMAHAN, Jeff. The Ethics of Killing: Problems at the Margins of Life, Oxford University Press, Oxford, 2004.
MEIJER, Eva. Animal Languages. New York: The MIT Press, 2020.
NACONECY, Carlos M. Ética & Animais: Um Guia de Argumentação Filosófica, Porto Alegre, EDIPUCRS, 2006.
NAGEL, Thomas. What is it like to be a bat? The Philosophical Review, vl. 83, n. 4, Oct., 1974, p. 435-450
POSNER, Richard A. Animal Rights: Legal, Philosophical and Pragmatical Perspectives. In SUSTEIN, Cass; NUSSBAUM, Martha (eds.). Animal Rights, Current Debates and New Directions. Oxford: University Press, 2004, p. 51-77.
REGAN, Tom. All That Dwell Therein. Berkeley: University of California Press, 1982.
REGAN, Tom. The Case for Animal Rights. Berkeley: University of California Press, 1983.
RODMAN, John. The Liberation of Nature? Inquiry, n. 20, 1977, p. 83-131.
SAPONTZIS, Steve. Speciesism. Between the Species, v. 4, n. 2, 1988, pp. 97-99.
SCANLON, Thomas. What We Owe to Each Other. Cambridge: Harvard University Press, 1998.
SCRUTON, Roger. Animal Rights and Wrongs, London: Metro, 1996, p. 54.
SINGER, Peter. Libertação Animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010 (1975).
WARREN, Mary Anne. Moral Status. Oxford: Oxford University Press, 2000.
WETLESEN, Jon. The Moral Status of Beings Who Are Not Persons: A Casuistic Argument. Environmental Values, n. 8, 1999, p. 287-323.
YOUNG, I.M. Justice and the Politics of Difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Editora Universitária Champagnat

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A autoria permanece com a pessoa autora da obra, que concede à revista e à PUCPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) o direito de primeira publicação. O conteúdo publicado será regido pela licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual autoriza o compartilhamento do material, desde que devidamente atribuída a autoria e reconhecida a publicação original nesta revista. O autor compromete a cumprir o que segue:
- A pessoa autora manifesta ciência no que diz respeito ao tratamento dos dados necessários para a execução do presente instrumento, o qual será realizado nos ditames do art. 7º, V, da Lei 13.709/2018, declarando a pessoa autora, que foi devidamente informada da finalidade de utilização de seus dados bem como dos direitos que lhe são inerentes, ficando desde já disponibilizado o seguinte canal de comunicação para esclarecimento de qualquer tipo de dúvida https://privacidade.grupomarista.org.br/Privacidade/
- A pessoa autora, desde já, autoriza a Revista de Filosofia Aurora e a EDITORA PUCPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) a utilizar seu nome e imagem nos materiais de divulgação do objeto deste instrumento, em qualquer formato, mídia e meio de comunicação, bem como para as demais finalidades avençadas neste contrato.
- A pessoa autora afirma que a obra/material é de sua autoria e assume integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- A pessoa autora concede à Revista de Filosofia Aurora e à PUCRPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) o direito de primeira publicação da obra/material, de forma gratuita e não exclusiva, conforme os termos da licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. A pessoa autora mantém integralmente os direitos patrimoniais e morais sobre a obra, podendo utilizá-la livremente em outros contextos, desde que respeitada a atribuição da publicação original.
- A PUCRPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- A pessoa autora autoriza a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor durante o processo de submissão e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela Revista de Filosofia Aurora, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.


