Violências do nome: exceção e silêncio
DOI:
https://doi.org/10.7213/aurora.25.037.DS08Abstract
A partir da leitura da cena final do filme Teorema,de Pier Paolo Pasolini, o presente ensaio propõe uma análise a respeito da linguagem humana, bem como das implicações políticas advindas de tais análises. Aborda a maneira como o limite da linguagem é encarado nas reflexões que sobre isso fazem tanto Pasolini quanto Maurice Blanchot. RetomandoValéry – o poema como “l’hesitationprolongee entre lesens et leson” –, demonstra como o par significante/significado pode ser lido como a questão mística da linguagem, isto é, como algo que lida com o misterio. Para tanto, recorre às compreensões dantescas sobre a origem da linguagem significante, às proposições benjaminianas sobre a linguagem e às leituras contemporâneas de Giorgio Agamben e Jean-Luc Nancy. As análises expõem o modo como tal problema místico da linguagem pode e deve ser conectado ao problema político. Isto é, à compreensão da política está implicada a necessidade de redimensionamento da máxima aristotélica do zōonlogonekhon. O ensaio expõe o modo como o homem resolve sua vida na linguagem, de modo que às pressupostas certezas políticas são precisas novas questões sobre a própria dimensão do humano. A leitura de Teorema, portanto, serve como mote para pensar uma dimensão em que a ontologia se resolva em ética e que, assim, aporte não numa busca pelo Sentido político, mas num pensamento (sobre a) político(a) atravessado por uma reinvenção desentidos.Downloads
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