VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: um diálogo necessário no cotidiano escolar

Autores

  • Ana Maria Eyng Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR
  • Maria Lourdes Gisi Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR
  • Romilda Teodora Ens Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v9i28.3175

Resumo

As representações sociais comportam dimensões históricas, sociais e culturais, que se manifestam na tomada de decisão e nas ações no cotidiano escolar. Portanto, entender as representações dos múltiplos protagonistas do/no contexto escolar como dimensões da complexidade do fenômeno no cotidiano escolar, significa entender a escola, ela em si mesma, como complexa. Nesta perspectiva, foram analisadas as representações sobre as violências que se manifestam no cotidiano escolar, com o propósito de favorecer uma melhor compreensão sobre este fenômeno e subsidiar formas de redução e prevenção. A pesquisa ISSN 1518-3483 Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 Licenciado sob uma Licença Creative Commons Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 468 EYNG, A. M.; GISI, M. L.; ENS, R. T. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 foi realizada em duas etapas, a primeira etapa em 2006 e 2007, com 728 alunos(as) de ensino fundamental e médio e 57 professores(as) em sete escolas públicas do Estado do Paraná, mediante o método das evocações. A segunda em 2008, numa escola pública estadual de grande porte com pais, alunos, professores e profissionais pedagógicos e administrativos – agrupados como funcionários. Os dados foram obtidos mediante realização de entrevistas estruturadas. Os dados evidenciam que o fenômeno das violências nas escolas é percebido de modo diferente pelos diferentes protagonistas, o que pode estar associado ao fato deste fenômeno, não ter se constituído, em âmbito geral, nas escolas, em uma questão para análises coletivas e proposição de ações conjuntas. E pelo fato das representações sociais estarem fortemente ancoradas em concepções que são próprias de cada grupo social e do seu contexto. Assim cabe chamar a atenção para a necessidade de um maior aprofundamento da discussão coletiva, da definição de posicionamentos e estratégias de ação compartilhadas. E, em especial, a inserção dessa temática em cursos de formação inicial e continuada de professores para a educação básica.

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Publicado

2009-07-07

Como Citar

Eyng, A. M., Gisi, M. L., & Ens, R. T. (2009). VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: um diálogo necessário no cotidiano escolar. Revista Diálogo Educacional, 9(28), 467–480. https://doi.org/10.7213/rde.v9i28.3175