“Não estou preparado”: a construção da docência na educação inclusiva

Autores/as

  • Ana Cláudia Lopes Chequer Saraiva Universidade Federal de Viçosa (UFV)

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v10i31.2470

Resumen

A inclusão escolar de alunos com necessidades especiais nos sistemas regulares de ensino é uma conquista dos movimentos sociais em prol de grupos marginalizados. Documentos nacionais e internacionais legislam sobre o arcabouço de recursos necessários para a concretização da premissa inclusiva, inclusive no que tange à formação dos docentes, haja vista as especificidades decorrentes da prática educativa com uma clientela especial. Nesse contexto, desenvolvemos uma pesquisa em que se buscou investigar o processo de formação dos professores que atuam em salas regulares na perspectiva de inclusão de alunos especiais. Utilizou-se como instrumento para coletas de dados entrevistas semiestruturadas com três professoras das séries iniciais do ensino fundamental de uma escola estadual do município de Viçosa, MG. A pesquisa apresentou os seguintes resultados: a carência de saberes teóricos, conceituais e de estratégias relacionadas ao processo de ensino e à aprendizagem de alunos com necessidades especiais; a concretização de práticas docentes intuitivas, fundamentadas na experiência cotidiana; a falta de incentivo à busca permanente de formação associada à existência de práticas docentes individualizadas; atitudes de resistências ao trabalho com alunos especiais; e a justificativa de ausência de investimento, por parte do profissional, alicerçada na não efetivação de políticas públicas direcionadas à formação de docentes para trabalharem na perspectiva da inclusão.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. p. 27833. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2009.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/txt/res2.txt>. Acesso em: 16 dez. 2009.

DECLARAÇÃO de Salamanca sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2006.

GAUTHIER, C.; MARTINEAU, S. Imagens de sedução na pedagogia: a sedução como estratégia profissional. Educação Social, v. 20, n. 66, p. 13 54, 1999.

MANTOAN, M. T. E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. R. CEJ, n. 26, p. 36-44, 2004.

MENDES, S. R. A Formação continuada de professores e o desafio de romper com os modelos padronizados. In: REUNIÃO DA ANPED, 25., 2002, Caxambu. Anais... Caxambu: GT 8, 2002. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2008.

MIZUKAMI, M. G. Casos de ensino e aprendizagem profissional da docência. In: ABRAMOWICZ, A., MELO, R. R. (Org.). Educação: pesquisa e práticas. Campinas: Papirus, 2000. p. 139-161.

NÓVOA, A. Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

NÓVOA, A. Diz-me como ensinas, dir-te-ei quem és e vice-versa. In: FAZENDA, I. A. (Org.). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. 3. ed. Campinas: Papirus, 2001. (Coleção Práxis).

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

Publicado

2010-07-07

Cómo citar

Lopes Chequer Saraiva, A. C. (2010). “Não estou preparado”: a construção da docência na educação inclusiva. Revista Diálogo Educacional, 10(31), 645–659. https://doi.org/10.7213/rde.v10i31.2470