Grupos de interlocução como técnica de produção e sistematização na pesquisa em educação

Autores

  • Liliana Soares Ferreira Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS - Brasil
  • Bruna Pereira Alves Fiorin Núcleo de Apoio à Aprendizagem na Educação da UFSM, Santa Maria, RS - Brasil
  • Cláudia Letícia de Castro do Amara Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
  • Mariglei Severo Maraschin Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.041.DS09

Resumo

Este artigo discute a pesquisa em educação na atualidade, considerando o viés da perspectiva crítica de apreensão do real, e a utilização de grupos de interlocução como técnica apropriada a ela. Inclusa no campo educacional, a pesquisa formaliza-se, passa a ser uma ação pedagógica cujos objetivos revelam a intencionalidade da instituição e do pesquisador. O grupo de interlocução é apresentado como um momento de interação entre pesquisador e sujeitos da pesquisa a fim de socializar os resultados do estudo e discutir sobre estes dados e sobre questões que ainda necessitam ser ampliadas. Através da linguagem, cada um dos sujeitos da pesquisa apresenta suas concepções, influenciados por suas experiências, mas, a partir deste momento de diálogo e interação, terão a possibilidade de socializar e problematizar o tema pesquisado com sujeitos que, possivelmente, tem algo comum entre si devido a sua proximidade com a pesquisa desenvolvida. Considera-se que o grupo de interlocução é mais do que uma coleta, apresentação ou quantificação de dados, é um momento de problematização conjunta acerca da pesquisa.

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Publicado

2014-07-12

Como Citar

Soares Ferreira, L., Pereira Alves Fiorin, B., de Castro do Amara, C. L., & Severo Maraschin, M. (2014). Grupos de interlocução como técnica de produção e sistematização na pesquisa em educação. Revista Diálogo Educacional, 14(41), 191–209. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.041.DS09