Garantir o direito à educação sob a lógica performática: um estudo na Escola de Leitores
DOI:
https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.10223Resumo
Este artigo pretende discutir a garantia do direito à educação sob a lógica performática devido às transformações no setor público que ocorrem em diferentes países, inclusive no Brasil. Para tal discussão, parto dos dados coletados na pesquisa de doutorado da autora, que analisou a política educativa da cidade do Rio de Janeiro (2009-2012), observando o papel da coordenadora pedagógica na “implementação” dessa política na escola. A questão da pesquisa é: quais foram os ajustamentos secundários realizados pela coordenadora junto com as professoras ao “implementar” a proposta educativa baseada na lógica performática, considerando sempre a defesa da educação como um direito? Busco respondê-la baseando no conceito de performatividade e novo gerencialismo desenvolvidos por Stephen Ball. Os dados apresentados evidenciam que os educadores da escola fizeram alguns ajustamentos na proposta da Secretaria Municipal Educação (SME), buscando assegurar o direito à educação dos alunos. Uma das modificações observadas se refere às competições propostas para que as crianças pudessem cumprir com as regras da escola. Outro ajustamento foi percebido em relação à categoria avaliação, uma vez que a pressão de a escola ter que alcançar uma meta estabelecida pela SME influenciou a prática da coordenadora que passou a discutir as metas e os resultados da escola em relação à rede, trazendo gráficos de desempenho dos alunos em todos os Conselhos de Classe. Ao mesmo tempo, porém, a coordenadora e as professoras desenvolviam um trabalho coletivo em torno dos projetos de leitura e escrita, que se tornou uma estratégia para enfrentar a cultura da performatividade.Downloads
Referências
BALL, S. Cidadania global, consumo e política educacional. In: SILVA, L. H. (Org.). A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Editora Vozes, 1998. p. 121-137.
BALL, S. Reformar escolas/reformar professores e os terrores da performatividade. Revista Portuguesa de Educação, v. 15, n. 2, p. 3-23, 2002.
BALL, S. Performatividade, privatização e o pós-estado do bem estar. Educação e Sociedade, v. 25, n. 89, p. 1105-1126, set./dez. 2004.
BALL, S. MAGUIRE, M.; BRAUN, A. How schools do policy: policy enactments in secondary schools. Oxon: Routledge, 2012.
BERNSTEIN, B. A pedagogização do conhecimento: estudos sobre recontextualização. Cadernos de Pesquisa, n. 120, p. 75-110, nov. 2003.
FISCHMANN, R. Constituição brasileira, direitos humanos e educação. Revista Brasileira de Educação, v. 14, p. 156-16740, an./abr. 2009.
GENTILI, P. O direito à educação e as dinâmicas de exclusão na América Latina. Educação e Sociedade, v. 30, n. 109, p. 1059-1079, set./dez. 2009.
GEWIRTZ, S.; BALL, S. Do modelo de gestão do “Bem-estar social” ao “novo gerencialismo”: mudanças discursivas sobre gestão escolar no mercado educacional. In: BALL, S.; MAINARDES, J. (Org.). Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011. p. 123-142.
LEITE, V. F. A. A atuação da coordenação pedagógica em conjunto com os professores no processo de recontextualização da política oficial no 1º ano do Ensino Fundamental no Município do Rio de Janeiro. 2012. 160 f. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
MAINARDES, J.; MARCONDES, M. I. Entrevista com Stephen J. Ball: um diálogo sobre ustiça social, pesquisa e política educacional. Educação e Sociedade, v. 30. n. 106, p. 303-318, an./abr. 2009.
MORAIS, A. M.; NEVES, I. P. Textos e contextos educativos que promovem aprendizagem: optimização de um modelo de prática pedagógica. Revista Portuguesa de Educação, v. 22, n. 1, p. 5-28, 2009.
PACHECO, J. A. (Org.). Políticas educativas: o neoliberalismo em educação. Porto: Porto Editora, 2000.
REY, B. Por trás dos números. Revista Educação, ed. 171, p. 1-8, ago. 2011. Disponível em: <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/171/artigo234971-1. asp>. Acesso em: ago. 2011.
SILVA, T. T. A nova direita e as transformações na pedagogia da política e na política da pedagogia. In: GENTILI, P. A. A.; SILVA, T. T. da. Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas. Petrópolis: Vozes, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O(s) autor(es) transfere(m), por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.