Bordas e tramas de um currículo vagamundo na Educação Infantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/1981-416X.25.087.DS10

Palavras-chave:

Currículo, infâncias, múltiplas linguagens, identidade cultural

Resumo

O artigo objetiva apresentar o conceito de vagamundo para pensar o currículo nos territórios das infâncias como alternativa às práticas pedagógicas tradicionais e opressoras, marcadas por desigualdades de gênero, raça e classe. Defende-se um currículo que valorize as diferenças e a multiplicidade das infâncias, rompendo com identidades hegemônicas e reconhecendo as múltiplas linguagens — como artes visuais, música, dança, cinema e literatura — como potentes recursos pedagógicos. Inspirado nas ideias de Sandra Corazza e Tomaz Tadeu Silva, o currículo vagamundo é compreendido como um movimento livre, errante e aberto, que perambula pelos saberes e vivências das crianças, permitindo que suas culturas, expressões e experiências orientem o fazer pedagógico. Trata-se de um currículo que não se ancora em temas ou conteúdos fixos, mas se constrói a partir da escuta sensível, das curiosidades e dos gestos cotidianos. Como proposta crítica, esse currículo questiona a fragmentação do conhecimento e convoca educadores/as a refletirem acerca de suas escolhas pedagógicas, reconhecendo o impacto cultural de suas práticas. Por fim, o artigo apresenta reflexões inacabadas, entendendo o currículo vagamundo como um convite permanente à reinvenção pedagógica, à valorização das infâncias e à construção de cotidianos educativos plurais, potentes e libertadores.

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Biografia do Autor

Mariana Cristina Pedrassa, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (2018), com graduação em Pedagogia pela mesma instituição (2008). Desde 2021, atuo como Supervisora de Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação de Vinhedo. Ao longo da minha trajetória profissional, exerci os cargos de diretora, coordenadora pedagógica em Centros de Educação Infantil e professora de Educação Infantil e de Educação Especial no mesmo município. Possuo especialização em Arte na Educação: Teoria e Prática pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (2022), em Neuropsicologia Aplicada à Neurologia Infantil pela Faculdade de Medicina da Unicamp (2011) e em Teoria Psicanalítica pelo IPEP Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise nos Espaços Públicos (2025)

Eduardo Pereira Batista, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Pesquisador de pós-doutorado no Programa de Pós Graduação na FE-Unicamp, com bolsa CNPQ. Doutor em Filosofia da Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP); mestre em Filosofia da Educação pela FE-USP; licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Bacharel em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). Atuou como professor temporário na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e professor colaborador na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.. É membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação e o Pensamento Contemporâneo (GEEPC).

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Publicado

2025-12-10

Como Citar

Pedrassa, M. C., & Batista, E. P. (2025). Bordas e tramas de um currículo vagamundo na Educação Infantil. Revista Diálogo Educacional, 25(87), 1905–1919. https://doi.org/10.7213/1981-416X.25.087.DS10