O Projeto de Vida na educação básica: educação sensível e humanidades em perspectiva à obra de Lise Bourbeau
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.25.084.DS12Resumo
A busca por práticas que vão além da simples transmissão de conhecimentos técnicos, que se debruce em explorar a utopia e propondo pedagogias sensíveis que considerem não apenas o intelecto, mas também as emoções, valores e experiências de vida, deve ser uma prioridade nas escolas. O desenvolvimento do Projeto de Vida emerge como uma ferramenta fundamental para integrar essas dimensões, promovendo uma educação mais humana e sensível. Esse tipo de educação, capaz de contribuir para a formação de uma consciência elevada, tem sido o foco de muitos pesquisadores. O objetivo deste artigo é discutir a prática pedagógica sensível e sua contribuição para uma formação mais humana, equilibrando razão e emoção na Educação Básica. Os desafios sociais, ambientais e tecnológicos do século XXI demandam uma reformulação dos modelos educacionais e reforçam a necessidade de uma educação que valorize o ser integral. Utilizando a abordagem fenomenológica de Merleau-Ponty (2018) e dialogando com autores sobre a formação humana, este estudo também analisa uma prática pedagógica em uma escola pública no noroeste do Rio Grande do Sul. A análise de conteúdo de Bardin (2011) orienta a pesquisa. Os resultados indicam que o desenvolvimento de práticas sensíveis, como o Projeto de Vida, pode transformar a escola em um espaço de verdadeira formação humana, apesar dos desafios que educadores e instituições enfrentam ao implementar essa perspectiva transformadora.
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