Florestania e direitos humanos na Amazônia paraense
interculturalidade e complexidade na análise do currículo
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.24.081.DS15Resumo
A perspectiva da educação em direitos humanos na Amazônia paraense vai além da compreensão da educação enquanto direito focalizado apenas na inserção do sujeito na escola. A perspectiva de uma educação à florestania, que por meio de diálogos interculturais, se apresenta como constituidora e constituinte da cidadania planetária, trilha um novo conceito de direito diante do cenário ambivalente que se assenta a região, coexistindo, belezas, riquezas naturais e a diversidade cultural, com um quadro de violações ambientais e sociais, que por vezes fogem dos direitos humanos ao reagir com direitos e deveres do indivíduo junto à sociedade e vice-versa. Nesse sentido, este trabalho objetiva realizar a análise dos documentos, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Documento Curricular do Estado do Pará- Ensino Médio (DCEPA-EM), ao tratarem de direitos humanos, à luz da perspectiva intercultural crítica e da complexidade. Para isso, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental como fontes teóricas e a técnica de análise de dados, a análise de conteúdo de Bardin (2011). Os resultados atestam a educação em direitos humanos submersos na lógica colonial, sendo concebida como um sistema fechado, em razão da superficialidade com que os diálogos interculturais têm sido erigidos. Evidenciando, a urgência em reconceitualizar a educação em direitos humanos na Amazônia paraense por meio da ótica da interculturalidade e da complexidade nos documentos prescritos, que são bases para as ações do currículo vivido, para que assim, a cidadania dos povos da floresta seja construída com base nas singularidades, ou seja, na florestania.
Downloads
Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Trad. Luiz Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2011.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Educação em Direitos Humanos: Diretrizes Nacionais - Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013.
BALL, Stephen. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.2, pp.10-32, Jul/Dez 2006.
CANDAU, Vera Maria. Direito à Educação, Diversidade e Educação em Direitos Humanos. Educ. Soc., Campinas, v. 33, n. 120, p. 715-726, jul.-set. 2012.
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 37 jan./abr. 2008.
CANDAU, VERA MARIA. Diferenças, Educação e Intercultural e Decolonialidade: Temas insurgentes. Revista Espaços do Currículo, [S.L], v. 13, N. Especial, p. 678-686, 2020.
CAMILO, Christiane de Holanda. Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais na Rede Municipal de Educação de Goiânia. 2014. 202f. Dissertação (mestrado em Direitos Humanos) - Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.
CELLARD André. Análise documental. In: Poupart J, Deslaurriers J-P, Grouxl L-H, Laperrière A, Mayer R, Pires AP, organizadores. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos.4ª ed. Petrópolis: Editora Vozes; 2021. p. 295-316.
CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Tradução: Sandra M. Rosa. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.
CURY, C. R. J.; REIS, M. ZANARDI, T. A. C. Base Nacional Comum Curricular: dilemas e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2018.
DARDOT, PIERRE; LAVAL, CHRISTIAN. A NOVA RAZÃO DO MUNDO: ENSAIO SOBRE SOCIEDADE NEOLIBERAL. TRADUÇÃO: MARIANA ECHALAR. 1.ED. SÃO PAULO: BOITEMPO, 2016.
FARES, JOSEBEL AKEL. POÉTICAS ORAIS CONSTROEM A HISTÓRIA DA AMAZÔNIA. IN: FARES, JOSEBEL AKEL (ORG.). DIVERSIDADE CULTURAL: TEMA E ENFOQUES. BELÉM: UNAMA, 2006. (COLEÇÃO LINGUAGENS: ESTUDOS INTERDISCIPLINARES E MULTICULTURAIS, V. 2). P. 158-159.
FOUCAULT, MICHEL. MICROFÍSICA DO PODER. 12.ED. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 2021.
FRANCO, Ana Carolina Farias. Uma análise sobre os direitos humanos nas práticas curriculares da formação de psicólogos(as) da UFPA (2011-2015). 2017. 236f. Tese (Doutorado em Educação) -Instituto de Ciências da Educação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2017.
LOUREIRO, Paes. Porantim: poemas amazônicos. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
LOUREIRO, Paes. Obras reunidas. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
LIBÂNEO, J.C. PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA: OBJETIVOS E FORMAS DE FUNCIONAMENTO A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM DE PROFESSORES E ALUNOS. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CASCAVEL (PR), 2015.
MORIN, EDGAR; KERN, ANNE-BRIGITTE. TERRA-PÁTRIA. PORTO ALEGRE: SULINA, 2003.
MORIN, EDGAR. INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO/ EDGAR MORIN; TRADUÇÃO ELIANE LISBOA. - 5 A ED. – PORTO ALEGRE: SULINA, 2015.
MORIN, EDGAR. OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO. 2.ED.REV. SÃO PAULO: CORTEZ, BRASÍLIA, DF: UNESCO, 2011.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. PARIS: ONU, 1948.
PARÁ. Secretaria de Estado de Educação do Pará. Documento Curricular do Estado do Pará – Etapa Ensino Médio: Volume II. Belém: SEDUC-PA, 2021.
PINHEIRO, Francisco de Moura. A invenção da florestania: a participação da mídia acreana na construção de um novo discurso ideológico. 2013. 226f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) -Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.
RIBEIRO, Diemerson da Silva; BELO, Geovane Silva. A Cosmogonia Amazônica na Poética do Imaginário de João de Jesus Paes Loureiro.Travessias, Cascavel, v. 14, n. 1, p. 43-59, jan./abr. 2020.
SACAVINO, Susana Beatriz. Interculturalidade e Práticas Pedagógicas: construindo caminhos. Educação, [S. l.], v. 45, n. 1, p. e3/ 1–18, 2020.
SANTANA JÚNIOR, Horácio Antunes. Florestania: a saga acreana e os povos da floresta. Rio Branco: Edufac, 2004
SANTOS, BOAVENTURA DE SOUSA (ORG.). A GRAMÁTICA DO TEMPO: PARA UMA NOVA CULTURA POLÍTICA. SÃO PAULO: CORTEZ, 2006.
SANTOMÉ, JURJO TORRES. CURRÍCULO ESCOLAR E JUSTIÇA SOCIAL – O CAVALO DE TROIA DA EDUCAÇÃO; PENSO: PORTO ALEGRE, 2013.
SILVA, TOMAZ TADEU DA. DOCUMENTOS DE IDENTIDADE – UMA INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DE CURRÍCULO. 3ª ED. BELO HORIZONTE: AUTÊNTICA, 2020.
VERGARA, SYLVIA C. PROJETOS E RELATÓRIOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO. 3.ED. RIO DE JANEIRO: ATLAS, 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O(s) autor(es) transfere(m), por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.