Paulo Freire, Ivan Illich e José Pacheco derrubando os muros das escolas
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.079.AO08Resumo
Seria possível e desejável desescolarizar a sociedade? Essa questão foi o ponto de partida para a pesquisa proposta neste artigo. Esta pergunta não é nova, mas então por que trazê-la novamente à tona? Porque essa discussão ganhou nova importância diante de alguns acontecimentos recentes no campo da educação no Brasil, em especial o fechamento das escolas durante a pandemia de COVID-19 e a ascensão do movimento conservador do ensino domiciliar, bastante conhecido pelo termo em inglês “homeschooling”. O método que guiou esta investigação e a metodologia usada na elaboração deste artigo foram a hermenêutica. Nessa direção, buscamos interpretar, apreender e explicitar em profundidade os sentidos da teoria de Ivan Illich, que defendeu a desescolarização das sociedades e propôs que a educação passasse a acontecer por meio de redes de convivialidade; a práxis pedagógica de Paulo Freire, um dos principais educadores brasileiros, que denunciou uma educação bancária e anunciou uma educação crítica e libertadora concretizada nos círculos de cultura; e, a práxis do educador português José Pacheco, que deixa clara a sua indignação com uma escola que chama de inútil e perversa e sugere uma educação feita em comunidades de aprendizagem. Constatamos que, em meio aos movimentos que suscitam novamente a pergunta se seria possível e desejável desescolarizar a sociedade, o mais importante é pensar em qual educação está sendo realizada e com quais objetivos. De nada adianta derrubar as escolas e seus muros se uma educação conservadora à serviço do capital continuar a ser feita em outros espaços.
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