Educação, racionalidade e formação para os fins humanos
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.077.AO04Resumo
Como desdobramento de pesquisa na área da educação este artigo tem o objetivo de apresentar questões, conceitos e aspectos de base da razão moderna indispensáveis para a compreensão dos fundamentos racionais da educação. Tomando como base o pensamento de Kant, a razão é atividade única de conhecimento, embora exercendo-se sob dois planos epistemológicos distintos: o teórico e o prático. Na dimensão teórica a razão funda as possibilidades do sujeito do conhecimento, na dimensão prática a razão se abre ao universo dos fins humanos estabelecendo a condição do homem como um ser ético, moral. Ambos interesses da razão são indispensáveis ao sentido da natureza racional, e consequentemente ao sentido da educação. O ser humano nasce com a disposição para o entendimento e a moralidade, todavia, ambas disposições não se concretizam senão à medida que o sujeito entra em contato com a cultura, sendo, então, formado, educado. A obra kantiana marca a educação moderna pela necessidade de tornar o homem mais esclarecido possível como ser de conhecimento e ação. Afirmar que é da convergência dos dois interesses da razão – o prático e o teórico – que se pode conceber o sujeito autônomo no sentido vigoroso do termo, significa, ao mesmo tempo, afirmar que o esclarecimento passa pela questão do conhecimento mediante conceitos, passa pela formação da capacidade de pensar, e pela valorização da formação ético-política. Estes fatores juntos se constituem nos maiores esforços da educação que se possa afirmar crítica e ratificadora da liberdade.
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