A escuta na pesquisa-ação: entrelaçando brincar e educação para as relações étnico-raciais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.076.DS13

Resumo

Este artigo propõe a reflexão sobre a esfera do brincar como lugar de estar e de afecção pelas diferentes infâncias presentes nos espaços de pesquisa com crianças. Aqui, relataremos os “achados/inventados” em nossos trabalhos de escuta como exercício ético e estético de alteridade numa constante produção de sentidos, na qual inventamos o que encontramos. Escutar as crianças como metodologia de pesquisa requer, entre outras atitudes, um duplo exercício de esvaziamento de si para voltar a atenção ao outro e a retomada da própria infância do adulto que pesquisa, uma vez que a criança que fomos é acionada pelos encontros com as infâncias com as quais pesquisamos. Há ainda, a tensão entre o maravilhamento produzido pela singularidade do olhar infantil e a necessária intervenção quando são reproduzidos os preconceitos e as demais formas de violência. Tomamos a brincadeira não como uma matéria-prima para uma produção futura, mas como meio de acesso e permanência no estado larvar do vivente. O percurso narrativo e reflexivo do texto se faz pela diferenciação da esfera brincante dos exercícios de violência que procuram instrumentalizar a ludicidade, o fazemos a partir da análise de alguns dos aspectos biológicos, filosóficos e subjetivos do brincar. Defendemos uma educação antirracista em ato desde a infância, como as situações de intervenção na pesquisa com crianças de 4 e 5 anos no espaço escolar. Por fim, buscamos ancorar nossos esperançar no projeto benjaminiano de uma filosofia por vir que se nutre do investimento potente no gesto infantil de fazer o novo mais uma vez.

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Biografia do Autor

Luciana Pires Alves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Professora pesquisadora na Educação Básica do Município de Duque de Caxias e no Ensino Superior da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF). Coordenadora do Projeto de Extensão "Territorialidades Infantis: poéticas de aprender,políticas da proximidade e um éthos da amizade". Integrante do Coletivo Infâncias, grupo de estudos e pesquisas que reúne pesquisadores do Grupo Afrosin/UFFRJ e NEFi/UERJ. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas PPGECC/UERJ.

Renato Noguera, Universiadade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Doutor em Educação.

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Publicado

2023-03-21

Como Citar

Alves, L. P., & Noguera, R. (2023). A escuta na pesquisa-ação: entrelaçando brincar e educação para as relações étnico-raciais. Revista Diálogo Educacional, 23(76). https://doi.org/10.7213/1981-416X.23.076.DS13