FILOSOFIA COMO CIÊNCIA OU CULTURA PÓS-FILOSÓFICA: AS CONTENDAS ENTRE O PRAGMATISMO E O NEOPRAGMATISMO
DOI:
https://doi.org/10.7213/aurora.26.038.AO.12Resumo
Com a publicação da obra "Philosophy and the Mirror of Nature" ("Filosofia e os Espelho da Natureza"), Rorty passa a ser criticado pelos intérpretes do pragmatismo clássico e comentadores de John Dewey. Estes críticos consideram que enquanto o pragmatismo clássico é uma tentativa de entender e criar uma estrutura nova que legitime a investigação científica, o pragmatismo de Rorty se afirma como um abandono da própria tentativa de aprender mais sobre a natureza e sobre as condições de adequação da investigação. Dewey nunca virou totalmente as costas à metafísica, que está presente particularmente em "Experience and Nature". Contudo, Rorty pretende encontrar em Dewey uma antecipação de sua própria visão de filosofia. Dessa maneira, deliberadamente, Rorty separa o Dewey “bom” do “mau” e considera inadequada a publicação de livro de Dewey "Experience and Nature". Nesse artigo, vamos nos concentrar nas críticas formuladas por Thelma Lavine, James Gouinlock e David Hall sobre a pertinência de falarmos em continuidade do pragmatismo no neopragmatismo de Rorty. Esta escolha teve como critério a maneira como esses autores se esforçam para recuperar a originalidade do pensamento do pragmatista pioneiro, não aceitando, sobretudo, uma interpretação que não reconheça na obra dele uma dimensão simultaneamente metafísica e epistêmica. Por fim, apresentamos a nossa interpretação que consiste em considerar que o Dewey de Rorty não é uma boa hipótese porque nega a dimensão cientista do pragmatista clássico e superdimensiona seu historicismo, deixando de considerar que o pragmatismo deweyano tem uma dimensão historicista e cientista ao mesmo tempo e sua metafísica é distinta das metafísicas clássicas, segundo a qual conceituo de metafísica empírica.Downloads
Referências
ALEXANDER, T. M. Richard Rorty and Dewey’s metaphysics of experience. Southwest Philosophical Studies, v. 5, p. 24-35, 1980.
CAMPBELL, J. Rorty’s use of Dewey. Southern Journal of Philosophy, v. 22, p. 175-287, 1984.
DEWEY, J. Logic: the theory of inquiry. In: DEWEY, J. Later works. Carbondale: Southern Illinois University Press; London: Feff er & Simons, 1986. v. 12. Originalmente publicado em 1938.
DEWEY, J. Experience and Nature. New York: Dover Publications, 1958.
GOUINLOCK, J. What is legacy of instrumentalism? Rorty interpretation of Dewey. In: SAATKAMP Jr., H. J. Rorty & pragmatism: the philosopher responds to his critics. Nashville: Vanderbilt University Press, 1995.
HAACK, S. Vulgar pragmatism: an unedifying prospect. In: SAATKAMP Jr., H. J. Rorty & pragmatism: the philosopher responds to his critics. Nashville: Vanderbilt University Press, 1995.
HALL, D. L. Richard Rorty: prophet and poet of the new pragmatism. Albany: State University of New York Press, 1994.
LAVINE, T. Z. America and contestations of modernity: Bentley, Dewey, Rorty. In: SAATKAMP Jr., H. J. Rorty & pragmatism: the philosopher responds to his critics. Nashville: Vanderbilt University Press, 1995.
MALACHOWSKI, A. Richard Rorty. London; Thousand Oaks: Sage, 2002.
RAMBERG, B. Richard Rorty. Stanford Encyclopedia of Philosophy. 2001. Disponível em: <http://plato.stanford.edu/entries/Rorty>. Acesso em: 20 set. 2007.
RORTY, R. Philosophy and the mirror of nature. Princeton: Princeton University Press, 1979.
SLEEPER. R. W. The necessity of pragmatism: John Dewey’s conception of philosophy. New Haven: Yale University Press, 1986.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A autoria permanece com a pessoa autora da obra, que concede à revista e à PUCPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) o direito de primeira publicação. O conteúdo publicado será regido pela licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual autoriza o compartilhamento do material, desde que devidamente atribuída a autoria e reconhecida a publicação original nesta revista. O autor compromete a cumprir o que segue:
- A pessoa autora manifesta ciência no que diz respeito ao tratamento dos dados necessários para a execução do presente instrumento, o qual será realizado nos ditames do art. 7º, V, da Lei 13.709/2018, declarando a pessoa autora, que foi devidamente informada da finalidade de utilização de seus dados bem como dos direitos que lhe são inerentes, ficando desde já disponibilizado o seguinte canal de comunicação para esclarecimento de qualquer tipo de dúvida https://privacidade.grupomarista.org.br/Privacidade/
- A pessoa autora, desde já, autoriza a Revista de Filosofia Aurora e a EDITORA PUCPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) a utilizar seu nome e imagem nos materiais de divulgação do objeto deste instrumento, em qualquer formato, mídia e meio de comunicação, bem como para as demais finalidades avençadas neste contrato.
- A pessoa autora afirma que a obra/material é de sua autoria e assume integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- A pessoa autora concede à Revista de Filosofia Aurora e à PUCRPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) o direito de primeira publicação da obra/material, de forma gratuita e não exclusiva, conforme os termos da licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. A pessoa autora mantém integralmente os direitos patrimoniais e morais sobre a obra, podendo utilizá-la livremente em outros contextos, desde que respeitada a atribuição da publicação original.
- A PUCRPRESS (Associação Paranaense de Cultura - EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT) empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- A pessoa autora autoriza a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor durante o processo de submissão e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela Revista de Filosofia Aurora, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.


