Defesa psíquica na primeira tópica freudiana: por que as pulsões são reprimidas?
DOI:
https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.058.DS10Palabras clave:
Pulsão. Sexualidade. RepressãoResumen
Desde o início da teorização freudiana, inibição, defesa e censura são processos que devem incidir sobre as pulsões. O primitivo pulsional precisa ser reprimido ou transformado. Este artigo problematiza a relação entre as pulsões sexuais e a defesa psíquica, ao longo do período pré-psicanalítico e da primeira tópica freudiana. Situamos o conflito entre sexualidade e repressão, apontado por Freud como característico das psiconeuroses, enquanto que nas neuroses atuais a angústia está relacionada a um registro quantitativo e não exatamente a um conflito psíquico. Nesse caso, revela-se desencontros entre um sexual corpóreo e sua representação psíquica. Pretende-se, neste trabalho, evidenciar o caráter negativo das pulsões e pôr em relevo a natureza do antagonismo que se opõe às pulsões sexuais. A formulação das pulsões de autoconservação como aquilo que deve se contrapor às pulsões sexuais não esclarece completamente porque é imperativo que algo aconteça face às vivências pulsionais fundantes do aparelho. A satisfação em estado bruto acarreta prejuízos, tanto do ponto de vista psíquico quanto social; logo, a repressão das pulsões sexuais é condição necessária para a existência individual e coletiva. Evidencia-se assim algo específico do humano, afinal, se toda a natureza funciona afirmando o instinto, a espécie humana somente se desenvolve a partir de sua negação. A partir de tais construções teóricas, questiona-se se a psicanálise ainda permanece demasiadamente tributária de uma concepção de natureza revestida de pressupostos morais, sustentando a noção de que tenha que ser continuamente negada, afastada, coagida e domesticada, em prol de construções sociais bastante questionáveis, porém acatadas como necessárias.
Descargas
Citas
BASTOS, L. A. M. Eu-corpando: o ego e o corpo em Freud. São Paulo: Editora Escuta, 1998.
FREUD, S. Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica denominada “neurose de angústia”. Trad. ABREU, J. O. A.; OITICICA, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1895 [1894]). p. 93-120.
FREUD, S. Projeto de uma psicologia. In: GABBI JÚNIOR, O. F. Notas a projeto de uma psicologia: as origens utilitaristas da Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2003 (1950[1895]).
FREUD, S.; BREUER, J. Estudos sobre a histeria. Trad. OITICICA, C. M.; RIBEIRO, V. In: SALOMÃO, J. (Org.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud v. 2. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1895). p. 01-363.
FREUD, S. A interpretação dos sonhos. Trad. ABREU, J. O. A.; OITICICA, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1900). p. 93-120
FREUD, S. Três ensaios sobre sexualidade. Trad. ABREU, J. O. A.; OITICICA, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. VII. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1905). p. 119-229.
FREUD, S. Concepção psicanalítica do transtorno psicogênico da visão. Trad. SOUZA, P. C. In: FREUD, S. Obras completas, v. 9. São Paulo: Companhia das Letras, 2013 (1910).
FREUD, S. Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico. Trad. SOUZA, P. C. In: FREUD, S. Obras completas, v. 10. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 (1911).
FREUD, S. A predisposição à neurose obsessiva. Trad. SOUZA, P. C. In: FREUD, S. Obras completas, vol. 10. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 (1913).
FREUD, S. Repressão. Trad. ABREU, J. O. A.; Oiticica, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 14. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1915). p. 151-162.
FREUD, S. Os instintos e suas vicissitudes. Trad. ABREU, J. O. A.; OITICICA, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 14. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1915). p. 117-144.
FREUD, S. O mal-estar na civilização. Trad. SOUZA, P. C. In: FREUD, S. Obras completas, v. 18. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 (1930).
FREUD, S. Prefácio à terceira edição inglesa d’A interpretação dos sonhos. Trad. ABREU, J. O. A.; OITICICA, C. M. In: SALOMÃO, J. (Org.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (1931). p. 93-120
LAPLANCHE, J. PONTALIS, J-B. Vocabulário da psicanálise. 4a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MASSON, J. M (Org.). A correspondência completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess – 1887 – 1904. Tradução de Vera Ribeiro, Rio de Janeiro: Imago, 1986.
MONZANI, L. R. Freud: o movimento de um pensamento. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1989.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
El autor transfiere, por medio de cesión, a la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, persona jurídica de derecho privado, inscrita en el CNPJ/MF bajo el n.º 76.659.820/0009-09, establecida en la (calle) Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, en la ciudad de Curitiba/PR, los derechos abajo especificados y se compromete a cumplir lo que sigue:
Los autores afirman que la obra/material es de su autoría y asumen integral responsabilidad frente a terceros, ya sea de naturaleza moral o patrimonial, en razón de su contenido, declarando, desde ya, que la obra/material a ser entregada es original y no infringe derechos de propiedad intelectual de terceros.
- Los autores concuerdan en ceder de forma plena, total y definitiva los derechos patrimoniales de la obra/material a la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, a título gratuito y en carácter de exclusividad.
- LA CESIONARIA empleará la obra/material de la forma como mejor le convenga, de forma impresa y/u on line, incluso en el sitio del periódico de la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, pudiendo utilizar, disfrutar y disponer del mismo, en todo o en parte, para:
- Autorizar su utilización por terceros, como parte integrante de otras obras.
- Editar, grabar e imprimir, cuantas veces sean necesarias.
- Reproducir en cantidades que juzgue necesarias, de forma tangible e intangible.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reducir, compilar, ampliar, alterar, mezclar con otros contenidos, incluir imágenes, gráficos, objetos digitales, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fraccionar, actualizar y realizar otras transformaciones, siendo necesaria la participación o autorización expresa de los autores.
- Traducir para cualquier idioma.
- Incluir en fonograma o producción audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cable, fibra óptica, satélite, ondas o cualquier otro sistema que permite al usuario realizar la selección de la obra o producción para recibirla en tiempo y lugar previamente determinados por quien formula la demanda y en los casos en que el acceso a las obras o producciones se haga por cualquier sistema que importe en pago por el usuario.
- Incluir y almacenar en banco de datos, físico, digital o virtual, incluso nube.
- Comunicar directa y/o indirectamente al público.
- Incluir en base de datos, archivar en formato impreso, almacenar en computador, incluso en sistema de nube, microfilmar y las demás formas de archivo del género;
- Comercializar, divulgar, vehicular, publicar etc.
- Otro tipo de modalidades de utilización existentes o que vengan a ser inventadas.
- Los autores concuerdan en conceder la cesión de los derechos de la primera publicación (carácter inédito) a la revista, licenciada bajo la CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría.
- Los autores autorizan la reproducción y la citación de su trabajo en repositorios institucionales, página personal, trabajos científicos, entre otros, desde que la fuente sea citada.
- La presente cesión es válida para todo el territorio nacional y para el exterior.
- Este término entra en vigor en la fecha de su firma y es firmado por las partes en carácter irrevocable e irretractable, obligando definitivamente las partes y sus sucesores a cualquier título.
- La no aceptación del artículo, por la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, hará que la presente declaración sea automáticamente nula y sin efecto.