O relato de si e a escuta do Outro – violência e responsabilidade nas narrativas docentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/1981-416X.21.070.DS01

Resumo

Nosso artigo surge das reflexões sobre as implicações éticas da escuta dos relatos de si de professoras durante as pesquisas dos cotidianos. Ao pesquisar o que fazemos? Pesquisar é escarafunchar a alma alheia? Os sentidos do discurso? É uma atribuição de sentido para além da própria existência do objeto ou sujeito? A pesquisa poderia ser especialmente baseada na escuta e não no que se discorre acerca do escutado? Esse exercício se dá no contexto de execução de grupos de estudo bimestrais com professoras de uma escola municipal de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Temos como disparadores a leitura: literária ou antropológica e é ela que nos comove e dá comoção (trabalho de campo). Em lugar de interpelar as professoras através dos discursos da resistência e enfrentamento, traçamos um expediente de compreensão quando atravessamos muitos dos limiares presentes nos modos de abordar as falas docentes e interrogar os limites dos epistêmicos e políticos pertencentes aos paradigmas informados pelo patriarcado. Nossa pesquisa passa por assumir nossa abertura incondicional e o que nela podemos perceber durante o exercício da escuta de outras profissionais de fé: as professoras da escola. E este artigo é o fruto dessa expansão. Um dos resultados não pressupostos da experiência de escuta. Escutamos e não ensinamos algo objetivo que vá mudar a ação docente de forma que possamos medir, qualificar, quantificar, etc. Nos modificamos mutuamente, em alguma medida não medida, ao tentar nos abrir eticamente ao Outro.

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Biografia do Autor

Kellen Dias de Barros, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Kellen Dias é Doutora em Literatura Comparada, Mestre em Literatura e possui graduação em Letras, todos os títulos obtidos pela UERJ. Atua como sub-chefe do Departamento de Formação de Professores da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense - UERJ. Desenvolve pesquisas no campo da Literatura, alteridade e as teorias da recepção em textos literários em contextos de educação.

Luciana Pires Alves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora pesquisadora na Educação Básica do Município de Duque de Caxias e no Ensino Superior da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF). Coordenadora do Projeto de Extensão "Territorialidades Infantis: poéticas de aprender,políticas da proximidade e um éthos da amizade". Integrante do Coletivo Infâncias, grupo de estudos e pesquisas que reúne pesquisadores do Grupo Afrosin/UFFRJ e NEFi/UERJ. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas PPGECC/UERJ.

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Publicado

2021-08-26

Como Citar

de Barros, K. D., & Alves, L. P. (2021). O relato de si e a escuta do Outro – violência e responsabilidade nas narrativas docentes. Revista Diálogo Educacional, 21(70). https://doi.org/10.7213/1981-416X.21.070.DS01