Os rios como sujeitos de direito: uma nova jurisprudência para modelos de desenvolvimento não predatórios
DOI:
https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.soc.v16i1.31094Palabras clave:
Desenvolvimento. Direitos da natureza. Sujeitos de direito. Jurisprudência. Povos e comunidades tradicionais.Resumen
Neste artigo é apresentada uma análise da influência que teve, e tem, a iniciativa constitucional no Equador no sentido de estimular uma nova dinâmica no campo socioambiental, que além da atuação do sistema judiciário, envolve processos legislativos e movimentos sociais. A análise está centrada em casos emblemáticos de rios, que tem ocorrido em diversas partes do mundo. É apresentado um histórico das iniciativas que estão criando uma nova jurisprudência, tendo como fonte empírica as bases de dados de Harmony with Nature, que são analisadas por meio do MAD (Metodologia de Análise de Decisões). Evidencia-se que esta nova jurisprudência tem potencial de contribuir com a mudança para padrões de desenvolvimento não predatórios, num paradigma que valoriza a vida de seres humanos e não humanos e reconhece os direitos territoriais de Povos e Comunidades Tradicionais.
Descargas
Citas
ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária, Elefante, 2016.
ACSELRAD, Henri. Conflitos Ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Heinrich Böll, 2004.
BARRY, Thomas. The spirituality of the Earth. In: BIRCH, Charles; EAKEN, William; MCDANIEL, Jay B. (eds.). Liberating life: contemporary approaches in ecological theology. Ossining: Orbis, 1990, p. 151-158.
BENJAMIN, Antonio Herman de Vasconcellos e. A natureza no direito brasileiro: coisa, sujeito ou nada disso. BDJur. Brasília-DF. dez./2009.
BITTENCOURT, Ana Lucia. Conflitos socioambientais em torno da água em Santa Catarina: desenvolvimento regional e atuação estatal. 2018. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau– PPRDR/FURB, Blumenau/SC.
BOISIER, Sergio. Imágenes en el espejo: Aportes a la discusión sobre crecimiento y desarrollo territorial. Editorial Puerto de Palos. Santiago de Chile, 2006.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23/08/2019.
BRASIL. Justiça Federal. Sentença. Processo n. 1009247-73.2017.4.01.3800. Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais. 6ª Vara Federal Cível. Juíza Federal Sonia Diniz Viana. 21/09/2018.
COLOMBIA. Constitución Política de Colombia, 1991. Actualizada com os Actos Legislativos a 2016. Disponível em: http://www.corteconstitucional.gov.co/inicio/Constitucion%20politica%20de%20Colombia.p df. Acesso em: 25/08/2019.
COLOMBIA. Corte Constitucional. Sentencia T-622 de 2016. Referência: Expediente T-5.016.242. Bogotá, 10/11/2016. Disponível em: https://www.corteconstitucional.gov.co/relatoria/2016/t622-16.htm. Acesso em 25/08/2019.
COLOMBIA. Tribunal Superior de Medellin. Sentencia nº 38. Sala Cuarta Civil de Decisión. 17/06/2019. Disponível em: https://tribunalmedellin.com/images/decisiones/civil/050013103004201900071.pdf. Acesso em: 29/05/2021.
CRUZ, Paulo Márcio; BODNAR, Zenildo. A atuação do poder judiciário na implementação das políticas públicas ambientais. Revista de Direito Internacional, Brasília, v. 8, n. 2, p. 111-132, jul./dez. 2011.
CULLIMAN, Cormac. Wild Law: A Manifesto for Earth Justice. 2. ed. Vermont: Chelsea Green Publishing, 2011.
ECUADOR. Constitucion de la República Del Ecuador, 2008. Disponível em: https://www.oas.org/juridico/pdfs/mesicic4_ecu_const.pdf. Acesso em: 25/08/2019.
ECUADOR. Processo nº 11121-2011-0010. Consejo de la Judicatura. Función Judicial de Loja. 30/03/2011. Disponível em: https://loja.funcionjudicial.gob.ec/. Acesso em: 29/05/2021.
ESCOBAR, Arturo. Territorios de diferencia: la ontología política de los “derechos al territorio”. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, Vol. 35, dezembro 2015. Disponível em: https://www.furb.br/_upl/files/ppgdr/Territorios%20de%20diferena.pdf. Acesso em 03/09/2023.
ESTEVA, Gustavo. Desenvolvimento. In: Dicionário do desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Org: Wolfgang Sachs. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p. 59-83.
FLORIT, Luciano Felix. A reinvenção social do natural: natureza e agricultura no mundo contemporâneo. Blumenau : Edifurb, 2004. 192 p, il.
FLORIT, Luciano Felix. Dos conflitos ambientais à ética socioambiental: um olhar a partir dos povos e comunidades tradicionais. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 52, Dez/2019.
FLORIT, Luciano Felix. Ética ambiental ocidental e os direitos da natureza. Contribuições e limites para uma ética socioambiental na América Latina. Revista Pensamiento Actual, Universidad de Costa Rica - Sede de Occidente, vol. 17, nº 28, 2017, p 121-136.
FREITAS FILHO. R.; LIMA, T.M. Metodologia de Análise de Decisões – MAD. Univ. JUS, Brasília, n. 21, p. 1-17, 2010.
GANGA ACTION PARIVAR. Clean Ganga, Green Ganga, Serve Ganga. Disponível em: https://www.gangaaction.org/. Acesso em: 07/09/2021.
GLOBAL ALLIANCE FOR THE RIGHTS OF NATURE. Disponível em: https://www.therightsofnature.org/. Acesso em: 07/09/2021.
GUDYNAS, Eduardo. Derechos de la naturaleza: ética biocentrica y politicas ambientales. Buenos Aires: Tinta Limon, 2015.
ÍNDIA. Tribunal Superior de Uttarakhand em Nainital. Decision of 05/12/2016 - Writ Petition (PIL) nº 126/2014. Disponível em: https://elaw.org/system/files/attachments/publicresource/in_Salim__decision_dec2016.pdf. Acesso em: 29/05/2021.
ÍNDIA. Tribunal Superior de Uttarakhand em Nainital. Decision of 20/03/2017 - Writ Petition (PIL) nº 126/2014. Disponível em: https://elaw.org/system/files/attachments/publicresource/in_Salim__riverpersonhood_2017.pd f. Acesso em: 29/05/2021.
INGOLD, Tim. Humanidade e animalidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 10, nº 28, 1995, p. 39-54. Disponível em: http://www.anpocs.com/images/stories/RBCS/28/rbcs28_05.pdf. Acesso em: 07/09/2021.
KAUFFMAN, Craig M.; MARTIN, Pamela L. Can rights of nature make development more sustainable? Why some ecuadorian lawsuits succeed and others fail. World Development, vol. 92, pp. 130–142, 2017.
KOONS, Judith E. What is earth jurisprudence? Key principles to transform law for the health of the planet. Penn State Environmental Law Review, v. 18, p. 47-69, Fall, 2009. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/>. Acesso em: 07/09/2021.
LANNES, Caroline. Lake Erie Bill of Rights declared unconstitutional. Michigan Radio. 28/02/2020. Disponível em: https://www.michiganradio.org/post/lake-erie-bill-rights-declared-unconstitutional. Acesso em: 07/09/2021.
LOURENÇO, Daniel Braga. Qual o valor da natureza? Uma introdução à ética ambiental. São Paulo: Elefante, 2019, 456p.
MAGALLANES, Catherine J. Iorns. Nature as an ancestor: two examples of legal personality for nature in New Zealand. VertigO - La revue électronique en sciences de l'environnement [Online], Série Especial 22, 10/09/2015. Disponível em: https://journals.openedition.org/vertigo/16199?lang=pt. Acesso em: 29/05/2021.
MELO, Alisson José Maia. Jurisprudência da Terra, direitos da Natureza e a ascensão da harmonia com a Natureza: rumo do Direito Ecocêntrico? Revista de Direito Brasileira. Florianópolis/SC, v. 22, nº 9, Jan./Abr. 2019, p. 413-438.
MORAES, Germana de Oliveira. Os Diálogos das Nações Unidas “Harmonia com a Natureza” e a proposta de Declaração Internacional Dos Direitos Da Mãe Terra. Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC, v. 38.2, jul./dez. 2018, p. 687-712.
NOVA ZELÂNDIA. Te Awa Tupua (Whanganui River Claims Settlement) Act. 20/03/2017. Disponível em: https://www.legislation.govt.nz/act/public/2017/0007/latest/whole.html. Acesso em: 21/05/2021.
NOVAES SOBRINHO, Lafayette Garcia. Petição Inicial do processo nº 1009247- 73.2017.4.01.3800. 05/11/2017. Belo Horizonte/MG. Disponível em: https://docs.wixstatic.com/ugd/da3e7c_8a0e636930d54e848e208a395d6e917c.pdf. Acesso em: 05/05/2021.
OBSERVATÓRIO JURÍDICO DE DERECHOS DE LA NATURALEZA – ECUADOR. Sentencia Loja Primera Instancia. Río Vilcabamba. 17/04/2018. Disponível em: https://www.derechosdelanaturaleza.org.ec/vilcabamba/. Acesso em: 29/05/2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Harmony with Nature. Rights of Nature. Law. 2021. Disponível em: http://www.harmonywithnatureun.org/. Acesso em 29/05/2021.
POLO, Maria Cecília Andrade. La esencia antagónica entre el desarrollo y el Buen Vivir. In: Territórios e desenvolvimentos contestados: diálogos, resistências e alternativas. Org. Elcio Org: Elcio Cecchetti e Lilian Blanck de Oliveira. Blumenau: Edifurb, 2015, p. 61-83.
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado. Parte Geral. Tomo I. Pessoas físicas e jurídicas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, p. 245
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1994.
SINGER, Peter. Ética prática. 3. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2002.
REGAN, Tom. Jaulas vazias: encarando o desafio dos direitos animais. Porto Alegre: Lugano, 2006, 266 p.
ZHOURI, Andrea; OLIVEIRA, Raquel. Desenvolvimento, conflitos sociais e violência no Brasil rural: o caso das usinas hidrelétricas. Ambiente e Sociedade, Campinas, v.10, n. 2, p. 119-135, dez. 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Vivian Bittencourt, Luciano Felix Florit

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons - Atribución 4.0 Internacional, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen permiso y son estimulados a publicar y difundir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Véase El Efecto del Acceso Libre).