Os serviços de utilidade pública no Brasil: um paradoxo entre dois modelos
DOI:
https://doi.org/10.7213/revdireconsoc.v14i3.29570Palabras clave:
serviços públicos; regulação; estradas de ferro; energia; pensamento econômico.Resumen
Esse artigo analisa a relação entre a Economia e o Direito na construção dos modelos regulatórios dos serviços públicos no Brasil, recorrendo também ao estudo de duas experiências nacionais: a do setor ferroviário e do setor elétrico. Não se trata propriamente de uma história da regulação dos serviços públicos no país, mas de uma análise histórica e econômica do problema da construção de modelos de provisão que se adequassem a cada etapa da construção do Estado brasileiro. Sustenta-se aqui a existência de uma espécie de paradoxo de um Estado que opta por dado modelo de provisão enquanto a legislação em vigor caminha no sentido inverso. Opções em aberto, disputas, vozes silenciadas, circunstâncias específicas são elementos que uma análise de longo prazo tende a não abordar. Contudo, a proposta aqui apresentada para a periodização dos modelos de provisão dos serviços públicos no Brasil pode ser útil à medida em que permite a observação do paradoxo que, ao fim, é o objeto do presente artigo.
Descargas
Citas
BANDEIRA DE MELLO, Celso A. Curso de Direito Administrativo. 31. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BAUMOL, William; PANZAR, John C.; WILLIG, Robert D. Contestable Markets and the Theory of Industry Structure. 1.ed. San Diego: Harcourt College Publishers, 1988.
BÉRTOLA, Luis; OCAMPO, José Antônio. Desenvolvimento, vicissitudes e desigualdade – uma história econômica da América Latina desde a independência. Mar del Plata: Secretaria General Iberoamericana, 2010.
BOYD, William. Just Price, Public Utility, and the Long History of Economic Regulation in America. Yale Journal on Regulation, Yale, vol. 35, p. 721-777, 2018.
BRAGA, Odilon. Serviços públicos concedidos. Revista de Direito Administrativo, [S. l.], v. 7, p. 33–51, 1947.
BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
CLARK, John M. The Social Control of Business. 2. ed. Nova Iorque: Augustus M. Kelley, 1928.
DEMSETZ, Harold. Why Regulate Utilities? Journal of Law and Economics, Chicago, vol 11, nº 1, p. 55-65, 1968.
EMMONS, William M. Franklin D. Roosevelt, Electric Utilities, and the Power of Competition. The Journal of Economic History, Cambridge, vol. 53, p. 880-907, 1993.
FURTADO, Celso A economia latino-americana. 4. ed. São Paulo: Cia das Letras, 2007.
HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. 16. ed. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
JOHNSON, B. B.; SAES, F.A.M.; TEIXEIRA, H.; WRIGHT, J. T. C. Serviços Públicos no Brasil: mudanças e perspectivas. São Paulo: Editora Edgar Blucher, 1996.
LANNA, Ana Lúcia Duarte. Ferrovias no Brasil – 1870-1920. Revista História Econômica & História de Empresas, VIII.1, p. 7-40, 2005.
LIMA, José Luiz. Estado e energia no Brasil. São Paulo: IPE USP, 1984.
LOUREIRO, Gustavo Kaercher. As origens e os compromissos das figuras do equilíbrio econômico-financeiro na concessão de serviços públicos e da justa remuneração do capital empregado nas atividades de utilidade pública. Rio de janeiro: FGV/CERI, 2020.
MARICHAL, Carlos. Las finanzas y la construcción de las nuevas naciones latinoamericanas (1810-1880). In: VÁZQUEZ, Josefina Z (Org.). Historia General de America Latina, Vol. VI. Madrid: UNESCO, 2004, p. 399-420.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 16. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
NASH, L. R. The Economics of Public Utilities. New York: McGraw-Hill, 1925.
NOWOTNY, Kenneth. The Economics of Public Utility Regulation: An Overview. In: NOWOTNY, Kenneth; SMITH, David B.; TREBING, Harry M (Org.). Public Utility Regulation – the economic and social control of industry. Boston, Dordrecht, Londres: Kluwer Academic Publishers, 1989, p. 9-34.
NUNES, Ivanil. Estatização, desestatização e reestatização no setor ferroviário argentino e brasileiro. Revista Uruguaya de Historia Económica, vol. VI (9), p. 49-72, jun. 2016.
PALMER, R. R. The Age of the Democratic Revolution – a Political History of Europe and America, 1760-1800. Princeton: Princeton University Press, 1969.
POMERANZ, Kenneth. The Great Divergence: China, Europe and the Making of the Modern World Economy. 1. ed. Princeton: Princeton University Press, 2000.
SAES, Alexandre M.; SASSE, Carla Muller. A AMFORP e o setor elétrico brasileiro (1926-1964). Anuario CEEED, Buenos Aires, nº 4, Ano IV, p. 111-148, 2012.
SAES, Flávio A. Marques. As ferrovias de São Paulo (1870-1940). São Paulo: Hucitec, 1981.
SAES, Flávio A. Marques. A grande empresa de serviços públicos na economia cafeeira. São Paulo: Hucitec, 1986.
SCHUMPETER, Joseph A. History of Economic Analysis. Londres: Routledge, 1986.
STIGLER, Georg. The Theory of Economic Regulation. The Bell Journal of Economics and Management Science, vol. 2, n. 1, p. 3-21, 1971.
TONETO JÚNIOR, Rudinei. A situação atual do saneamento básico no Brasil: problemas e perspectivas. São Paulo, 2004, 325 f. Tese (Livre-Docência) – Economia, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
TROESKEN, Werner. Regime Change and Corruption – A History of Public Utility Regulation. In: GLAESER, Edward L; GOLDIN, Claudia (Org.). Corruption and Reform: Lessons from America’s Economic History. Chicago: University of Chicago Press, 2006.
VALLADÃO, Alfredo. Bases para o Código de Águas da República. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1907.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Amaury Patrick Gremaud, Alexandre Ganan de Brites Figueiredo, Maria Paula Vieira Cicogna, Rudinei Toneto Júnior
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons - Atribución 4.0 Internacional, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen permiso y son estimulados a publicar y difundir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Véase El Efecto del Acceso Libre).