Professores de escolas étnicas no Paraná: manter a cultura ou cumprir as leis?
DOI:
https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.7216Resumo
O presente artigo tem como tema o papel dos professores das escolas étnicas do Paraná. O recorte temporal situa-se desde o fim do século XIX até os anos de 1940. O objetivo geral é compreender o papel social dos professores dessas escolas, que deveriam atender as comunidades étnicas na manutenção da identidade cultural por meio da escola e ao mesmo tempo cumprir a legislação nacionalizadora. As fontes de pesquisa são os documentos escolares das ex-escolas étnicas, os relatórios de governo, a legislação escolar, as correspondências de governo e também os depoimentos de ex-alunos que frequentaram essas escolas no período estudado. A contextualização dos documentos revela diferentes olhares sobre a organização escolar e do ofício do magistério. A partir do método de análise histórica, as fontes serão confrontadas e possibilitarão compreender o papel dos professores ante a resistência das escolas à nacionalização. As fontes permitem fazer inferências sobre a ação do Estado fiscalizando e inspecionando as escolas para homogeneizar o ensino por meio do currículo único. Este estudo contribui para desvelar como as escolas e os professores encontravam mecanismos de burlar a legislação, manter a identidade cultural, até a nacionalização compulsória e o fechamento das escolas étnicas, em 1938.Downloads
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