Educação do campo: materialidade da luta e signos discursivos
DOI:
https://doi.org/10.7213/rde.v11i34.4537Resumo
Neste artigo objetivamos apresentar uma análise das palavras de ordem: “Educação do campo: direito nosso; dever do Estado!”, as quais expressam a ação dos Movimentos Sociais Populares do Campo no Brasil na luta por uma educação do campo. As palavras de ordem, entendidas como signos discursivos, revelam a intencionalidade e a tensão produzida pelos sujeitos do campo no sentido da construção e concretização do que vem sendo chamado de educação do campo. Ancoramo-nos no referencial teórico-metodológico bakhtiniano, em especial na sua teoria da linguagem, para desenvolvermos a análise bibliográfica sobre a temática. Como orientação na luta, os signos discursivos – palavras de ordem – ao mesmo tempo em que conduzem os sujeitos, exigem-lhes o reposicionamento na luta de classe e na própria forma de fazer garantir o seu direito à educação. Esse posicionamento exige a tomada de consciência da contradição existente entre a ação dos trabalhadores organizados e a ação do Estado no trato e na concretização da educação do campo como política pública.Downloads
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