Educação do campo: materialidade da luta e signos discursivos

Autores

  • Alex Verdério Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PR - Brasil.
  • Ivete Janice de Oliveira Brotto Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PR - Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v11i34.4537

Resumo

Neste artigo objetivamos apresentar uma análise das palavras de ordem: “Educação do campo: direito nosso; dever do Estado!”, as quais expressam a ação dos Movimentos Sociais Populares do Campo no Brasil na luta por uma educação do campo. As palavras de ordem, entendidas como signos discursivos, revelam a intencionalidade e a tensão produzida pelos sujeitos do campo no sentido da construção e concretização do que vem sendo chamado de educação do campo. Ancoramo-nos no referencial teórico-metodológico bakhtiniano, em especial na sua teoria da linguagem, para desenvolvermos a análise bibliográfica sobre a temática. Como orientação na luta, os signos discursivos – palavras de ordem – ao mesmo tempo em que conduzem os sujeitos, exigem-lhes o reposicionamento na luta de classe e na própria forma de fazer garantir o seu direito à educação. Esse posicionamento exige a tomada de consciência da contradição existente entre a ação dos trabalhadores organizados e a ação do Estado no trato e na concretização da educação do campo como política pública.  

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Publicado

2011-07-07

Como Citar

Verdério, A., & de Oliveira Brotto, I. J. (2011). Educação do campo: materialidade da luta e signos discursivos. Revista Diálogo Educacional, 11(34), 997–1014. https://doi.org/10.7213/rde.v11i34.4537