Diálogo, contextualização do saber e autonomia em Paulo Freire e a semipresencialidade na Educação Superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/1981-416X.20.066.AO03

Resumo

Ao idealizar a libertação dos indivíduos das amarras da opressão do ensino tradicional, a educação problematizadora de Paulo Freire propõe o ato pedagógico ancorado no tripé educador–educando–objeto do conhecimento, no qual o educador não é mais visto apenas como o mediador dos saberes, uma vez que o objeto de conhecimento é transformado pelo educando. Desse modo, educadores e educandos são sujeitos estratégicos do processo educacional, que buscam por meio do diálogo, da reflexão e da inserção crítica da realidade a transformação do seu contexto, tornando, assim, a educação um processo permanente e emancipatório. Nesse sentido, tais saberes da pedagogia freireana tornam-se necessários na Educação a Distância a fim de que nela se possa também produzir uma educação libertadora. Com base nesses princípios teóricos e metodológicos de educação, esta pesquisa investiga a presença das evidências freireanas referentes ao diálogo, à autonomia e à contextualização do saber nas práticas educacionais de disciplinas semipresenciais em uma instituição de ensino superior. A fim de atender a esse objetivo, realizou-se uma revisão de literatura, relacionada à teoria de Freire e a Educação a Distância; a seleção da amostra; a aplicação de instrumentos para identificação das categorias freireanas em disciplinas semipresenciais, do tipo de observação sistemática/não participante, os quais permitem a abordagem dos conceitos nas atividades coletivas e individuais da plataforma Moodle; e a análise das evidências encontradas a fim de que se possa averiguar a importância da teoria freireana para a compreensão e a prática bem-sucedida da EaD. Apesar de evidenciar os conceitos freireanos na semipresencialidade, este trabalho permitiu observar algumas dificuldades em relação à escolha e ao desenvolvimento das atividades propostas pelos docentes, participantes da amostra, do que se conclui que a concretização do diálogo, da autonomia e da contextualização do saber nas práticas educacionais não ocorreu de forma plena e que a modificação do ensino presencial, por meio do uso da modalidade semipresencial e das Tecnologias da Informação e Comunicação, exige um novo olhar, planejamento e inovação dos sujeitos envolvidos no processo educacional.

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Biografia do Autor

Julio Cesar Godoy Bertolin, Universidade de Passo Fundo

Possui doutorado em Educação e mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou estágio de doutoramento na Universidade de Aveiro - Portugal e Pós-doutorado no Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES), em Porto, Portugal. Atualmente é professor titular e pesquisador da Universidade de Passo Fundo (UPF). Fez parte da Comissão Especial de Avaliação (CEA) do Ministério da Educação (MEC) que elaborou o SINAES. Atuou como consultor da UNESCO, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do MEC no desenvolvimento de sistemas de avaliação da educação superior. Tem experiência em pesquisas, planejamento e avaliação na educação superior.

Rafaela Bohrz, Universidade de Passo Fundo

Possui graduação em Letras, habilitação Inglês e Português pela Universidade de Passo Fundo (2008), pós-graduação em Informática na Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2011), em Planejamento, Implementação e Gestão da EaD pela Universidade Federal Fluminense (2015) e mestrado em Educação na Universidade de Passo Fundo (2017). Atua como Assistente de Educação a Distância na Divisão UPF Online, na Universidade de Passo Fundo. 

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Publicado

2020-09-10

Como Citar

Godoy Bertolin, J. C., & Bohrz, R. (2020). Diálogo, contextualização do saber e autonomia em Paulo Freire e a semipresencialidade na Educação Superior. Revista Diálogo Educacional, 20(66), 1436–1461. https://doi.org/10.7213/1981-416X.20.066.AO03