Feenberg e a filosofia da tecnologia norte-americana: o empirical turn

Autores/as

  • Ivan Domingues Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.7213/aurora.27.040.DS01

Resumen

Pretende-se abordar a proposta feenbergeriana da transformação da tecnologia, ao procurar um caminho que se distanciasse igualmente (a) da abordagem heideggeriana, que toma a tecnologia como Gestell (Framing = enquadramento), a natureza como reserva à disposição (Standing reserve) e a civilização tecnológica como destino, aprisionando a humanidade no imenso sistema que ela mesma criou; (b) da abordagem da filosofia analítica, que toma a tecnologia como aplicação da ciência e pensa a filosofia da tecnologia na extensão da filosofia da ciência, tomando-a como conhecimento prático (know-how) e procurando circunscrever o silogismo prático (regra de ação) que estabelece o liame entre o conhecimento, o artefato e a ação; e (c) da abordagem marxista tradicional, que toma a tecnologia como força produtiva e pensa a filosofia da tecnologia na extensão da economia, portanto como algo neutro, seja como máquina, seja como ferramenta (= instrumento). Em seu percurso intelectual, Feenberg buscou na Teoria Crítica os elementos para repensar a natureza da tecnologia, encontrando-os nas categorias de práxis, totalidade, razão instrumental, dialética etc.; não sem, ao mesmo tempo, introduzir um tour de force para se livrar do pessimismo atávico de Adorno e do otimismo romântico de Marcuse. Em seguida, sem abandonar a herança frankfurtiana, ele se alinhou à perspectiva do empirical turn, que caracteriza um importante segmento da filosofia da tecnologia norte-americana atual, bem como os chamados Social Studies of Science, aos quais se acrescenta a Tecnologia, tendo o construtivismo social e a escola francesa (Bruno Latour) como principais interlocutores. O foco deste artigo é o empirical turn, marcado pela busca de apoio empírico nas considerações filosóficas acerca dos sistemas sócio-técnicos (estudos de casos etc.), além do desafio de não deixar a filosofia da tecnologia se servilizar pela sociologia/antropologia das tecnociências. 

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Citas

ACHTERHUIS, H. (Ed). American Philosophy of Technology: The Empirical Turn. Bloomington: Indiana U.P., 2001.

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Publicado

2015-04-28

Cómo citar

Domingues, I. (2015). Feenberg e a filosofia da tecnologia norte-americana: o empirical turn. Revista De Filosofía Aurora, 27(40), 15–31. https://doi.org/10.7213/aurora.27.040.DS01