“É a verdade uma mulher?”: Nietzsche contra a tradição filosófica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.060.DS03

Palabras clave:

Nietzsche, tradição, metáfora, corpo, mulher.

Resumen

O traço polêmico da escrita de Nietzsche faz com que seu pensamento seja muitas vezes incompreendido ou marginalizado pela expectativa tradicional com que se costuma abordar textos filosóficos. Justamente em razão de seu estilo provocador, Nietzsche se qualifica como filósofo contrário à tradição. Seu caráter metafórico, que sempre abre margem ao risco de imprecisão e ao erro, mostra-se potente como discurso que critica a estabilidade dos métodos tradicionais da filosofia. Será aqui analisada a gravidade do recurso metafórico proposto por Nietzsche no seu empreendimento de desqualificar a tradição filosófica. De uma forma direta, serão avaliados os signos nietzschianos envolvidos na consideração de que os filósofos da tradição seriam inaptos para lidar com a verdade caso ela fosse considerada uma mulher, em função de sua decorrente negação do corpo na filosofia.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Marcelo Leandro Santos, Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES

Pós-Doutor, Doutor e Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2010, 2005) na Linha de Pesquisa Ética e Filosofia Política e Bacharel em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2001). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ética, Filosofia Política, Estética, bem como formação para diálogos interdisciplinares com Literatura, Psicanálise, Direito e Medicina. As principais linhas de pesquisa a que se dedica abordam interlocuções com a Teoria Critica. Integra o núcleo de professores da Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na Universidade do Vale do Taquari - Univates, lecionando Filosofia e Ética, Filosofia do Direito, Saúde e Sociedade entre outros componentes curriculares nos cursos da Instituição.

Citas

CLÉMENS, E. Da leitura à história extemporânea. In: MARTON, S. (org.). Nietzsche hoje?. Trad. Milton Nascimento e Sônia Salzstein Goldberg. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 193-201.

DELEUZE, G. Nietzsche e a filosofia. Trad. Mariana de Toledo Barbosa e Ovídio de Abreu Filho. São Paulo: n-1 edições, 2018.

DELEUZE, G. Pensamento nômade. In: MARTON, S. (org.). Nietzsche hoje?. Trad. Milton Nascimento. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 56-67.

FLORES, M. B. R. O pensamento antifeminista: a querela dos sexos. História Revista, v. 9, n. 2, p. 227-252, jul./dez. 2004.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1999.

HALÉVY, D. Nietzsche. Porto: Inova, 1968.

MARTON, S. Extravagâncias: ensaios sobre a filosofia de Nietzsche. São Paulo: Discurso Editorial, 2001.

MURICY, K. Ecce Homo: a autobiografia como gênero filosófico. Rio de Janeiro: Zazie, 2017.

NIETZSCHE, F. A gaia ciência. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Trad. Mário da Silva. São Paulo: Círculo do Livro, 1990.

NIETZSCHE, F. Ecce homo. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

TÜRCKE, C. O louco: Nietzsche e a mania da razão. Trad. Antônio Celiomar Pinto de Lima. Petrópolis: Vozes, 1993.

Publicado

2021-12-08

Cómo citar

Santos, M. L. (2021). “É a verdade uma mulher?”: Nietzsche contra a tradição filosófica. Revista De Filosofía Aurora, 33(60). https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.060.DS03