Utopismo e antiutopismo, em Bloch e Jonas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.32.057.DS05

Palabras clave:

Utopismo, antiutopismo, Ernst Bloch, Hans Jonas

Resumen

Aos quarenta anos de O Princípio Responsabilidade, de Hans Jonas, o ensaio1 procede à sondagem exploratória e à análise da tensão ético-política acerca das concepções de utopia e de antiutopia, dispostas e posicionadas pelas filosofias blochiana e jonasiana. Se para Bloch o que tem movido — e, por certo, seguirá movendo — a humanidade recebe sua identidade da docta spes (a esperança compreendida), sob a forma utopia concreta, fundada na ontologia do "ainda-não consciente"; para Jonas, ao contrário, é necessário suplantar a mentalidade utópica, sobremaneira a tecnológica, derivada e executora do projeto baconiano, de modo a facilitar a consolidação da ética da responsabilidade destinada à civilização tecnológica. Se uma posição ético-política finda por interrogar a outra, intenciona-se a explicitação crítica de ambas argumentações, que poderá fornecer alguns elementos de compreensão do problema. A hipótese subjacente aponta para a parte mais vulnerável de O Princípio Responsabilidade, os capítulos V e VI, em que ocorrem a crítica jonasiana à utopia de pressupostos derivados da filosofia marxista, sintetizados e atualizados em O Princípio Esperança, de Ernst Bloch.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Antonio Valverde, PUC-SP

Professor Titular do Departamento de Filosofia da PUC-SP

Citas

ABAD DE SANTILLÁN, D. El Organismo Economico de la Revolución. Bilbao/Madrid: Zero/ZYX, 1978.

ANDRADE, O. “A marcha das utopias”, In: ANDRADE, O. Do pau-brasil à antropofagia e às utopias, 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970. p. 145-200.

BLOCH, E. O Princípio Esperança, tradução Nélio Schneider. vol. I. Rio de Janeiro: Contraponto / EdUERJ, 2005.

BLOCH, E. Das Prinzip Hoffnung. v. 1. Berlin: Aufban-Verlag, 1960.

BLOCH, E. Das Prinzip Hoffnung -Gesamtausgabe in 16 Bänden Band 5. Kapitel 1-32. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1977.

BLOCH, E. O Princípio Esperança. Trad. Nélio Schneider. v. II. Rio de Janeiro: Contraponto / EdUERJ, 2006.

BLOCH, E. O Princípio Esperança, tradução Nélio Schneider. vol. III. Rio de Janeiro: Contraponto / EdUERJ, 2006a.

BLOCH, E. Despedida de la Utopía? Trad. Sandra Santana Pérez. Madrid: A. Machado, 1980.

ELIOT, T. S. Poemas 1910-1930. Trad. Idelma Ribeiro de Faria. São Paulo: Hucitec, 1980.

ENGELS, F. “Esboço para uma crítica da economia política”. Revista Temas de Ciências Humanas, São Paulo, n. 5, pp. 1-29, 1979.

ENGELS, F. A Situação da Classe Trabalhadora em Inglaterra. Trad. Analia C. Torres. Porto: Afrontamento, 1973.

ESTEVES, A. A. Do Socialismo Científico ao Socialismo Utópico: o projeto emancipatório de Herbert Marcuse – política e estética nas décadas de 1960 e 1970. Curitiba: CRV, 2020.

FURTER, P. Dialética da Esperança: uma interpretação do pensamento utópico de Ernst Bloch. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

HUSSERL, E. A Crise da Humanidade Européia e a Filosofia (Krisis). 2. ed. Trad. Urbano Zilles. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

JONAS, H. O Princípio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Trad. Marijane Lisboa e Luis Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006.

JONAS, H. Das Prinzip Verantwortung: Versuch einer Ethik für die technologische Zivilisation. Frankfurt: Suhrkamp, 2003. (tascehnbuch).

LAMPEDUSA, G. T. Il Gattopardo. Milano: Feltrinelli, 2002. (Collana: Le Comete).

LOSURDO, D. Guerra e Revolução: o mundo um século após Outubro de 1917. Trad. Ana Maria Chiarini e Diego Silveira Coelho Pereira. São Paulo: Boitempo, 2017.

MARX, K. Crítica do Programa de Gotha. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2012.

MARX, K. “Prefácio”. In: MARX, K. Contribuição à Crítica da Economia Política. Trad. Florestan Fernandes. São Paulo: Flama, 1946.

MARX, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844). Trad. Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004.

MÉSZÁROS, I. Para Além do Capital: rumo a uma teoria da transição. Trad. Paulo Cezar Castanheira e Sérgio Lessa. São Paulo: Boitempo, 2011.

NOVAES, A. O novo espírito utópico. São Paulo: Sesc, 2016.

OLIVEIRA, J.; POMMIER, E. (Orgs.), Vocabulário Hans Jonas. Caxias do Sul: Educs, 2019.

TOLEDO, I. A. M., “O revisionismo histórico e a liquidação da tradição revolucionária”. Projeto História, S. Paulo, v. 60, p. 351-357, out-dez. 2017. (Resenha).

TRAVERSO, E. Melancolia de Esquerda: marxismo, história e memória. Trad. André Bezamat. Belo Horizonte / Veneza: Âyiné, 2018.

VALVERDE, A. “Utopia”. In: OLIVEIRA, J. R.; POMMIER, E. (Orgs.). Vocabulário Hans Jonas. Caxias do Sul: EDUCS, 2019. p. 247-254.

VALVERDE, A. “Bloch e Jonas: ainda-não consciente, utopia concreta e ética de responsabilidade”. In: CORREIA, A; DRUCKER, C; OLIVEIRA, J.; RIBEIRO, N. (Orgs.). Heidegger, Jonas, Levinas. São Paulo: ANPOF, 2017.

VALVERDE, A. “A docta spes de Ernst Bloch e o anti-utopismo de Hans Jonas”, In: COSTA, A. F. V.; et al. (Org.). Heidegger, Jonas e Levinas. São Paulo: ANPOF, 2019. p. 43-58.

VIANA, F. A. M., A Utopia Concreta e o Ainda-não-Consciente na obra de Ernst Bloch. 306f. Orientador: VALVERDE, A. Tese (Doutorado em Filosofia Política) — Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, 2015.

Publicado

2020-12-03

Cómo citar

Valverde, A. (2020). Utopismo e antiutopismo, em Bloch e Jonas. Revista De Filosofía Aurora, 32(57). https://doi.org/10.7213/1980-5934.32.057.DS05