Redução performativa e medialidade. A janela da Fenomenologia Meôntica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.31.053.DS05

Palabras clave:

Fenomenologia, redução, performativo, medialidade, janela.

Resumen

O presente artigo apresenta um estudo detalhado sobre a dimensão performativa implícita na redução fenomenológica a partir de uma análise das obras de Edmund Husserl e da sua reinterpretação nas contribuições de Eugen Fink. Atribuindo à função do espectador transcendental a estrutura de janela, estrutura esta previamente desenvolvida nas pesquisas sobre os atos das presentificações em geral e sobre a consciência de imagem em particular, Fink consegue demonstrar a medialidade característica da redução, verdadeiro centro operativo da fenomenologia. Essa função medial — situada, como uma janela, entre o âmbito mundano e a esfera transcendental — será um elemento fundamental tanto para o desenvolvimento da fenomenologia constitutiva de Husserl e suas análises sobre a história transcendental, quanto para a teoria transcendental do método e sua tematização pelo pensamento fenomenológico in fieri, bem como para a declinação meôntica da fenomenologia proposta por Fink. Neste sentido, a operação da redução será radicalizada numa performance que pretende “fissurar” a “superfície da vida transcendental” (ou seja: a esfera mundana da vida natural), criando aí uma abertura ao transcendental. A partir deste topos medial, o espectador transcendental se torna, portanto, uma espécie de panopticum “não envolvido” e “imparcial” do jogo da constituição, o qual ele pode enxergar através da janela aberta pela redução entre o âmbito natural e o transcendental como um imenso espetáculo. O espetáculo da “ontogênese” transcendental — anteriormente escondida uma latência anônima, sepultada na profundidade de um esquecimento “antigo como o mundo” — apresenta-se entre a subjetividade constituinte transcendental e seu produto final: a finitude, a correlação experiencial constituída entre ser humano e mundo. Finalmente, retomando as sugestões implicadas no fenômeno da imagem, as conclusões traçam um paralelismo com os famosos Cortes de Luciano Fontana, obras de arte performativa que, substituindo a represented spatiality por uma acted spatiality, rompem com o espaço “natural” e tradicional da imagem (o espaço da mimesis e da representação) para adentrar, através da criação de uma cesura, de um corte na superfície da imagem, o infinito.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Giovanni Jan Giubiato, Universidade Estadual de Londrina (UEL) Londrina - PR, Brasil

Doutor em filosofia pela Bergische Universität Wuppertal (Alemanha) com uma tese sobre a filosofia de Eugen Fink e a sua reinterpretação da fenomenologia husserliana. Mestrado em filosofia pela Università degli Studi di Padova (Itália) sob a orientação do Prof. Dr. Franco Volpi, com uma dissertação sobre os Manuscritos de Bernau de Husserl e o problema da temporalidade. Bacharelado em filosofia pela Alma Mater Studiorum-Università di Bologna (Itália) com um trabalho sobre a neurofenomenologia e o nexo mente-corpo. Foi pesquisador visitante na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). Autor de vários livros, artigos e traduções, é editor colaborador da "Eugen Fink Gesamtausgab". Trabalhou como professor e pesquisador de Programas de Pós-Graduação em filosofia na Itália, Alemanha, México, Colômbia e Brasil. Atualmente é bolsista PNPD-CAPES do programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Citas

BRUZINA, R. Edmund Husserl & Eugen Fink. Beginnings and Ends in Phenomenology. New Haven/London: Yale University Press, 2004.

BRUZINA, R. Hinter der ausgeschriebenen Finkschen Meditation: Meontik – Pädagogik. In: BÖHMER, A. Eugen Fink: Sozialphilosophie - Anthropologie - Kosmologie - Pädagogik – Methodik. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2006. p. 193-219.

CAIRNS, D. Conversationswith Husserl and Fink. The Hague: Nijhoff, 1976.

FINK, E. Studien zur Phänomenologie 1930-1939. Den Haag: Nijhoff, 1966.

FINK, E. VI Cartesianische Meditation. Teilband 1. Dordrecht: Kluwer, 1988a.

FINK, E. VI Cartesianische Meditation. Teilband 2. Dordrecht: Kluwer, 1988b.

FINK, E. Phänomenologische Werkstatt. Teilband 3.1. Freiburg: Karl Alber, 2006.

FINK, E. Phänomenologische Werkstatt. Teilband 3.2. Freiburg: Karl Alber, 2008.

GIUBILATO, G. J. Beyond the Genesis, toward the Absolute. Eugen Fink's Architectonic Foundation of a Constructive Phenomenology. Horizon. Studien zur Phhänomenologie, v. 7, n. 1, p. 203-222, 2018.

GIUBILATO, G. J. Freiheit und Reduktion. Grundzüge einer phänomenologischen Meontik bei Eugen Fink (1927-1946). Nordhausen: Bautz, 2017.

HELD, K. Lebendige Gegenwart. Die Frage nach der Seinsweise des transzendentalen Ich bei Edmund Husserl, entwickelt am Leitfaden der Zeitproblematik. Den Haag: Nijhoff, 1966.

HUSSERL, E. Erste Philosophie (1923/24). Zweiter Teil: Theorie der phänomenologischen Reduktion (Hua VIII). Den Haag: Nijhoff, 1959.

HUSSERL, E. Briefe an Roman Ingarden. Den Haag: Nijhoff, 1968.

HUSSERL, E. Die Idee der Phänomenologie. Fünf Vorlesungen (Hua II). Den Haag: Nijhoff, 1973a.

HUSSERL, E. Zur Phänomenologie der Intersubjektivität. Texte aus dem Nachlass. Dritter Teil: 1929-1935 (Hua XV). Den Haag: Nijhoff, 1973b.

HUSSERL, E. Die Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie. Eine Einleitung in die phänomenologische Philosophie (Hua VI). Den Haag: Nijhoff, 1976.

HUSSERL, E. Phantasie, Bildbewusstsein, Erinnerung. Zur Phänomenologie der anschaulichen Vergegenwärtigungen. Texte aus dem Nachlass (1898-1925) (Hua XXII). Den Haag: Nijhoff, 1980.

HUSSERL, E. Zur phänomenologischen Reduktion. Texte aus dem Nachlass (1926-1935) (Hua XXXIV). Dordrecht: Kluwer, 2002.

HUSSERL, E. Die Lebenswelt. Auslegungen der vorgegebenen Welt und ihrer Konstitution. Texte aus dem Nachlass (1916-1937) (Hua XXXIX). Dordrecht: Springer, 2008.

HUSSERL, E. Meditações cartesianas e Conferências de Paris. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013

JÜNGER, E. Essays I. Betrachtungen zur Zeit (Ernst Jünger Werke V). Stuttgart: Klett, 1963.

LUFT, S. Faktizität und Geschichtlichkeit als Konstituentien der Lebenswelt in Husserls Spätphilosophie. Phänomenologische Forschungen, n. 34, p. 13-40, 2005.

LÜTHY, M. Vom Raum in der Fläche des Modernismus. In: HENNING, A.; OBERMAYER, B.; WITTE, G. Fraktur. Gestörte ästhetische Präsenz in Avantgarde und Spätavantgarde. Wien: Gesellschaft zur Förderung Slawistischer Studien, 2006.

MARBACH, E. Das Problem des Ich in der Phänomenologie Husserls. Den Haag: Nijhoff, 1974.

TAGUCHI, S. Das Problem des ,Ur-Ich' bei Edmund Husserl. Die Frage nach der selbstverständlichen, Nähe' des Selbst. Dordrecht: Springer, 2006.

WHITNEY, W. D. The Century dictionary; an encyclopedic lexicon of the English language. New York: The Century Co., 1889.

Publicado

2019-08-08

Cómo citar

Giubiato, G. J. (2019). Redução performativa e medialidade. A janela da Fenomenologia Meôntica. Revista De Filosofía Aurora, 31(53). https://doi.org/10.7213/1980-5934.31.053.DS05