A historicização da herança geracional segundo a teoria freudiana: um imperativo para os estudos psicanalíticos feministas

Authors

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.058.DS02

Keywords:

Freud. Feminismo. Herança geracional. Édipo. Supereu.

Abstract

Procuramos expor o pluralismo de leituras da obra freudiana mediante a exploração da hipótese de historicização da formação psíquica dos sujeitos, especialmente relativa ao complexo de Édipo e Supereu. Partindo da perspectiva de estudos feministas, verificamos no corpus teórico freudiano se há a possibilidade de que o avanço sócio-histórico seja um fator de modificação de concepções que, na leitura freudiana clássica, seriam lidas como imutáveis, fixas e rígidas cultural e historicamente. Madelon Sprengnether, Nancy Chodorow e Judith Butler serão retomadas para criticar a leitura clássica e generalizante do complexo de Édipo enquanto “estrutural”, essencializado e substancializado. Sugerimos que, sendo uma lei hegemônica, a vivência edípica não pode ser completamente ultrapassada, mas pode ser performativamente atuada de formas desviantes de sua estrutura classicamente pensada por Freud. Nesse âmbito, a transmissão geracional é nosso enfoque primordial. Ela é debatida ao menos em três momentos complementares: na análise da filogênese, da herança arcaica e do Édipo social exposta em Totem e tabu (1913), na herança narcísica de expectativas e ideais compreendida em Introdução ao narcisismo (1914) e na teoria da perpetuação de valores e tradições morais via identificações geracionais superegoicas que consta nas Novas Conferências sobre Psicanálise (1933).

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Published

2021-04-05

How to Cite

Ferreira da Costa, V. H. (2021). A historicização da herança geracional segundo a teoria freudiana: um imperativo para os estudos psicanalíticos feministas. Revista De Filosofia Aurora, 33(58). https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.058.DS02