O fundamento da filosofia e a prova da lei moral em Reinhold
DOI:
https://doi.org/10.7213/1980-5934.30.051.DS08Keywords:
Fundamento, moralidade, liberdade da vontade, livre arbítrio.Abstract
Procuramos mostrar como Reinhold, a partir de uma análise sobre as principais filosofias que o antecederam, elabora a sua teoria da moralidade. O primeiro momento do texto esboça os pontos que ele considera problemáticos nas filosofias anteriores, especialmente na de Kant, e como enfrenta esses problemas. Em seguida, analisamos a edição de 1792 das Cartas sobre a filosofia kantiana, obra que Reinhold considera ter realizado o seu intento de provar a não impossibilidade da liberdade como uma faculdade fundamental da pessoa. No decorrer de nosso estudo, também mostramos que é possível defender a não ruptura de Reinhold com a própria filosofia passada, ao contrário do que atesta Lazzari, mas sim que há uma continuidade e aprofundamento dos conceitos desenvolvidos. No entanto, há sim uma importante mudança operada por Reinhold em relação a seus textos anteriores: o embasamento de sua teoria nos textos de Kant. A partir de 1792, mesmo tendo sempre o kantismo como pano de fundo, o autor se mostra mais independente. Contesta tópicos na obra de Kant e propõe alternativas, como por exemplo, eliminar a identidade entre vontade e razão prática daquela filosofia. Nesta mudança, a vontade adquire uma instância de autodeterminação que, a partir da demanda dos impulsos, estabelece a possibilidade e a realidade da liberdade. Por fim, examinamos como Reinhold opera apropriadamente a conciliação entre o conceito de liberdade da vontade e a questão da existência de Deus, de tal forma que a religiosidade se tornará uma consequência da moralidade.
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Procuramos mostrar como Reinhold, a partir de uma análise sobre as principais filosofias que o antecederam, elabora a sua teoria da moralidade. O primeiro momento do texto esboça os pontos que ele considera problemáticos nas filosofias anteriores, especialmente na de Kant, e como enfrenta esses problemas. Em seguida, analisamos a edição de 1792 das Cartas sobre a filosofia kantiana, obra que Reinhold considera ter realizado o seu intento de provar a não impossibilidade da liberdade como uma faculdade fundamental da pessoa. No decorrer de nosso estudo, também mostramos que é possível defender a não ruptura de Reinhold com a própria filosofia passada, ao contrário do que atesta Lazzari, mas sim que há uma continuidade e aprofundamento dos conceitos desenvolvidos. No entanto, há sim uma importante mudança operada por Reinhold em relação a seus textos anteriores: o embasamento de sua teoria nos textos de Kant. A partir de 1792, mesmo tendo sempre o kantismo como pano de fundo, o autor se mostra mais independente. Contesta tópicos na obra de Kant e propõe alternativas, como por exemplo, eliminar a identidade entre vontade e razão prática daquela filosofia. Nesta mudança, a vontade adquire uma instância de autodeterminação que, a partir da demanda dos impulsos, estabelece a possibilidade e a realidade da liberdade. Por fim, examinamos como Reinhold opera apropriadamente a conciliação entre o conceito de liberdade da vontade e a questão da existência de Deus, de tal forma que a religiosidade se tornará uma consequência da moralidade.
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