Marcuse e os limites da sua utopia
DOI:
https://doi.org/10.7213/rfa.v23i33.1519Abstract
Marcuse direciona a Freud uma crítica que diz respeito ao estatuto atribuído pela metapsicologia ao “princípio de realidade”. Verificaremos, portanto, a consistência de alguns dos seus argumentos e a ideia de um “poder-ser” implícito na sociedade moderna, de cuja ignorância, segundo o próprio Marcuse, teria nascido o pessimismo freudiano. Isso feito, buscaremos nos comentários de Alasdair MacIntyre elementos que colocam em “xeque” a utopia marcuseana, delimitando-a e impossibilitando-a de realizar-se, ao menos do ponto de vista de uma coerência discursiva. Para MacIntyre, a ideia de uma sexualidade não reprimida ou até mesmo autossublimada e liberta não faz sentido até que se responda a seguinte pergunta: O que é que realmente faremos num estado de sexualidade libertada? Para o crítico em questão, a ideia da sexualidade contemporânea estar constrangida pelas limitações de uma cultura sexual genital-monogâmica não faz sentido, até que se possa estabelecer efetivamente algum contraste com algo que seja possível realizar e que ainda não foi realizado. Entretanto, a crítica de qualquer utopia não deveria jamais desembocar na crítica do espírito utópico.Downloads
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