Sobre o estatuto da vida no paradigma biopolítico foucaultiano | On the status of life in the Foucauldian biopolitical paradigm
DOI:
https://doi.org/10.7213/1980-5934.34.061.DS02Palavras-chave:
Vida. Foucault. Biopolítica. Nietzsche. Voluntad de poder.Resumo
Este artigo analisa a noção de vida no paradigma biopolítico foucaultiano a partir de uma bivalência fundamental da vida, entendida tanto como correlato de um poder que a domina e administra, quanto como possibilidade de um poder que resiste e sempre escapa às tecnologias. os confronta. Ora, de onde Foucault extrai essas virtualidades da vida, com que materiais ele constrói esse conceito? E, sobretudo, que alcance e potencial tem? A análise, que leva em conta a produção foucaultiana como um todo, bem como o aparato crítico sobre o tema, destaca e foca, em especial, o ascendente nietzschiano, o que terá consequências importantes para a compreensão de desdobramentos posteriores sobre a vida no pensamento de do filósofo francês, como a estética da existência, resistência, crítica e liberdade. Para a realização deste trabalho, o artigo está estruturado em torno dos seguintes pontos: uma breve revisão da noção de vida no conjunto da produção foucaultiana; a análise da noção de vida que Foucault apresenta em meados dos anos 1970 no que se poderia chamar de “paradigma biopolítico” e, em particular, em sua relação com as noções de poder e governo; o exame da genealogia entre as noções de vida e poder do paradigma biopolítico foucaultiano e a noção nietzschiana de “vontade de poder”; e a proposta de um conjunto de conclusões provisórias da noção de vida no paradigma biopolítico foucaultiano, destacando uma série de âmbitos e potencialidades da componente de resistência dessa noção.
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