Infraestrutura portuária: análise do impacto regional do novo marco regulatório no Estado do Espírito Santo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.soc.v10i1.23481

Palavras-chave:

análise de risco regulatório, redes bayesianas, portos, Direito Portuário, Direito Econômico.

Resumo

O Brasil aprovou um novo quadro regulatório para o setor portuário em 2013, buscando atrair investimentos privados para modernizar e melhorar a competitividade de seus portos. A questão, no entanto, é se esta nova Lei dos Portos é capaz de atender a essa expectativa e fornecer um quadro regulatório eficiente, permitindo investimentos privados e a necessária modernização dos portos brasileiros. Neste artigo, abordamos essa questão e propomos um novo método para a análise de risco regulatório utilizando Redes Bayesianas. Para atingir esse objetivo, primeiro avaliamos a relevância da infraestrutura portuária e as formas pelas quais o Estado pode intervir na economia no Brasil. Então, após analisarmos o desenvolvimento do novo quadro regulatório para o setor portuário, propomos um modelo de Análise de Impacto Regulatório usando Redes Bayesianas, aplicando esse modelo aos dados coletados em uma pesquisa com especialistas do setor portuário no estado do Espírito Santo. Concluímos que o risco de falta de eficácia no novo quadro regulatório é maior quando comparado à Lei dos Portos anterior.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alceu Mauricio Junior, Universidade Vila Velha

Docente do Curso de Graduação em Direito e do Mestrado em Sociologia Política da Universidade Vila Velha (Vila Velha - ES, Brasil). Doutor em Direito Constitucional e Teoria do Estado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Juiz, Brasil. E-mail: [email protected].

Francisco de Assis Basílio de Moraes, Universidade Vila Velha

Docente do Curso de Graduação em Direito da Universidade Vila Velha (Vila Velha - ES, Brasil). Doutorando em Direito pela FADISP. Mestre em Engenharia Naval na Área de Risco pela Universidade de São Paulo. Mestre em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual do Pará e Especialista em Educação Matemática pela UERJ. Brasil. E-mail: [email protected]

Referências

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Direito dos serviços públicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.

ARAGÃO, Alexandre Santos De; FIDALGO, Carolina Barros. Regime jurídico da autorização portuária no brasil: serviços públicos ou atividades privadas regulamentadas? Revista dos Tribunais, v. 946, p. 15–45, 2014.

ARAÚJO, Luiz Eduardo Diniz; ECHEVERRIA, Carolina Lages. Revista da AGU, v. 14, n. 3, p. 153–182, 2015.

BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Concessão, permissão e autorização de serviço público. In: CARDOZO, José Eduardo Martins; QUEIROZ, João Eduardo Lopes; SANTOS, Márcia Walquiria Batista Dos (Eds.). Direito administrativo econômico. São Paulo: Atlas, 2011. p. 393–412.

BARROS, Cristiane Ferreira da Silva; BARROS, Cleyton Miranda. Suitability of Brazilian ports to international standards of port needs: a case study in the port of Salvador. Journal of Transport Literature, v. 7, n. 4, p. 23–49, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 5 jan. 2018

BRASIL. Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8630.htm. Acesso em: 5 jan. 2018.

BRASIL. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.. Brasília, DF: Presidência da República, 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987compilada.htm. Acesso em: 5 jan. 2018.

BRASIL. Decreto nº 6.620, de 29 de outubro de 2008.. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6620.htm. Acesso em: 5 jan. 2018.

BRASIL. Exposição de Motivos Interministerial no 00012-A - SEP-PR /MF/MT/AGU de 2012 à Media Provisória 595 de 2012. Brasília: Presidência da República, 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Exm/EMI-12-A-SEP-PR-MF-MT-AGU-Mpv-595-12.doc>. Acesso em: 5 jan. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013.. Brasília, DF: Presidência da República, 2013. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm. Acesso em: 5 jan. 2018.

BRASIL. Decreto nº 8.033, de 27 de junho de 2013. Brasília, DF: Presidência da República, 2013. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8033.htm. Acesso em: 5 jan. 2018

BRITTO, Paulo Augusto P. De et al. Promoção da concorrência no setor portuário: uma análise a partir dos modelos mundiais e aplicação ao caso brasileiro. Revista de Administração Pública, v. 49, n. 1, p. 47–72, 2015.

CARVALHO, Vinícius Marques De. Regulação dos serviços públicos e intervenção estatal na economia. In: FARIA, José Eduardo (Ed.). Regulação, Direito e Democracia. São Paulo: Fundaçaõ Perseu Abramo, 2002. p. 13–25.

CASTRO JUNIOR, Osvaldo Agripino De. Concedente e concessão portuária na nova lei dos portos. Revista Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário, v. IV, n. 24, p. 39–61, 2015.

CLÈVE, Clèmerson Merlin. Preceitos constitucionais fundamentais da República Federativa do Brasil, serviço público portuário e autorização para exploração de atividade portuária por meio de terminais privativos de uso misto. Soluções Práticas, v. 2, p. 289–328, 2012.

COTO-MILLÁN, Pablo et al. Public regulation and technical efficiency in the Spanish Port Authorities: 1986–2012. Transport Policy, v. 47, p. 139–148, 2016.

COZMAN, Fábio G. An Introduction to the Theory Set of Probability Distributions. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2009. Disponível em: <http://sites.poli.usp.br/p/fabio.cozman/Didatico/pmr5228.html>. Acesso em: 06.01.2018.

CRETELLA JUNIOR, José. Definição da autorização administrativa. Revista dos Tribunais, v. 813, p. 753–764, 2003.

FAGUNDES, Jorge et al. Setor portuário brasileiro: regulação e indicadores. Revista do IBRAC – Direito da Concorrência, Consumo e Comércio Internacional, v. 18, p. 142–184, 2010.

FELLER, William. An Introduction to Probability Theory and Its Applications. Volume I and II. 3. Ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 1970.

FERRARI, Claudio; PAROLA, Francesco; TEI, Alessio. Governance models and port concessions in Europe: Commonalities, critical issues and policy perspectives. Transport Policy, v. 41, p. 60–67, 2015.

FREZZA, Ana Claudia Farranha, Conrado da Silveira; BARBOSA, Fabiana de Oliveira. Nova lei dos portos: desafios jurídicos e perspectivas de investimentos. Revista Direito GV, v. 11, n. 1, p. 89–116, 2015.

FRÓES, Fernando. Infraestrutura pública: conceitos, importância e a intervenção estatal. In: CARDOZO, José Eduardo Martins; QUEIROZ, João Eduardo Lopes; SANTOS, Márcia Walquiria Batista Dos (Eds.). Direito administrativo econômico. São Paulo: Atlas, 2011. a. p. 257–340.

FRÓES, Fernando. Infraestrutura e serviços públicos: princípios da regulação geral e econômica. In: CARDOZO, José Eduardo Martins; QUEIROZ, João Eduardo Lopes; SANTOS, Márcia Walquiria Batista Dos (Eds.). Direito administrativo econômico. São Paulo: Atlas, 2011. b. p. 576–664.

GARCIA, Flávio Amaral; FREITAS, Rafael Véras De. Portos brasileiros e a nova assimetria regulatória – os títulos habilitantes para a exploração da infraestrutura portuária. Revista de Direito Público da Economia, v. 12, n. 47, p. 85–124, 2014.

GOMES, Marcos Pinto Correia. O setor portuário e o novo marco regulatório. Revista Brasileira de Direito Público, v. 11, n. 43, 2013.

ISO – International Organization for Standardization. IEC/ISO 31010: Risk Management – Risk Assessment Techniques. Geneva: International Electrotechnical Commission, 2009.

JUSTEN FILHO, Marçal. Serviço público no direito brasileiro. In: CARDOZO, José Eduardo Martins; QUEIROZ, João Eduardo Lopes; SANTOS, Márcia Walquiria Batista Dos (Eds.). Direito administrativo econômico. São Paulo: Atlas, 2011. p. 369–392.

MARANHÃO, Juliano Souza de Albuquerque. Serviço portuário e concorrência: equilíbrio competitivo entre o regime público e o privado. Revista do IBRAC – Direito da Concorrência, Consumo e Comércio Internacional, v. 17, p. 149–176, 2007.

MATTOS, Paulo Todescan Lessa. Regulação econômica e democracia: contexto e perspectivas das agências de regulação no Brasil. In: FARIA, José Eduardo (Ed.). Regulação, Direito e Democracia. São Paulo: Fundaçaõ Perseu Abramo, 2002. p. 43–66.

MAURICIO JUNIOR, Alceu. Do estado social ao estado de risco: a transformação do paradigma da segurança no estado constitucional de direito. Revista de Direito Administrativo, v. 274, n. 0, p. 133–173, 2017.

MEMÓRIA, José Maria Pompeu. Breve História da Estatística. Textos para discussão nº 21. Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, 2004. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/92422/1/sge-texto-21.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.

MESQUITA, Patricia Laurentino. Sistema Portuário Nacional. 2015. Disponível em: <http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/sistema-portuario-nacional>. Acesso em: 28 dez. 2017.

MORAES, Francisco de Assis Basilio de. Aplicação de redes Bayesianas na análise de risco do processo de descarga do navio-tanque em um terminal portuário especializado. São Paulo, 2015. 357 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Naval e Oceânica.

MOREIRA, Egon Bockmann. A concessão de serviços públicos e os direitos reais administrativos. Revista dos Tribunais, v. 898, p. 63–78, 2010.

NEAPOLITAN, Richard E. Learning Bayesian Networks. Upper Saddle River: Pearson, 2003.

NORSYS, Software Corporation. NETICA-J Reference Manual. Version 4.18 and Higher. 2010. Disponível em < http://www.norsys.com/netica-j/docs/NeticaJ_Man.pdf>. Acesso em 15 dez. 2017.

NÚÑEZ-SÁNCHEZ, Ramón; COTO-MILLÁN, Pablo. The impact of public reforms on the productivity of Spanish ports: A parametric distance function approach. Transport Policy, v. 24, p. 99–108, 2012.

OECD, Organisation for Economic Co-operation and Development. Regulatory Impact Analysis: a Tool for Policy Coherence. Paris: OECD Publishing, 2009. Disponível em: <http://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/governance/regulatory-impact-analysis_9789264067110-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.

RUSSELL, Stuart; NORVIG, Peter. Artificial Intelligence: A Modern Approach. 2 ed. Upper Saddle River: Pearson, 2000.

SILVA, Felipe Ferreira. Os investimentos nacionais e estrangeiros em portos brasileiros e os incentivos fiscais. In: CASTRO JUNIOR, Osvaldo Agripino De (Ed.). Direito, regulação e logística. Belo Horizonte: Forum, 2013. p. 129–147.

SMITH, David J. Reliability, Maintainability and Risk. 6° ed. Oxford: Butterwoth Heinemann, 2001.

SMITH, Curtis.; KELLY, Dana L. Bayesian Inference for Probabilistic Risk Assessment. London: Springer, 2011

UBBELS, Barry. Institutional barriers to efficient policy intervention in the european port sector. IATSS research, v. 29, n. 2, p. 41–49, 2005.

UNCTAD, United Nations Conference on Trade and Development. Review of Maritime Transport 2017. New York and Geneva: United Nations Publication, 2017. Disponível em: <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2017_en.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.

WORLD BANK. Port Reform Toolkit. 2. ed. Washington, D.C.: World Bank, 2007. Disponível em: < http://ppp.worldbank.org/public-private-partnership/library/port-reform-toolkit-ppiaf-world-bank-2nd-edition>. Acesso em: 16 dez. 2017.

WORLD BANK. Public Private Partnerships in Ports / Port Reform. 2016. Disponível em: <http://ppp.worldbank.org/ppp/sector/transportation/ports>. Acesso em: 16 dez. 2017.

Downloads

Publicado

2019-11-15

Como Citar

MAURICIO JUNIOR, A.; BASÍLIO DE MORAES, F. de A. Infraestrutura portuária: análise do impacto regional do novo marco regulatório no Estado do Espírito Santo. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 10, n. 1, p. 231–266, 2019. DOI: 10.7213/rev.dir.econ.soc.v10i1.23481. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/direitoeconomico/article/view/23481. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos