Realismo ingênuo e objetos da consciência alucinatórios são conciliáveis?

Autores

  • Daniel Borgoni Universidade Federal de São Paulo. Doutor em filosofia.

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.059.AO06

Palavras-chave:

percepção verídica, alucinação, disjuntivismo, caráter fenomênico, Johnston.

Resumo

O realismo ingênuo é a concepção da percepção verídica segundo a qual a experiência perceptiva é fundamentalmente relacional. Objetos físicos e suas propriedades têm um papel constitutivo na experiência perceptiva e determinam seu caráter fenomênico. Segundo o argumento causal, porém, podemos produzir a mesma experiência que ocorre quando vemos um objeto físico sem o objeto físico. Em defesa do realismo ingênuo frente ao argumento causal, Johnston (2004) propõe a teoria do perfil sensível. Meus objetivos são mostrar que sua estratégia de defesa pode ser caracterizada como um disjuntivismo fenomênico e defender que a teoria do perfil sensível não garante a prioridade de objetos físicos sobre objetos da consciência alucinatórios na determinação fenomênica da experiência perceptiva verídica. Por isso, a teoria do perfil sensível não tem êxito na defesa do realismo ingênuo contra o argumento causal.

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Biografia do Autor

Daniel Borgoni, Universidade Federal de São Paulo. Doutor em filosofia.

Pesquisador de pós-doutorado em filosofia da Universidade de São Paulo (USP). Doutor em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Fez estágio de pesquisa doutoral na Université du Québec à Montréal (UQÀM) com bolsa canadense do programa ELAP. No Brasil teve bolsa CAPES. Tem experiência em filosofia da mente, especialmente na questão dos qualia, e tem experiência em filosofia da percepção, especificamente com a teoria dos dados dos sentidos, o intencionalismo e o disjuntivismo, com ênfase neste último. Atualmente desenvolve pesquisa sobre a natureza das alucinações. 

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Publicado

2021-08-31

Como Citar

Borgoni, D. (2021). Realismo ingênuo e objetos da consciência alucinatórios são conciliáveis?. Revista De Filosofia Aurora, 33(59). https://doi.org/10.7213/1980-5934.33.059.AO06