Prólogo: Schopenhauer é um verdadeiro discípulo de Kant?

Autores

  • Maria Lúcia Cacciola Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.30.049.PR01

Palavras-chave:

Intuição, Entendimento, Reflexão, Pensamento, Categorias.

Resumo

A pergunta que orienta esta reflexão nos conduz ao cerne da postura crítica de Schopenhauer em relação a Kant. Se, por um lado, o filósofo de Frankfurt nos oferece uma interpretação peculiar que parece se afastar do pensamento kantiano, por outro, parece ter como intenção apenas retificar os erros que considera estarem contidos nessa filosofia que, para Schopenhauer, não esclarece devidamente a relação entre intuição e conceito.  A estrutura do pensamento kantiano, a sua arquitetônica, é rejeitada por Schopenhauer como um retorno ao racionalismo escolástico, que se mostra na supremacia da ordenação lógica do pensamento em relação à efetividade. Isso se reflete no que Schopenhauer denomina “o amor à simetria” de Kant, que o faz montar a sua tábua de categorias simétricas, esquecendo-se da autonomia do objeto da intuição, a ser garantida, segundo o filósofo de Frankfurt, pelo papel que o entendimento exerce na intuição imediata dos objetos.

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Biografia do Autor

Maria Lúcia Cacciola, Universidade de São Paulo

  • 1990 Doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo
    Orientação: Prof. Dr. Rubens Rodrigues Torres Filho 
    Título do trabalho: Schopenhauer e a questão do Dogmatismo
  • 1982 Mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo
    Orientação: Prof. Dr. Rubens Rodrigues Torres Filho 
    Título do trabalho: A Crítica da Razão no pensamento de Schopenhauer
  • 1975 Graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo
  • 1966 Graduação Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Referências

KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

PANOFSKY, E. Arquitetura gótica e escolástica. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

SCHOPENHAUER, A. Sämtliche Werke (Hrsg. Paul Deussen), Bd. 13. München, 1926.

SCHOPENHAUER, A. Crítica da filosofia kantiana. Trad. Maria Lúcia Cacciola. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção Os Pensadores, Vol. Schopenhauer).

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Publicado

2018-04-27

Como Citar

Lúcia Cacciola, M. (2018). Prólogo: Schopenhauer é um verdadeiro discípulo de Kant?. Revista De Filosofia Aurora, 30(49). https://doi.org/10.7213/1980-5934.30.049.PR01