A sociedade de risco e a confiança nas relações de consumo

Autores

  • Andreza Cristina Baggio PUCPR

DOI:

https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.socioambienta.01.001.AO06

Palavras-chave:

Sociedade de risco. Confiança. Vulnerabilidade e consumidor.

Resumo

Nossa atual sociedade pode ser caracterizada como uma sociedade de risco, resultantedos avanços da era industrial, da modernização da informação e da complexibilizaçãodos processos de tomada de decisões. Analisar riscos significa problematizar o futuro,razão pela qual se faz necessária a consideração de suas consequências sociais. O que sepropõe neste trabalho é analisar o risco, sob o ponto de vista das relações de consumo.Desde o século XX, a sociedade está organizada a partir do fenômeno mundial das relaçõesde consumo, massificada pelo crescente aumento de oferta de produtos e serviços,sendo o risco incorporado ao próprio modo de ser da sociedade pós-moderna e, pois,intimamente relacionado ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia, e à tomada dedecisões no processo de escolha por este ou aquele bem de consumo. Somem-se a essesriscos na relação de consumo os chamados riscos de desenvolvimento e a formação dasredes de fornecedores, que buscam diminuir os riscos de suas atividades, transferindo-os aos consumidores. Tais situações deixam latente a vulnerabilidade do consumidor e reforçama necessidade de tutela das legítimas expectativas deste nas relações de consumo.Essa tutela se faz por meio da proteção à lealdade, à boa-fé e, principalmente, à confiançadepositada pelo consumidor na relação com o fornecedor. A confiança, portanto,deve ser vista pelo fornecedor como elemento valorativo dentro da estrutura empresarial,ganhando força de verdadeiro instrumento preventivo da proteção ao consumidor nasociedade de risco.  

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Biografia do Autor

Andreza Cristina Baggio, PUCPR

 

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Publicado

2010-01-01

Como Citar

Baggio, A. C. (2010). A sociedade de risco e a confiança nas relações de consumo. Revista De Direito Econômico E Socioambiental, 1(1), 127–147. https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.socioambienta.01.001.AO06

Edição

Seção

Artigos