A confissão de fé “Jesus é o Senhor” na teologia paulina em Rm 10,9
DOI:
https://doi.org/10.7213/2318-8065.09.01.p46-61Resumo
O presente artigo apresenta uma análise de Rm 10,9 buscando destacar a importância da confissão de fé “Jesus é o Senhor” na teologia paulina, colocando-a como critério exterior de salvação, já que a salvação é gratuidade de Deus e não conquista da pessoa. Parte-se do contexto literário da perícope de Rm 10,1-13, para, então, delimitar a finalidade e verificar a importância do termo “Κύριος/Senhor” como título cristológico. No AT, o termo é bastante ligado à dimensão do culto, a fim de principalmente substituir o nome próprio hebraico de Deus. No NT, ele adquire uma relação mais pessoal com Jesus Cristo. O termo Κύριος antes da ressurreição de Jesus é fruto do tratamento mestre/senhor, implicando o discipulado; e, após a ressurreição, ele vai ganhando um caráter de soberania e exaltação: tornando-se um título cristológico por excelência. Na teologia paulina, o termo é atribuído tanto a Deus Pai, como a Jesus, o Filho, o que ajuda a ver a inseparabilidade de ambos, bem como o caráter teológico do termo. Por isso, é possível compreender que a confissão de fé primordial é reconhecer e professar “Jesus como Senhor”. Portanto, este artigo apresenta a riqueza teológica da confissão de fé “Jesus é o Senhor”.