Michel Foucault, a gestão dos ilegalismos e a razão criminológica neoliberal
DOI:
https://doi.org/10.7213/1980-5934.32.055.AO07Palabras clave:
Gestão dos ilegalismos, Governamentalidade neoliberal, Segurança, Subjetividade, Michel Foucault.Resumen
O presente artigo busca analisar de que modo os problemas da segurança e da economia das punições passam a ser centrais no cálculo político-econômico da racionalidade neoliberal. Como propõe Michel Foucault em seu curso Nascimento da Biopolítica, de 1979, a tecnologia de governo neoliberal conceberia o aparato estatal como “efeito móvel de um regime de governamentalidades múltiplas”. É o enfoque econômico, portanto, que permitirá pôr à prova a eficácia da ação governamental, a partir da avaliação do custo-benefício das intervenções na esfera do mercado e da sociedade, conforme a proposição dos teóricos neoliberais. Essa crítica mercantil direciona-se ao que é concebido como “dispêndio” das ações econômicas do poder público, dado que o mercado se torna “uma espécie de tribunal econômico permanente em face do governo”, como sugere Foucault. Nesse cenário, no qual se ampliam as demandas punitivas, a eficiência de atuação do sistema de justiça criminal dos Estados será medida pela avaliação do mercado e da economia, tendo em vista os seus efeitos. Tratar-se-á, então, de refletir sobre o funcionamento do poder punitivo em moldes econômicos, isto é, pela via da problematização dos custos da delinquência e dos modos de torná-los o menos dispendioso possível e com a máxima eficiência.Descargas
Citas
AESCHIMANN, É. Pourquoi Michel Foucault est partout?. Le Nouvel Observateur, 21 dez. 2013. Bibliobs. Essais. Disponível em: <http://bibliobs.nouvelobs.com/essais/20131220.OBS0394/pourquoi-michel-foucault-est-partout.html>. Acesso em: 21 abr. 2018.
BATISTA, V. M. O medo na cidade do Rio de Janeiro: Dois tempos de uma história. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
BECK, U. Sociedade de Risco. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2011.
DARDOT, P.; LAVAL, C. La Nouvelle Raison du Monde: Essai Sur la Société Néolibérale. Paris: Éditions La Découverte, 2009.
DELEUZE, G. Conversações. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 2013.
FISCHER, R. M.; ADORNO, S. Políticas penitenciárias, um fracasso? Lua Nova, v. 3, n. 4, p. 70-79, 1987.
FOUCAULT, M. Gerir os Ilegalismos [1975]. In: POL-DROIT, R. Michel Foucault: Entrevistas. Trad. Vera Portocarrero e Gilda Gomes Carneiro. São Paulo: Edições Graal, 2006.
FOUCAULT, M. Nascimento da Biopolítica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, M. Sécurité, Territoire, Population. Paris: Gallimard/Seuil, 2004.
FOUCAULT, M. Sobre a prisão. In: FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Org. e trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2009.
GROS, F. Direito dos Governados, Biopolítica e Capitalismo. In: NEUTZLING, I.; RUIZ, C. M. M. B. (Org.). O (des)governo biopolítico da vida humana. São Leopoldo: Casa Leiria, 2011.
HAMANN, T. H. Neoliberalismo, Governamentalidade e Ética. Revista Ecopolítica, São Paulo, n. 3, maio/ago. 2012. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/ecopolitica/issue/view/755/showToc>. Acesso em: 20 jun. 2018.
LEMGRUBER, J. Controle da criminalidade: mitos e fatos. Think Tank, São Paulo, v. 15, p. 1-29, jun. 2011. Disponível em: <https://www.ucamcesec.com.br/wp-content/uploads/2011/06/Controle-da-criminalidade_mitos-e-fatos.pdf>. Acesso em: 24 dez. 2018.
MISSE, M. Sobre a acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Civitas, Porto Alegre, v. 8, n. 3, p. 371-385, set./dez. 2008.
PIRES, T. Criminalização do racismo: Entre política de reconhecimento e meio de legitimação do controle social sobre os negros. Brasília: Brado Negro, 2016.
ROSE, N.; MILLER, P. Political Power Beyond the State: Problematics of Government. The British Journal of Sociology, v. 43, n. 2, p. 271-303, 1992.
ROUVROY, A.; BERNS, T. Le nouveau Pouvoir Statistique: ou quand le controle s’exerce sur un réel normé, docile et sans événement car constitué de corps “numériques”... Multitudes, n. 40, p. 88-103, 2010.
WACQUANT, L. Foucault, Bourdieu et l’état pénal à l’ère néolibérale. In: ZAMORA, D. (Org.). Critiquer Foucault: Les Années 1980 et la Tentation Néolibérale. Bruxelles: Ed. Aden, 2014.
WACQUANT, L. Punir os pobres: A nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
ZAFFARONI, E. R. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2001.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
El autor transfiere, por medio de cesión, a la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, persona jurídica de derecho privado, inscrita en el CNPJ/MF bajo el n.º 76.659.820/0009-09, establecida en la (calle) Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, en la ciudad de Curitiba/PR, los derechos abajo especificados y se compromete a cumplir lo que sigue:
Los autores afirman que la obra/material es de su autoría y asumen integral responsabilidad frente a terceros, ya sea de naturaleza moral o patrimonial, en razón de su contenido, declarando, desde ya, que la obra/material a ser entregada es original y no infringe derechos de propiedad intelectual de terceros.
- Los autores concuerdan en ceder de forma plena, total y definitiva los derechos patrimoniales de la obra/material a la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, a título gratuito y en carácter de exclusividad.
- LA CESIONARIA empleará la obra/material de la forma como mejor le convenga, de forma impresa y/u on line, incluso en el sitio del periódico de la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, pudiendo utilizar, disfrutar y disponer del mismo, en todo o en parte, para:
- Autorizar su utilización por terceros, como parte integrante de otras obras.
- Editar, grabar e imprimir, cuantas veces sean necesarias.
- Reproducir en cantidades que juzgue necesarias, de forma tangible e intangible.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reducir, compilar, ampliar, alterar, mezclar con otros contenidos, incluir imágenes, gráficos, objetos digitales, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fraccionar, actualizar y realizar otras transformaciones, siendo necesaria la participación o autorización expresa de los autores.
- Traducir para cualquier idioma.
- Incluir en fonograma o producción audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cable, fibra óptica, satélite, ondas o cualquier otro sistema que permite al usuario realizar la selección de la obra o producción para recibirla en tiempo y lugar previamente determinados por quien formula la demanda y en los casos en que el acceso a las obras o producciones se haga por cualquier sistema que importe en pago por el usuario.
- Incluir y almacenar en banco de datos, físico, digital o virtual, incluso nube.
- Comunicar directa y/o indirectamente al público.
- Incluir en base de datos, archivar en formato impreso, almacenar en computador, incluso en sistema de nube, microfilmar y las demás formas de archivo del género;
- Comercializar, divulgar, vehicular, publicar etc.
- Otro tipo de modalidades de utilización existentes o que vengan a ser inventadas.
- Los autores concuerdan en conceder la cesión de los derechos de la primera publicación (carácter inédito) a la revista, licenciada bajo la CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría.
- Los autores autorizan la reproducción y la citación de su trabajo en repositorios institucionales, página personal, trabajos científicos, entre otros, desde que la fuente sea citada.
- La presente cesión es válida para todo el territorio nacional y para el exterior.
- Este término entra en vigor en la fecha de su firma y es firmado por las partes en carácter irrevocable e irretractable, obligando definitivamente las partes y sus sucesores a cualquier título.
- La no aceptación del artículo, por la EDITORA UNIVERSITARIA CHAMPAGNAT, hará que la presente declaración sea automáticamente nula y sin efecto.