Política, Revolução e insurreição em Michel Foucault

Authors

  • Cesar Candiotto Pontifícia Universidade Católica do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.7213/aurora.25.037.DS10

Abstract

O artigo mostra como Michel Foucault se afasta da referência à Revolução para pensar a política moderna, principalmente desde que aquela passou a ser interpretada pelos parâmetros estalinistas do Partido Comunista. Em contrapartida, ele indica que o ponto de partida da política é constituído pelas resistências à governamentalidade observáveis na atitude crítica, nas contracondutas e nas insurreições. Esses operadores conceituais procuram ressaltar não as teorias e os sistemas propositivos de uma política justa, e sim a perspectiva dos próprios governados quando buscam desprender-se das obediênciasconsentidas, bem como do silenciamento diante de ações governamentais intoleráveis. Nesse sentido, a política tem como nova referência os processos de subjetivação a partir dos quais buscamos nos tornar completamente outros em um mundo inteiramente outro. A essas experiências políticas de dessubjetivação e transformação de nós mesmos, detectáveis principalmente nos movimentos de contracondutas, Foucault deduz uma espiritualidade política, irredutível às avaliações das lutas em termos de êxito ou fracasso.

Downloads

References

AFARY, J.; ANDERSON, K. B. Foucault and the Iranian Revolution: gender and the seductions of Islamism. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2005.

FAHRI NETO, L. 1978: Foucault e a insurreição iraniana. Peri, n. 1, v. 2, p. 23- 40, 2010.

FOUCAULT, M. Qu’est-ce que la Critique? Bulletin de la Société Française de Philosophie, v. 84, n. 2, p. 35-63, 1990.

FOUCAULT, M. Dits et écrits, III. Paris: Gallimard, 1994a.

FOUCAULT, M. Dits et écrits, IV. Paris: Gallimard, 1994b.

FOUCAULT, M. Le gouvernement de soi et des autres: cours au Collège de France, 1982-1983. Édition établie par François Ewald et Alessandro Fontana, par Frédéric Gros. Paris: Gallimard; Seuil, 2008. (Coll. Hautesétudes).

FOUCAULT, M. Le courage de la vérité – Le gouvernement de soi et des autres II: cours au Collège de France, 1984. Paris: Gallimard; Seuil, 2009. (Coll. Hautes Études).

GROS, F. Foucault et la leçon kantienne des Lumiéres. Lumières, n. 8, p. 159-168, 2006.

GROS, F. Direito dos governados, biopolítica e capitalismo. In: NEUTZLING, I.; BARTOLOMÉ RUIZ, C. M. M. O (des)governo biopolítico da vida humana. São Leopoldo: Casa Leiria, 2011. p. 105-122.

MONOD, J-C. La police des conduites. Paris: Michalon le bien commun, 1997.

MONOD, J-C. Qu’est-ce qu’une “crise de gouvernementalité”. Lumières, n. 8, p. 51-66, 2006.

SAKAMOTO, T. Les compréhensions foucauldiennes de la Révolution française. Lumières, n. 8, p. 193-210, 2006.

TERREL, J. Les politique de Foucault. Paris: P.U.F, 2010.

VEYNE, P. Foucault, sa pensée, sa personne. Paris: Albin Michel, 2008.

Published

2013-05-03

How to Cite

Candiotto, C. (2013). Política, Revolução e insurreição em Michel Foucault. Revista De Filosofia Aurora, 25(37), 223–264. https://doi.org/10.7213/aurora.25.037.DS10