O método estrutural e o ensino universitário de Filosofia no Brasil | The structural method and the Brazillian’s higher education in philosophy
DOI:
https://doi.org/10.1590/2965-1557.035.e202330130Resumo
Em meados do século XX, estabeleceu-se nas “ciências humanas” uma abordagem teórica que ficou conhecida como Estruturalismo. Dada a sua origem e dispersão transdisciplinar, o pensamento estrutural adquiriu nuances conceptuais e procedimentos específicos de investigação de acordo com este ou aquele campo do saber que o assimilou. Em Filosofia, tal orientação se difundiu enquanto uma maneira de ler os textos filosóficos com ressonâncias pedagógicas e institucionais. No início dos anos 1950, quando da consolidação inicial da Filosofia universitária brasileira, o “método estrutural” nos chegou sobretudo pela influência de Martial Gueroult e de Victor Goldschmidt na Universidade de São Paulo. Firmou-se posteriormente a narrativa de que a leitura estrutural se disseminou da filosofia franco-uspiana para vários centros filosóficos brasileiros, constituindo assim um paradigma. A minha hipótese historiográfica é de que o método estrutural foi um fenômeno estadual em nosso ensino de Filosofia, não tendo adquirido uma projeção nacional em nossos currículos ou formas de ensino. Para tanto, proponho-me, inicialmente, mostrar como se deu a implementação da análise estrutural a partir de uma certa ruptura com o modelo do período de fundação da antiga Faculdade de Filosofia da USP. Em seguida, por um exame de depoimentos e comentários dos principais envolvidos na fundação e consolidação do Departamento de Filosofia da USP, sugiro que o ensino franco-uspiano possui diferentes matrizes, das quais o estruturalismo talvez sequer tenha sido a mais influente. Além disso, os relatos atestam um insulamento de décadas em nosso ensino universitário de Filosofia que permite explicar por que o método estrutural teve um alcance bastante limitado em outros centros filosóficos do país. Já a minha hipótese sistemática é de que a leitura estrutural de textos filosóficos é incompatível com a noção mesma de História da Filosofia – e nisso há consequências para a própria autoimagem da Filosofia e da sua a formação universitária. Mesmo que restrita aqui a um estudo de caso, esta investigação é parte de uma reflexão mais ampla e em desenvolvimento sobre as representações da Filosofia no pensamento contemporâneo.
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