Sobre a originalidade de Edith Stein: o papel da distinção entre Körper (corpo físico) e Leib (corpo “vivo”) para a empatia e a constituição do eu

Autores

  • Juliana Missaggia Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.7213/1980-5934.29.048.DS06

Palavras-chave:

Edith Stein, Fenomenologia, Corpo, Empatia, Eu

Resumo

 

O objetivo central do artigo é analisar a originalidade e o caráter precursor da obra de Edith Stein no que diz respeito a conceitos hoje clássicos no contexto dos estudos de fenomenologia, como corpo e empatia, e sua importância para a constituição da noção de eu. Mais precisamente, interessa-me analisar determinadas distinções conceituais, como o caráter dual do conceito de corpo desenvolvido pela filósofa, para com isso demonstrar sua importância para os desdobramentos das noções de empatia e subjetividade. A proposta interpretativa que guia essa exposição envolve a compreensão de que há, ao menos nessa fase do pensamento de Stein, uma primazia e centralidade do conceito de corpo (sobretudo entendido como Leib) para o estabelecimento dos conceitos de empatia e eu, o que é feito de modo distinto e original em relação aos trabalhos de Husserl. Para demonstrar tal interpretação, parto de uma exposição comparativa entre os dois autores e de uma análise mais detalhada dos conceitos pertinentes ao tema em Zum Problem der Einfühlung, obra clássica de Edith Stein.



Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana Missaggia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil

Professora de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria

Referências

DEPRAZ, N. Transcendance et incarnation. Le statut de l’intersubjectivité comme altérité à soi chez Husserl. Paris: Vrin (Histoire de la philosophie), 1995.

HUSSERL, E. Husserliana 1. Cartesianische Meditationen und Pariser Vorträge. Ed. S. Strasser. Den Haag: Martinus Nijhoff, 1973 [1950]. [Meditações Cartesianas e Conferências de Paris. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012].

HUSSERL, E. Husserliana 4. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie. Zweites Buch. Phänomenologische Untersuchungen zur

Konstitution. Ed. M. Biemel. The Hague: Martinus Nijhoff, 1952.

HUSSERL, E. Husserliana 6. Die Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie. Eine Einleitung in diephänomenologische Philosophie.

Ed. W. Biemel. The Hague: Martinus Nijhoff, 1962 [1954]. [A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. São Paulo: Forense Universitária, 2012].

JARDINE, J. A. Husserl and Stein on the Phenomenology of Empathy: Perception and Explication. Synthesis Philosophica, v. 29, n. 2, p. 273-288, 2015.

SZANTO, T.; JARDINE, J. A. Empathy in the Phenomenological Tradition. In: MAIBOM, H. L. (Ed.). The Routledge Handbook of Philosophy of Empathy. London: Routledge, 2017. c. 8, p. 86-97.

SAWICKI, M. Body, Text and Science: The Literacy of Investigative Practices and the Phenomenology of Edith Stein. Dordrecht: Kluwer, 1997.

STEIN, E. Zum Problem der Einfühlung. Freiburg/Basel/Wien: Herder, 2008.

Downloads

Publicado

2017-12-12

Como Citar

Missaggia, J. (2017). Sobre a originalidade de Edith Stein: o papel da distinção entre Körper (corpo físico) e Leib (corpo “vivo”) para a empatia e a constituição do eu. Revista De Filosofia Aurora, 29(48). https://doi.org/10.7213/1980-5934.29.048.DS06

Edição

Seção

Dossiê