A filosofia e os seus cães: dos cínicos à canalha
DOI:
https://doi.org/10.7213/rfa.v23i32.1744Resumo
Ao longo de sua história, a filosofia se mostrou sobejamente avessa à insolência e à selvajaria. No entanto, quem determina as fronteiras desses espaços, as linhas para lá das quais uma conduta se torna intolerável? Na sua antropologia, típica do século das luzes, Kant critica o que considera ser o caráter selvagem da populaça. Para ilustrar o que pretende dizer, ele recorre à expressão francesa canaille du peuple. Bem mais próximo de nós, Foucault se interessa pela figura antiga do filósofo cínico, que ele apresenta como um insolente à vista dos códigos da cidade, a qual acaba por excluí-lo. Ora, a raiz etimológica de canaille e de cínico é a mesma: o cão. A partir daqui, várias perguntas se insinuam: que relação existe entre a canalha, isto é, os cães do povo; e os cínicos, cães da filosofia? Se o cínico é filósofo, significa que a animalidade é interior à filosofia? As respostas a essas interrogações se tornam mais difíceis quando se compreende que as tensões entre seus elementos são mais complexas do que se julgavaDownloads
Referências
FOUCAULT, M. Le courage de la vérité. Le gouvernement de soi et des autres II. Cours au Collège de France (1983-1984). Editado por F. Gros et al. Paris: Gallimard; Seuil, 2009.
KANT, I. Anthropologie in pragmatischer Hinsicht [1798]. Akademie
Ausgabe. Tradução. de Clélia Aparecida Martins. Antropologia de um ponto de vista pragmático. São Paulo: Iluminuras, 2006. v. 7.
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